BELO HORIZONTE (03/04/09) - O Prêmio Minas Design, concedido pelo Governo de Minas, é o reconhecimento da importância do design como fator estratégico de competitividade de produtos. A coordenação é da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), por intermédio do Centro Minas Design (CMD). O objetivo é premiar projetos nas áreas de design gráfico e design de produto, cuja qualidade contribua para o desenvolvimento de setores importantes da economia de Minas Gerais.

A 2ª edição do Prêmio Minas Design tem como tema “Design Aplicado ao Aço Inox Colorido” e visa incentivar o uso deste material como ferramenta para a inovação tecnológica. O aço inox colorido apresenta uma rica e diversificada cartela de cores, aspecto que oferece múltiplas possibilidades de diferenciação e agregação de valor aos produtos.

De acordo com o regulamento, serão analisados os seguintes itens: predomínio do aço inox colorido, aspectos materiais, funcionais, formais, estético-formais, técnicos, tecnológicos, ambientais e processos produtivos. Nas duas modalidades, profissional e estudante, poderão concorrer projetos de qualquer setor da economia mineira que apresentem inovação no uso e aplicação deste material.

A pesquisadora Rosa Maria Rabelo Junqueira, da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), desenvolveu um projeto do aço inox colorido. Em busca de uma tecnologia ambientalmente sustentável, o setor de Tecnologia Metalúrgica da instituição fez um estudo para aprimorar o processo de coloração dos aços inoxidáveis. Com isso, foi possível fazer a coloração sem cromo e com menor custo. A iniciativa busca atingir o mercado internacional.

Segundo a pesquisadora, a coloração eletroquímica por corrente pulsada em soluções aquosas de ácidos crômico e sulfúrico é um processo do Cetec, patenteado em 2006 junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). “Muitos clientes internacionais que compram o aço inox colorido questionam a presença do cromo em sua coloração”, afirma. A legislação da comunidade européia restringe a compra de produtos que utilizem insumos à base de cromo. Além disso, a presença do cromo nos insumos resulta em gastos com o tratamento de efluentes em torno de 4% da produção de cada chapa colorida.

O Cetec recebeu cerca de R$ 10 mil em royalties para custear o projeto. Foi repassado à pesquisadora o valor que lhe cabia do contrato, por ser a inventora da tecnologia. “Acredito que este trabalho abre muitos caminhos. É uma conquista que irá motivar outros pesquisadores do Estado a buscar também esse repasse. O dinheiro, em si, é uma quantia simbólica. Importante é o que essa conquista representa para o futuro da instituição”, explica Rosa. Essa verba só foi possível por causa dos esforços do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Fundação, que requereu a patente “Processo de Coloração de Aços Inoxidáveis Via Eletroquímica”, em julho de 1997.

De acordo com a gestora do CMD, Enil Brescia, este prêmio é uma forma de incentivo ao pesquisador. “É uma oportunidade para desenvolver novos produtos com este material, além de ampliar o leque de possibilidades com o uso da criatividade”, finaliza.

Enil informou que para concorrer, os participantes deverão apresentar propostas que explore todo o potencial do aço inox colorido em soluções inovadoras de design para os diferentes setores que compõem o sistema produtivo mineiro. São duas categorias: profissional e estudante. As inscrições serão de 8 de junho a 18 de setembro e a premiação será no dia 6 de novembro.

Mais informações: www.minasdesign.mg.gov.br ou (31) 3304-3511.