BELO HORIZONTE (10/07/07) - A preocupação com a conservação da Mata Atlântica está potencializando a parceria entre os Governos de Minas Gerais e Bahia na área ambiental. Representantes das Secretarias de Meio Ambiente de ambos os Estados estiveram reunidos nesta terça-feira (10), em Belo Horizonte, para discutir ações conjuntas.

O foco das preocupações é a região do Alto Cariri, localizada próxima ao município mineiro de Santa Maria do Salto e a Guaratinga, na Bahia. A região abriga importante remanescente de Mata Atlântica, com área estimada em cerca de 40 mil hectares, onde vivem espécies em risco de extinção, como o mono-carvoeiro, maior primata das Américas.

Segundo a diretora de Áreas Protegidas do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Aline Tristão Bernardes, as medidas para conter o desmatamento na região são urgentes. “A agressão às matas provocará, em médio prazo, o assoreamento dos cursos d´água e erosão, o que irá comprometer a região”, afirma.

Aline Tristão observa que a região possui uma grande área de matas e diversos fragmentos menores. “A proximidade entre os diversos pontos de mata facilita a recuperação dessas áreas e o restabelecimento da conexão entre elas”, explica.

O diretor de Unidades de Conservação da Superintendência de Florestas e Unidades de Conservação e Biodiversidade da Bahia, José Augusto Tosato, observa que uma das opções para a preservação da região é a criação de um mosaico de unidades de conservação que envolva os governos federal, mineiro e baiano. “Uma das propostas é criar unidades nos dois Estados, unidades que estariam inseridas em uma Área de Proteção Ambiental federal”, explica. “Além disso, há a chance de criação de unidades de conservação de diferentes categorias, como Reservas Particulares do Patrimônio Natural e Refúgios de Vida Silvestre, o que envolveria ainda mais as comunidades locais”, completa.

Segundo Aline Tristão, os Governos de Minas e da Bahia irão intensificar os esforços para garantir a imediata proteção da região. “O próximo passo é realizar visita conjunta à região para identificar as melhores formas de protegê-la”, informa.