Minas por Região
Ciência e Tecnologia

15h38min - 16 de Fevereiro de 2012 Atualizado em 10h03min - 26 de Junho de 2013

Grupo mineiro trabalha a inovação do design em peças de cerâmica

Trabalho experimental busca agregar valor histórico-cultural da região de Diamantina nas peças

Diamantina, antigo Arraial do Tijuco, no Vale do Jequitinhonha, é a terra dos desbravadores de diamantes, da seresta e da Vesperata, apreciada por personagens curiosos e filhos ilustres – como Juscelino Kubitschek e a escrava que virou rainha, Chica da Silva –, e que se tornou um destino cultural e turístico obrigatório em todo o país. Resgatar essa forte cultura, retratá-la e transformá-la em arte através das mãos, com inovadoras possibilidades, foi o principal desafio de um grupo de artesãos que trabalha com cerâmica na região.

Essa é a proposta do projeto “Terra Queimada”, desenvolvido pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), que deseja incrementar a cultura ceramista local na busca da sustentabilidade, utilizando da inserção dos valores que constituem a identidade histórica, cultural e ambiental da região.

Criado em 2008, o projeto é integrado ao Polo de Inovação da Sectes, em parceria com o Laboratório de Turismo e Artesanato do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Diamantina, para estimular a produção associada ao turismo, visando à criação de um artesanato original que fortalecesse a cultura ceramista no município. Como resultado expressivo no ano de 2009, o Laboratório de Turismo e Artesanato do CVT conseguiu identificar e montar um grupo de artesãos com aptidão para a cerâmica e, assim, iniciar a parte mais aplicada do projeto. Até hoje, o Polo de Diamantina liberou R$ 27 mil para o projeto.

Na primeira etapa do processo foi realizada a seleção e depois a qualificação dos oito ceramistas do grupo de produção, a fim de aprimorar o desenvolvimento das peças. O objetivo específico da etapa inicial é fazer com que os ceramistas sejam multiplicadores desta cadeia produtiva na região de Diamantina para que, em um futuro próximo, essa atividade possa ser inserida no mercado turístico local, gerando trabalho e renda.

Público alvo

O aperfeiçoamento do design e da identidade visual realçou, de forma incisiva, o elo entre a produção e o turismo. Um dos resultados finais desse trabalho relaciona-se à definição do grupo de produção a partir do entendimento real das expectativas do público alvo para a aquisição das peças: os clientes.

Assim, foram delineados os perfis principais dos turistas que visitam a cidade, para os quais a identidade histórica e cultural de Diamantina se torna um dos principais atrativos para a aquisição do produto.

Outra avaliação refere-se à matéria prima utilizada na fabricação das peças – a argila – e em como as peças devem ser pensadas de forma funcional para o uso diário, sendo mais do que decorativas.

Como fruto do trabalho experimental, o grupo criou várias ferramentas de trabalho, tais como o forno a gás, reaproveitando a estrutura de uma geladeira; o torno com componentes de um tanquinho; dentre outros, cumprindo a ação inicial proposta pelo Polo de Inovação, ao propiciar a autonomia do artesão para ser capaz de transformar a sua história em arte, qualificar e agregar valores à produção artesanal, como estratégia e oportunidade de mercado.

Contudo, a cerâmica a ser desenvolvida terá identidade própria, se diferindo de outras regiões. O produto final irá ostentar no seu design a marca ou o registro cultural de Diamantina, por meio dos elementos que nelas estarão inseridos.

Produção aprovada

Desde o início da produção das peças, os artesãos já criaram várias, todas com a aplicação de um design diferenciado, buscando sempre representar a cultura local. Os itens criados e já validados são:

Catadoras de Sempre Viva– A aplicação do design para a evolução do produto, buscando novos personagens da cultura local, dando movimento às peças – pontos a observar desse movimento, saia rodada frisada, posicionamento dos braços - com dimensionamentos menores e destaque para as pigmentações naturais, diferenciando as vestimentas do corpo.

A Chica da Silva– O design estudado para a peça foi o de utilizar um segmento artesanal já consagrado como “as namoradeiras”.  A inovação da peça valoriza uma figura da história local e nacional, tornando-a única como referência de uma região.

Cultura primitiva– Inovação do design para essa produção foi construir uma peça que realçasse o conjunto das figuras marcantes da ceramista, ao invés de colocar peças isoladas, solitárias. Assim, elaborou um criativo móbile, dando leveza e funcionalidade à peça.

Bijuterias– O design buscou valorizar a peça com a introdução de material nobre na sustentação, optando-se pelo couro encerado com forte tendência do mercado. Como aprimoramento do acabamento final, incluíram-se os fechos.

A cultura musical– O design buscou criar um mix de produtos com embalagem que busca valorizar a peça. Um dos exemplos é o conjunto de notas musicais. Também buscou novo dimensionamento, capaz de realçar as notas musicais, dispostas de forma real, como numa introdução de uma música de seresta tradicional de Diamantina.

Luminárias– Para sua criação, o design se preocupou em  melhorar a funcionalidade das peças com dimensionamentos adequados para as instalações elétricas e com opções de uso em parede e chão.

Vasos– Neles, o profissional agregou novas possibilidades, utilizando-se da versatilidade das peças geométricas com a linha de produto ou como modernos castiçais.

O patrimônio histórico– Nesse aspecto, buscou-se reforçar a valorização do patrimônio histórico da cidade, reproduzindo o chafariz existente em Diamantina, adicionando a funcionalidade à peça, como um porta-chaves, onde se percebe os furos para encaixar as estruturas que sustentarão as chaves.

A pinha- O design buscou dar funcionalidade à peça, acrescentado uma base à pinha, a fim de que a peça se torne um charmoso peso de papel.

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