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Saúde

13h03min - 03 de Abril de 2013 Atualizado em 23h03min - 30 de Junho de 2013

Hospital João XXIII completa 40 anos e se consolida como referência no estado e no país

Excelência no atendimento a vítimas de politraumatismos, queimaduras, intoxicações e situações com risco de morte é uma das marcas do pronto-socorro mineiro

Maior hospital de trauma de Minas Gerais e um dos maiores do país, o Hospital João XXIII chega aos 40 anos nesta quarta-feira (04). Ao longo de sua história, o pronto-socorro se consolidou como um centro de referência e excelência no atendimento a pacientes vítimas de politraumatismos, grandes queimaduras, intoxicações e situações clínicas e/ou cirúrgicas com risco de morte.

A pedra fundamental do hospital de pronto-socorro foi lançada em 1958, ano da morte do Papa João XXIII, de quem recebeu o nome. Fundado em 1973, abriu suas portas para receber a grande demanda da cidade em urgência e emergência, substituindo o Hospital Maria Amélia Lins, até então único que prestava esse atendimento aos pacientes da capital e de toda a Região Metropolitana de BH.

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) realizará nesta quarta-feira (04), às 8h30, um abraço simbólico para celebrar o 40º aniversário da unidade. Às 9h haverá o lançamento de um selo comemorativo e uma homenagem aos profissionais do hospital, no seu auditório. No mesmo dia, às 10h30, será realizada uma missa em Ação de Graças, na igreja Sagrado Coração de Jesus (Av. Carandaí, 1.010).

Reconhecimento e satisfação

Com 440 leitos, cerca de 600 médicos e 52 residentes, o Hospital João XXIII atendeu, em 2012, 104.363 pacientes, sendo mais de 10% vítimas de acidentes de trânsito (11.503). Cerca de 2.680 funcionários realizaram 7.265 cirurgias e 1.241.041 exames.

Em março deste ano, foi divulgado o resultado de uma pesquisa de satisfação do usuário realizada pelo Ministério da Saúde na qual o Hospital João XXIII foi considerado o melhor do país em atendimentos de emergência, dentre as instituições do Programa SOS Emergências.

Para o presidente da Fhemig, Antônio Carlos de Barros Martins, esse resultado reflete os investimentos aplicados na modernização do Hospital João XXIII, desde 2003. “Através da melhoria da infraestrutura, da reformulação total do parque tecnológico e dos equipamentos, além da reformulação do processo de trabalho e da capacitação dos recursos humanos, conseguimos propiciar ganhos incalculáveis para a saúde da população mineira”, avalia Martins.

Uma das melhorias promovidas nos últimos anos foi a inauguração do novo Centro de Terapia Intensiva da Unidade de Tratamento de Queimados Professor Ivo Pitanguy, em 2010. O espaço, localizado no nono andar, foi totalmente reestruturado, passando a contar com dez leitos de tratamento intensivo e um bloco cirúrgico, com duas salas de cirurgia e sala de recuperação anestésica com total infraestrutura, todas equipadas com aparelhagem de última geração, para o mais moderno tratamento cirúrgico do paciente queimado.

Há três anos, também foi finalizada a maior intervenção na unidade desde sua inauguração. A unidade passou a contar com um heliponto, que dá mais conforto, agilidade e segurança na assistência a pacientes vítimas de traumas graves e com risco iminente de morte em outras cidades mineiras. O espaço tem uma área de 441 m² e acesso por dois elevadores, um deles exclusivo, com acesso direto à sala de emergência.

Na mesma ocasião foi inaugurada, ainda, uma nova sala de reanimação, com toda a tecnologia necessária para pacientes de alto risco. Interligada à sala de politraumatizados e a poucos metros de um tomógrafo computadorizado de última geração, o espaço tem aparelhos de raio-x e ultrassom móveis, dois monitores multiparâmetros e respiradores.

Na ocasião, o secretário estadual de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, destacou a importância do Hospital João XXIII. “A instituição desempenha um papel fundamental da medicina em Minas” afirmou.

Dedicação e aprendizado

Toda esta evolução foi acompanhada de perto não só pela população mineira, mas também pelos funcionários do hospital, que fazem a história da unidade e proporcionam um atendimento qualificado e humanizado, e os pacientes.

As enfermeiras Maria Aparecida Silva (Cida) e Marília Ferreira entraram juntas no Hospital João XXIII, no dia 12 de julho de 1985. Elas se conheceram no processo seletivo. De lá para cá, foram 28 anos de trabalho e amizade. Há três anos, Cida é coordenadora técnica da Enfermagem e Marília, coordenadora administrativa de enfermagem da Emergência.

Em comum elas têm paixão pelo que fazem e, particularmente pelo “João”, como carinhosamente se referem ao hospital. Elas consideram seu trabalho gratificante, desafiador e fonte de muito aprendizado. “É muito stress, mas vale a pena”, diz Marília.

Ambas afirmam que houve melhoras significativas no prédio, além de incremento na aquisição de equipamentos e no incentivo para capacitações e treinamentos. “Teve uma melhora acentuadíssima nesses 28 anos que estamos aqui”, enfatiza Cida.

Quanto à amizade entre elas, também se fortalece a cada dia. “A gente passa mais tempo junto aqui do que com qualquer outra pessoa”, afirma Marília. “E agora ainda vamos fazer ginástica juntas”, completa Cida.

A serviço de outras vidas

Há quase quatro décadas, Vandalci Valério Ribeiro trabalha no HJXXIII, atualmente no ambulatório de clínica cirúrgica. “Isso aqui representa a minha vida, eu gosto demais”, afirma. A auxiliar de enfermagem viu nascer um dos setores mais importantes do hospital, o ambulatório de Politraumatizados, criado em fevereiro de 1974 com a finalidade de fazer o diagnóstico dos politraumas graves.

Ela conta que trabalhou no primeiro plantão do “Poli”, atendendo pacientes de um grave acidente ocorrido em Nova Lima com grande número de vítimas. Muito querida entre os colegas de trabalho, ela se prepara para a aposentadoria. “Não me aposentei ainda, porque estou satisfeita de estar aqui trabalhando”, revela.

Até o setor de manutenção do hospital possui histórias. Há 35 anos, José Maria Ferreira trabalha no departamento. Ele passou por outros setores, mas destaca a atuação como operador de caldeira, de 1981 até 2012, como o período mais alegre. Para ele, cuidar da caldeira significava gerar o vapor para lavar a roupa do paciente, esterilizar o material, preparar a comida. “Muitos setores dependiam do que eu fazia para funcionar”, orgulha-se. Ferreira sabia que sua ausência significaria a falta do café, do banho quente, da roupa limpa e do material esterilizado para o paciente. José vai aposentar-se em 2014, pois sente que cumpriu sua missão no hospital. “A maior parte da minha vida eu passei aqui dentro e sou grato pelo que consegui e por poder dar minha contribuição”, afirma.

Memórias que ficam

Não era a situação ideal, mas a pequena Keila Júnia Silva comemorou seu terceiro aniversário dentro do Hospital João XXIII. A festa foi organizada com o carinho dos funcionários no dia 13 de janeiro de 1997. Em dezembro de 1996, um grave acidente de carro havia deixado a menina com traumatismo crânioencefálico.

A criança entrou em coma por 18 dias e passou por três meses de internação, alimentando-se por sonda. A tia Angelamar, que ajudava a cuidar dela, relata que sempre recebia atenção e orientações dos médicos. “Ela foi muito bem cuidada no João XXIII”, garante. Hoje, com 19 anos, Keila já concluiu o Ensino Médio, trabalha e sonha fazer faculdade de moda.

Passados 16 anos, a história da família se cruzou novamente com a do hospital. Em março deste ano, a avó de Keila, Eronice Nunes, foi vítima de um acidente de carro na BR 381. A aposentada teve fratura na coluna e ficou cinco dias internada na unidade. Lembrando-se do caso da neta, elogia o atendimento recebido. “Na época, Keila foi muito bem atendida, e agora melhorou mais ainda”, relata.

O cirurgião Agnaldo Eusemberg Ferreira, que acompanhou o tratamento de Keila até os 15 anos, lembra com carinho da pequena paciente. Para ele, o Hospital João XXIII foi o maior esteio que teve em sua carreira, onde ganhou segurança para operar. “O João é uma entidade fantástica, não só pelas vidas que salva, mas também pela formação que proporciona aos profissionais que trabalham lá”, afirma o médico.

Residência em toxicologia

Este ano, o Hospital João XXIII se prepara para oferecer a residência em Toxicologia Médica. A nova residência está em processo de formatação na Rede Fhemig e a expectativa é de que seja a primeira no país.

Com o recente reconhecimento da toxicologia como especialidade médica, a Rede Fhemig, maior instituição não acadêmica a formar residentes no Estado, é uma das poucas organizações de saúde do Brasil que reúne condições para a oferta da residência em Toxicologia Médica já em 2014.

O atual programa, aprovado pela Comissão Nacional de Residência Médica, é fruto do trabalho conjunto do coordenador da Unidade de Toxicologia e do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIAT) do HJXXIII, Délio Campolina, e sua equipe.

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