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Segurança / Defesa Social

08h00min - 29 de Setembro de 2013 Atualizado em 09h00min

Humanização das unidades prisionais beneficia gestantes em Minas Gerais

Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade, em Vespasiano, prepara agentes penitenciários para emergências médicas

Um parto de emergência a caminho da maternidade ou um bebê engasgado com um pedaço de fruta são situações que já podem ser atendidas pelos agentes penitenciários do Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade – unidade prisional que abriga as detentas grávidas e mães de recém-nascidos, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Isto se deve a capacitação promovida pela direção geral da unidade aos 81 homens e mulheres responsáveis pela segurança do local. A iniciativa compõe o conjunto de ações desenvolvidas pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Defesa Social, com foco na humanização do sistema carcerário mineiro.

A capacitação é ministrada pela professora universitária e enfermeira Renata Vital Pimenta, de forma voluntária, com três alunas de um curso de graduação de enfermagem. O conteúdo do curso é todo direcionado para que os agentes possam ajudar as custodiadas em situações emergenciais com bebês ou com sua gestação. Na última sexta-feira (27), um dos cursos foi finalizado e, a partir desta semana, outra turma começa capacitação. O objetivo principal do curso é salvar vidas e humanizar cada vez mais o atendimento para as detentas gestantes e os bebês, que permanecem com as mães até completarem um ano de idade na unidade prisional diferenciada.

Durante as aulas, a professora explica que é muito importante saber reconhecer os “sinais de perigo” em uma criança como alterações respiratórias, problemas na deglutição de alimentos, vômitos, desidratação e convulsões para evitar problemas mais complexos. Nos casos das grávidas, entender os sinais do parto iminente e estar preparado para ajudar a mãe e os bebês também é matéria do curso. “Posso ficar tranquila de que os agentes penitenciários que passaram pelo curso têm condições de atender as principais situações do Centro de Referência”, destaca a professora e enfermeira.

A unidade já dispõe de agentes com conhecimentos de enfermagem, formados como técnicos e auxiliares, e não faltam boas e emocionantes histórias para contar sobre estes profissionais que vão além das funções de vigilância. A diretora de segurança da unidade Maurília da Silva Gandra, reforça então a necessidade de todos estarem preparados: “Ontem uma grávida rompeu a bolsa e os agentes responsáveis pela escolta até o hospital ficaram tensos. Falei para eles ficarem calmos e que seria uma oportunidade de colocarem em prática os conhecimentos do curso, mas deu tempo de chegar à maternidade”, conta Maurília.

Agente faz parto e recebe homenagem especial

Há sete meses o agente penitenciário e técnico em enfermagem, Kleider Amaral, auxiliou uma detenta no parto dentro do Centro de Referência, pois não houve tempo de levar a gestante para o Hospital Sofia Feldman, instituição na qual normalmente são realizados os partos. A ex-detenta ficou tão sensibilizada e grata com o atendimento do agente que deu o nome para o seu filho de Kleider.

A agente penitenciária, Wélia Cristina Batista, também já salvou um bebê de oito meses engasgado com um pedaço de maçã. “A mãe ficou desesperada e também todas as pessoas próximas. Eu simplesmente peguei o bebê, coloquei de bruços no meu colo e fiz uma massagem. O procedimento fez com que ele expelisse o pedaço de maça”, conta, emocionada, a agente.

Estas situações confirmam o que a enfermeira Renata Pimenta chama de “o nome das mãos”. “Quando damos as mãos para uma mãe, seja no parto, ou em uma situação com seu filho, ela nunca mais esquece o nome desta pessoa, mesmo que nunca a veja por única vez”, revela Renata. Para a agente penitenciária Elizete Benedita dos Santos o curso a ajudou a perder um grande medo. “Tinha uma preocupação com o cordão umbilical, mesmo já tendo assistido alguns partos. Agora já sei como agir, se houver necessidade”, afirma a agente.

Parceria de sucesso

O Hospital Sofia Feldman possui parceria com o Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade. O Centro de Saúde mantém um kit específico para partos de emergência na unidade prisional. Em qualquer saída com grávidas próximas do parto o kit é levado e, caso seja utilizado, um outro é entregue esterilizado e lacrado.

A agente penitenciária Luana Cossenzo, tem uma filha de cinco anos e garante que se surgir uma situação de parto iminente ela está preparada. “Já assiste partos no Sofia Feldman e também sou mãe. Acho que posso cuidar tranquilamente de uma grávida, numa situação emergencial”, explica Luana.

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