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Meio Ambiente

13h57min - 10 de Janeiro de 2011 Atualizado em 13h36min - 01 de Julho de 2013

IEF apresenta balanço da gestão da fauna em Minas Gerais

BELO HORIZONTE (10/01/11) - Em 2010, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), por meio da Gerência de Proteção à Fauna, Flora e Bioprospecção / Diretoria de Biodiversidade concentrou esforços no desenvolvimento de pesquisas em biologia, ecologia, taxonomia (ciência que classifica os seres vivos) e distribuição. O objetivo principal é diminuir o grau de ameaça de extinção de espécies encontradas nos biomas de Minas Gerais.

As principais causas do desaparecimento de algumas espécies no Estado são a destruição de seus habitats (31,4%), o desmatamento (24,9%), o fogo (8,7%), a poluição (7%), a perseguição ou apanha (6,4%), entre outras. Para reverter esse quadro, estudos apontam que as duas primeiras medidas a serem tomadas são a proteção dos habitats desses animais e a pesquisa em biologia, ecologia, taxonomia e distribuição.

“O IEF tem trabalhado com a comunidade científica a fim de mostrar a importâncias de algumas espécies encontradas apenas em determinadas regiões de Minas Gerais. Mas, como não fazemos pesquisas, firmamos convênios com outras instituições que têm estudado as espécies para que possamos diminuir o grau de ameaça de extinção. Associadas às outras atividades realizadas pelo Instituto, como o combate ao desmatamento, fiscalização ambiental e manejo, essas ações têm dado bons resultados”, ressalta o gerente de Proteção à Fauna, Flora e Prospecção, Miguel Ribon.

Entre os trabalhos realizados está o Projeto Pato Aqui Água Acolá. Criado em 2006, ele conta com a parceria do IEF, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Instituto Terra Brasilis, Ibama e comunidades rurais de São Roque de Minas e Vargem Bonita e ainda está em desenvolvimento. O objetivo é disponibilizar para a comunidade e para os visitantes e turistas da região da nascente do rio São Francisco, na Serra da Canastra, informações ambientais sobre a região, buscando sensibilizar e envolver a todos na participação para o uso solidário da água e na proteção da biodiversidade, utilizando o pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) como bandeira e porta-voz.

“O mergulhão é um importante indicador da qualidade da água devido aos seus hábitos. A melhor compreensão dos requerimentos básicos dessa espécie, suas relações com os outros componentes do ambiente em que vive e a consequente implementação de medidas que visem assegurar sua conservação in situ implica, necessariamente, na conservação dos recursos hídricos da região”, informa Ribon.

O projeto de fomento de criatórios experimentais de paca (Cuniculusi paca) pretende promover a conservação e reprodução de matrizes e reprodutores mediante pesquisa científica e fomento de criatórios experimentais a serem implantados. O trabalho é uma parceria do IEF, Semad, Fazendo Engenho D’Água (Ouro Preto), Ambiente Brasil Centros de Estudos, Ibama, Universidade Federal de Lavras (UFV) e quatro proprietários rurais na região de Ouro Preto e Mariana. “Desde 2006 trabalhamos a fim de receber as espécies apreendidas pelo Ibama. A ação continua em andamento e pesquisas acadêmicas sobre a reprodução e o manejo da paca estão sendo realizadas sob a supervisão da UFV”, explica Ribon.

Foi graças ao trabalho apoiado pela gerência que o minhocuçu (Rhinodrilus alatus) deixou o status de criticamente ameaçada de extinção. Com o projeto Conservação e Uso Sustentável do Minhocuçu em Minas Gerais, desenvolvido pelo IEF em parceria com a Semad, Instituto Sustentar e Ministério Público Estadual, foi desenvolvido o ciclo de manejo da espécie que era vendida, de forma descontrolada, como isca para pesca.

“Fizemos contato com o pessoal que vendia o minhocuçu e explicamos a o risco que a espécie sofria de desaparecer. Conseguimos convencê-los a não capturá-los entre os meses de outubro e dezembro, época em que o minhocuçu se reproduz. Com pesquisas, descobrimos que a espécie é registrada em outras regiões do Estado, além de Paraooeba”, esclarece o gerente.

O Veado Catingueiro (Mazama gouazoubira), espécie também em risco de extinção, é objeto de estudo de projeto desenvolvido pela gerência. Denominado Conservacionista do Veado Catingueiro, o trabalho pretende proteger e promover a reprodução monitorada da espécie no criatório da Fazenda Engenho D’Água, localizada em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto.

Trabalho parecido tem sido feito com a Águia-cinzenta (Harpyhaliaetuas coronatus). O objetivo do projeto Manejo e Conservação da Águia-cinzenta, lançado neste ano, é monitorar as populações remanescentes, introduzindo um trabalho de educação ambiental com foco na diminuição dos problemas como a caça e a perseguição.

Diagnóstico

Está em andamento, também, o programa de Diagnóstico e Monitoramento da Biodiversidade na Região do Mosaico de Unidades de Conservação do Espinhaço: Alto Jequitinhonha - Serra do Cabral e do Mosaico de Unidades de Conservação Sertão Veredas-Peruaçu com o Instituto Biotrópicos. Os objetivos são registrar o cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus) no Parque Estadual Veredas do Peruaçu avaliar o uso sazonal das veredas dessa unidade pela mastofauna de médio e grande porte, realizar o inventário de mamíferos de médio e grande porte no Parque Estadual Serra Negra e de anfíbios no Parque Estadual da Mata Seca, entre outras atividades.

Ainda em 2010, foi desenvolvida a Expedição Fauna das Gerais. O projeto realizado em parceria com a Organização não Governamental (Ong) 4 Cantos do Mundo e integra a Campanha Estadual de Proteção à Fauna, que visa promover ações educativas e de mobilização social sobre as agressões e pressões que a fauna tem sofrido e que ameaçam de extinção, a médio e a longo prazo, várias espécies silvestres. Além disso, a campanha procura sensibilizar a sociedade civil mineira a respeito dos danos provocados pelo comércio ilegal de espécies, pela caça predatória, perseguição ou apanha e atropelamentos de animais e também pela destruição de habitat provocados por queimadas, desmatamentos, poluição e outras ameaças indiretas. 

Em 2010, a gerência também desenvolveu projeto de consolidação de um sistema integrado de recebimento, triagem, recuperação, soltura e ou encaminhamento de animais silvestres para a Zona da Mata Mineira, em Viçosa a fim de receber, tratar e manter animais internados e adaptá-los para sua soltura e reintrodução em ambientes naturais. Nessa mesma linha, foi construído um centro de triagem de animais silvestres integrado de recebimento, recuperação, soltura e ou encaminhamento de animais silvestres para o Centro-Oeste mineiro, em Iguatama.

De acordo com Ribon, a maioria dos projetos da gerência teve início em 2007. “Mas os trabalhos tiveram bom andamento em 2010 e daremos continuidade a eles no próximo ano”, garante. O gerente ressalta, ainda, que todos os convênios firmados com instituições de ensino, ONGs e Oscips são constantemente acompanhados por técnicos do IEF.

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