BELO HORIZONTE (04/12/09) - A produção da indústria mineira registrou, em outubro último, crescimento da ordem de 3%, superior à média nacional, que ficou em 2,2%, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os índices regionais da produção industrial ajustados sazonalmente avançaram também frente a setembro em dez dos 14 locais pesquisados sendo que, além de Minas, o Paraná (8,7%), o Espírito Santo (2,9%) e o Ceará (2,3%) assinalaram taxas acima da média nacional (2,2%). São Paulo e Santa Catarina (ambos com 2,1%), Pará (1,2%), Rio de Janeiro (0,9%), Rio Grande do Sul e Bahia (ambos com 0,8%) também registraram aumento na produção.

No confronto outubro/09 e outubro/08, que para o total do país ficou em -3,2%, os índices foram negativos em dez dos 14 locais, com Pará (-8,7%), Minas Gerais (-7,4%), Goiás (-5,8%), Rio Grande do Sul (-5,5%), São Paulo (-5,1%) e Ceará (-3,5%) registrando quedas superiores à média nacional, indica o levantamento do IBGE, sob o impacto da crise financeira internacional. As demais taxas negativas foram assinaladas por Santa Catarina (-2,9%), Amazonas (-1,4%) e Rio de Janeiro (-1,0%).

Segundo o IBGE, mesmo com dois dias úteis a menos que outubro de 2008, outubro último foi marcado por recuperações significativas em vários setores, num contexto de maior confiança no ambiente econômico. A influência desses fatores fica evidente no confronto entre o ritmo de produção do terceiro trimestre com o de outubro, ambas as comparações contra igual período do ano anterior.

Desempenho Mineiro

O avanço de 3% da indústria mineira em outubro frente a setembro, descontados os efeitos sazonais, ocorreu pela décima vez consecutiva, acumulando nesse período ganho de 28,0%. Com isso, o índice de media móvel trimestral, ao crescer 1,7%, acelera o ritmo frente ao resultado de setembro (1,3%) e mantém a trajetória ascendente iniciada em janeiro último.

Mas na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial mineira exibe recuo há doze meses, com a taxa de -7,4% de outubro registrando a menor retração desse período. Esse movimento não foi acompanhado pela indústria extrativa (-24,9%), que registrou resultado próximo ao de setembro (-24,1%).

A indústria de transformação apontou forte redução no ritmo de queda em outubro (-4,3%) em relação a setembro (-10,5%) devido, principalmente, ao desempenho da indústria de veículos automotores, que passou de uma taxa mensal de 3,8% em setembro para 17,4% em outubro. Especificamente neste último mês, nove setores revelaram queda na produção, cabendo a indústria extrativa (-24,9%) e metalurgia básica (-18,8%) as maiores contribuições negativas sobre a média global.

Os indicadores acumulados nos dez meses do ano (-17,6%) e nos últimos doze meses (-18,1%) também mostraram retrações, com esse último acentuando o ritmo de queda frente a setembro (-17,3%).

No indicador acumulado para os dez primeiros meses do ano, as taxas negativas alcançaram todos os locais. Com quedas superiores aos -10,7% assinalados na média nacional, situam-se Espírito Santo (-21,1%), Minas Gerais (-17,6%), Amazonas (-11,9%), São Paulo (-11,6%) e Rio Grande do Sul (-10,9%). Nesses locais, foram determinantes para o desempenho industrial fatores como a queda do dinamismo dos produtos tipicamente de exportação, particularmente as commodities (minérios de ferro e produtos siderúrgicos) e o forte ajuste na produção de automóveis e de máquinas e equipamentos.

Veja em imagens os quadros da pesquisa do IBGE