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Esportes

14h15min - 01 de Agosto de 2008 Atualizado em 03h47min - 30 de Junho de 2013

Jogadoras de vôlei do Minas apóiam atletas do Fica Vivo!

Duas jogadoras da equipe principal do vôlei feminino do Minas Tênis Clube se tornaram madrinhas das equipes de vôlei da 3ª Olimpíada do Programa Fica Vivo!. Os jovens do programa estiveram no clube para um jogo de confraternização com as atletas, que agradeceram os elogios dos fãs.

BELO HORIZONTE (01/08/08) - Elas esbanjam simpatia, embora revelem a timidez própria das adolescentes ainda não acostumadas com a admiração de tantos fãs. Outra característica, no entanto, fazem das jogadoras da equipe principal do vôlei feminino do Minas Tênis Clube pessoas muito especiais: um aguçado senso de cidadania. Nesse quesito, duas delas, Priscila Daroit e Camila Monteiro, marcaram aces que deixaram os mineiros mais orgulhosos do que nunca. As garotas se tornaram madrinhas das equipes de vôlei da 3ª Olimpíada do Programa Fica Vivo!, O programa, desenvolvido pelo Governo de Minas, é destinado a jovens de comunidades com alto índice de violência e oferece oficinas culturais, esportivas e de inclusão produtiva, proporcionando-lhes novos interesses que os afastam da criminalidade, por meio da inserção social e do ingresso no mercado de trabalho.

A redução em até 50% do número de mortes violentas nas 22 comunidades do Estado, onde estão implantados núcleos do Fica Vivo!, comprova o acerto da política de prevenção à criminalidade promovida pelo Governo de Minas para sua juventude residente em áreas de risco. São mais de 13 mil jovens, de 12 a 24 anos, que, atualmente, participam de mais de 500 oficinas oferecidas pelo programa. De 2003 a 2007, o Fica Vivo! contabiliza a oferta desses cursos para quase 32 mil jovens.

Das oficinas esportivas, surgiu a Olimpíada, já em sua terceira edição. Três mil jovens dos núcleos instalados em cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte disputam o torneio, em sete modalidades – futsal, futebol de campo, vôlei, basquete, handebol, tênis e lutas (karatê, karajucá, judô e taekwondo). Além do entretenimento, a diretora de Promoção Social da Juventude da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Kátia Simões, explica que “a atividade esportiva serve para disciplinar; é positiva para a saúde e ajuda a desenvolver a capacidade do trabalho em equipe. Por tabela, o jovem passa a ter novos interesses que o afastam da criminalidade”.

De acordo com ela, o objetivo do torneio é proporcionar aos jovens a prática e o acesso a espaços esportivos de referência no Estado, como o Minas Tênis Clube, uma das instituições mineiras mais importantes e tradicional “celeiro de talentos” do esporte nacional. “Jogar num ginásio como o do Minas Tênis reforça o incentivo para que eu continue a fazer o que mais gosto que é jogar basquete”, ressaltou Josué Marques Arantes, de 16 anos, que começou a praticar basquete no núcleo do Fica Vivo! da comunidade do Morro das Pedras, capital, onde reside.

O secretário de Estado de Defesa Social, Maurício Campos Júnior, lembra que eventos como a Olimpíada “vão além da fixação de valores próprios do esporte, como ética, companheirismo, lealdade e disciplina, que ficarão sempre presentes na vida desses jovens”. Conforme afirma, essas iniciativas são a oportunidade do programa Fica Vivo! articular, em outras áreas da cidade, competições saudáveis entre as comunidades, que deixam a rivalidade de lado e passam a conviver cordialmente.

Equipe cidadã

Ansiedade, timidez e uma grande dose de curiosidade. Convidados a ver de perto um treino da equipe principal de vôlei feminino do Minas Tênis Clube, seis jovens jogadores de vôlei da comunidade da Pedreira Prado Lopes, na capital, que disputam a 3ª Olimpíada do Fica Vivo! passaram uma tarde inesquecível. “Parece um sonho”, repetia Cleiton Félix Costa, de 19 anos. O “sonho” era estar frente a frente com as madrinhas Priscila Daroit e Camila Monteiro, além de Andressa Picussa, Rafaela Dal Ponte, Rupia Furtado, Nathália Vieira e Ivna Franco, a equipe cidadã do Minas Tênis Clube.

Ao encontrar as “meninas do vôlei” os olhares dos jovens misturavam timidez e euforia, não muito diferente dos olhares delas, que pareciam acanhadas diante de tanta admiração. Vencido o primeiro momento, de expectativas e curiosidades mútuas, o amor pelo esporte falou mais alto e jogadores e jogadoras lançaram-se à quadra para uma confraternização bem ao gosto de todos: uma partida de vôlei.

Equipes mescladas, meninos e meninas trocaram passes com direito a cortadas, bloqueios e mergulho de peixinho que salvou uma bela jogada. Tudo regado a muita alegria e descontração. Cada toque de bola era mais um motivo de diversão. Medindo 1,65m de altura, William Cantuária se agigantou ao lado da parceira de time, Priscila Daroit, que tem 1,85m de altura. Com cortadas e bloqueios semelhantes aos de um atleta profissional, ele não escondia o entusiasmo com a partida. “Muito melhor do que podia imaginar. Agora, quando assistirmos um jogo com a Priscila, vou poder falar: Eu já joguei com ela”.

As madrinhas agradeceram os elogios dos fãs Cleiton Félix Costa, William Cantuária, Taísa Cunha dos Santos, Edson Henrique dos Santos, Lucas Ferreira Roque e Welece Alves dos Santos. “Participar desse evento é uma experiência muito bacana. Fico orgulhosa de ajudar esses jovens a conquistar um futuro diferente. Acredito que a nossa presença é um incentivo para que eles possam seguir seus caminhos com a dignidade que merecem”, afirmou Priscila. E, categórica, resumiu: “Através do esporte, eles terão a oportunidade de conquistar um futuro melhor. O ideal seria que o Programa Fica Vivo! fosse implantado em todos os estados brasileiros e que os clubes esportivos pudessem apoiá-lo".

Também são padrinhos e madrinhas dos jovens que disputam a Olimpíada do Fica Vivo! os atletas do Minas Tênis Clube André Luiz Gonçalves e Guilherme Hubner, do Basquete; Leonardo Vinícius e Rafael Sanna, do Futsal; Mariana Aquino e Carolina Trópia, da Ginástica de Trampolim; Ádila Pacheco e Nacif Satler, do Judô; Fernanda Alvarenga e Cândido da Silva, da Natação; Pedro Bernard e Maísa Feital, do Tênis; e, Rafael Martins e Wesley Ribeiro, do Vôlei masculino.

A 3ª Olimpíada do Fica Vivo será encerrada no dia 3 de agosto, no Estádio do Independência, onde os vencedores serão premiados. Além de Belo Horizonte, já foram implantados núcleos do Fica Vivo! em Sabará, Vespasiano, Uberaba, Uberlândia, Santa Luzia, Ribeirão das Neves, Ipatinga, Governador Valadares, Montes Claros, Betim e Contagem. Ainda este ano, mais três núcleos do Programa Fica Vivo! serão implantados em Minas.

Reconhecimento

O Programa de Controle de Homicídios Fica Vivo! foi criado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2002 e assumido como política pública do Governo de Minas em 2003. Firmou-se como uma das mais bem sucedidas ações de redução da criminalidade executadas pelo Governo de Minas, já tendo obtido reconhecimento internacional pelos bons resultados que vem apresentando desde seu início. Em 2006, o Fica Vivo! foi finalista do Prêmio Global de Excelência de Melhores Práticas para Melhoria do Ambiente de Vida. Foram inscritas 703 práticas de 88 países. Dos 48 finalistas, apenas dois eram do Brasil, entre eles, o Fica Vivo!.

Em junho deste ano, Sebastião Everton de Oliveira, de 21 anos, atendido pelo Fica Vivo! do bairro Palmital, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi um dos cinco representantes brasileiros escolhidos para participar do Encontro Internacional de Jovens para a Prevenção à Criminalidade nas Cidades, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), na África do Sul.

O programa é desenvolvido em parceria entre o Governo do Estado, por meio do Sistema de Defesa Social, o Poder Judiciário, o Ministério Público, a UFMG e os municípios onde os núcleos estão instalados. A tarefa principal desses parceiros é reprimir a criminalidade, agindo antes que os crimes aconteçam, o que contribui para dar maior segurança aos jovens que residem nas áreas de risco social e expostas à violência. O programa também trabalha com a criação de redes comunitárias que incentivam a participação dos jovens e buscam soluções locais para prevenir a criminalidade.

Os núcleos de prevenção à criminalidade são espaços instalados nas próprias comunidades para prestar atendimentos, estabelecer novas parcerias, acompanhar os jovens e coordenar as oficinas que acontecem em locais estrategicamente espalhados na comunidade, de forma a facilitar o acesso dos jovens.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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