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Segurança / Defesa Social

18h39min - 15 de Dezembro de 2014 Atualizado em 18h53min

Jovens que cumprem medidas socioeducativas compartilham experiências de vida no Teatro Marília

Apresentação na capital abriu espaço para que adolescentes e estudantes mostrassem o que foi desenvolvido durante residência artística com o diretor francês Thierry

“Isto não é um espetáculo, trata-se de um devaneio sonhático, uma bela aventura humana que estes jovens viveram”. Assim o diretor francês, Thierry Poquet, explica o trabalho desenvolvido, sob sua orientação, e apresentado na tarde desta segunda-feira (15/12). O projeto foi realizado com dez adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em casas de semiliberdade de Belo Horizonte e cinco estudantes da Faculdade de Teatro da Universidade de Minas Gerais (UFMG). A experiência cênica foi realizada no Teatro Marília, localizado na avenida Alfredo Balena, região hospitalar da capital.

A apresentação foi chamada de “compartilhamento de resultados”, isto é, um momento para mostrar o que foi desenvolvido durante a residência artística em Belo Horizonte do diretor. O objetivo foi proporcionar práticas teatrais que despertassem reflexões sobre situações de vida e da sociedade brasileira, como realização de um projeto de cooperação cultural entre o Conselho Regional do Nord-Pas-de-Calais da França e o governo de Minas Gerais. O projeto foi realizado com o auxílio de uma bolsa francesa, que permitiu ao diretor entrar em contato com artistas, produtores e instituições de Minas Gerais.

“A bela aventura humana” vivida pelos jovens estudantes de teatro e os autores de atos infracionais será apresentada em vídeo na Bienal de Arte Contemporânea de Lille 3000, em dezembro de 2015, na França. O renascer de situações difíceis direciona este projeto de Poquet. “Todo mundo um dia já levou uma pancada da vida e morreu de forma figurada, mas conseguiu se reerguer. Este movimento tem origem em cada um de nós, é um renascimento”, complemento o diretor. Em abril ele parte para o Marrocos, onde continuará o tema com pessoas de diferentes níveis sociais.

Larissa Altemar, 23 anos, cursa o sétimo período da Faculdade de Teatro na UFMG e sentiu no palco a experiência do renascer. “Foi uma entrega, termo muito usado no meio teatral, uma busca para o sentido da vida”, contou.

A subsecretária de Atendimento às Medidas Socioeducativas, Gisele da Silva Cyrillo, considera o projeto uma ótima forma de desenvolver um dos eixos obrigatórios das medidas socioeducativas, o cultural. “A ideia de renascimento motiva os jovens a reconstruir suas vidas, especialmente no momento de privação de liberdade”, refletiu. Atualmente, a subsecretária administra, hoje, 33 unidades socioeducativas, sendo 23 centros socioeducativos para internação e internação provisória (uma unidade feminina e 22 masculinas) e 10 casas de semiliberdade (uma feminina e nove masculinas).

Carreira

Em junho deste ano, Thierry Poquet dirigiu o espetáculo de abertura do 20º Festival de Músicas Sagradas do Mundo, no Marrocos. Em 2013, no mesmo país, realizou uma adaptação do Apontamentos para uma Orestia Africana, de Pier Paolo Pasolini, na antiga Medina d'Azemmour e criou junto com o coreógrafo Juha Marsalo o jantar-espetáculo Ambouctou!

Em anos anteriores, trabalhou como compositor de música cênica, diretor artístico do Festival Fuites de Jazz (Douai), diretor técnico do Festival de Lille e do Festival de Músicas Contemporâneas de Romans. Fundou e dirigiu o Coletivo Organum, uma companhia de teatro de rua e ainda atuou como professor no Centro Nacional de Artes do Circo em Châlons-en-Champagne, na Academia Fratellini, e na Escola Nacional de Circo de Montreal no Québec, Canadá.
 

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