BELO HORIZONTE (15/07/08) - A Fundação do Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), em parceria com a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), lançou nesta terça-feira (15), em Belo Horizonte, a primeira edição do Mapa de Solos de Minas Gerais. Nessa primeira tiragem serão impressos 30 exemplares, que serão doados às principais instituições de ensino e pesquisa do Estado, além de algumas organizações federais. O lançamento aconteceu no Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR). A publicação é a concretização de um trabalho de quase 30 anos realizado pelo Cetec. Cada mapa está sendo publicado em quatro partes, o que facilitará o manuseio dos pesquisadores no dia-a-dia de trabalho.

O Mapa de Solos tem por objetivo o planejamento do uso da terra. De acordo com o pesquisador do Setor de Recursos da Terra, Antônio Francisco Sá e Melo Marques, conhecer o solo é essencial para que se decida de que maneira a terra será utilizada, se para a agricultura, pecuária ou até mesmo para embasar a decisão de não usá-la. “Existem solos de inúmeros tipos e características em Minas”, ressalta.

A elaboração do Mapa de Solos de Minas Gerais começou com um conjunto de estudos integrados realizado pelo Cetec nas décadas de 70 e 80. Os trabalhos foram encabeçados por Marques. Segundo ele, os levantamentos foram realizados durante dois anos de pesquisas pelo Estado. Os solos de três grandes regiões de Minas foram priorizados: a região Noroeste, a “Bacia do Jequitinhonha” e o “Alto São Francisco”. As três regiões em conjunto correspondem a 55% da área estadual.

Do papel para o computador

De acordo com o professor adjunto do Departamento de Solos da UFV, Elpídio Inácio Fernandes Filho, a parceria entre Cetec e UFV se deu quando o pesquisador Antônio Francisco foi realizar seu doutorado na Universidade. “Ele levou o Mapa com ele e quando eu fiquei sabendo a que se referia, propus a digitalização do conteúdo. O Mapa é muito importante. Ajuda muitos pesquisadores da área ambiental em trabalhos complicados. Então acredito que digitalizado ele é muito mais acessível”, explica.

A previsão é que, após totalmente concluída a digitalização, o Mapa seja disponibilizado para acesso irrestrito em formato PDF na Internet. Ainda não está definido em qual site ele será colocado para download dos usuários. Segundo Fernandes, somente a possibilidade de deixar acessível a todos justifica o trabalho que tiveram. “Era um sonho distante e agora minha equipe vê o Mapa sendo publicado e em vias de ser colocado na Internet. Isso traz grande alegria e realização para quem trabalhou na digitalização. É uma sensação boa de missão cumprida”, completa.

O Mapa de Solos de Minas Gerais abre perspectivas para propostas futuras de levantamento de áreas do Estado que são carentes de dados sobre seus solos. As regiões Sul e Leste precisariam de novas fontes informativas, que enriqueceriam ainda mais os dados já existentes. De acordo com o professor, a publicação do Mapa é ponto de partida nesse sentido.