BELO HORIZONTE (13/07/07) – Com um mês de atividade, o Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), localizado na região Leste de Belo Horizonte, já se consolidou no cenário nacional como espaço para aprendizado e troca de experiências. Nesta sexta-feira (13), representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) visitaram o local, criado pelo Governo de Minas para estimular a reflexão e a ação de cidadania para os desafios da gestão integrada de resíduos.

A secretária de Articulação Institucional e Parcerias do MDS, Heliana Kátia Tavares Campos, foi recebida pela gerente-executiva do CMRR, Vera Schaper, que apresentou as ações em andamento, como o curso de Qualificação de Gestão e Negócios de Resíduos.

Durante a visita, a secretária teve a oportunidade de acessar o Sistema de Informação para Gestão Orientada para Resultados (Sigeor), desenvolvido pelo CMRR para auxiliar os gestores municipais na elaboração de Planos de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRSs).

“Muitas prefeituras obtêm recursos para viabilizar o Plano de Gerenciamento Integrado, mas não conseguem implementá-lo, pois não sabem articular, chamar os parceiros para uma mesa de debate. Acredito que o conhecimento é estratégia muito forte para mudar esse cenário no nível municipal”, ressalta Heliana Kátia. De acordo com ela, o Centro Mineiro de Referência em Resíduos é resposta a uma importante integração entre as ações de preservação ambiental e a inclusão social. “O CMRR é mais do que a realização dos sonhos dos mineiros. É a realização dos sonhos das pessoas do Brasil que estão envolvidas com as áreas social e ambiental”, concluiu.

Referência nacional

Motivada pela experiência mineira no licenciamento de indústrias siderúrgicas, a equipe do Imasul, composta por oito integrantes, optou por ampliar a visita técnica a Belo Horizonte e incluir no roteiro o CMRR. “O espaço é maravilhoso. Com a criação do centro, Minas Gerais se consolidou na liderança das ações de gestão de resíduos”, afirmou a diretora-executiva do Imasul, Márcia Pereira da Mata, que ficou impressionada com os números do programa Minas sem Lixões.

Em desenvolvimento desde 2003, o Minas sem Lixões já contabiliza cerca de seis milhões de habitantes do Estado beneficiados com sistemas adequados de disposição final de lixo. Estão em operação 17 aterros sanitários, que atendem a 33 municípios, e 59 usinas de triagem e compostagem. “Vamos tentar, aos poucos, chegar onde Minas está. Mato Grosso do Sul possui, apenas, um aterro sanitário. Somente no lixão de Campo Grande, em 2003, foi diagnosticada a presença de 700 catadores, em escala de revezamento”, afirma a diretora-executiva.

Entre os projetos apresentados, o Inventário de Resíduos Sólidos de Minas Gerais atraiu a atenção da equipe de técnicos do Imasul. Trata-se de sistema de informação que permite a visualização de todas as áreas de disposição final de resíduo de Minas Gerais, por meio de fotos e imagem via satélite. “É uma ferramenta de gestão e informação. A sociedade tem em mãos um instrumento para pressionar o poder público municipal a tratar os resíduos”, diz Márcia Pereira. O Inventário de Resíduos estará disponível, em agosto, no site do CMRR (www.cmrr.mg.gov.br).