Minas por Região
Economia / Desenvolvimento

18h03min - 23 de Abril de 2008 Atualizado em 14h26min - 01 de Julho de 2013

Minas Gerais instala debate sobre nova matriz energética

Representantes do Conselho Estadual de Energia (Coner) apresentaram, em BH, estudo sobre o uso da energia na economia mineira. Objetivo é gerar eficiência energética e agregar valor à indústria com adoção do planejamento energético e ambiental. Demandas dos setores também foram discutidas.

BELO HORIZONTE (23/04/08) - Repensar o uso da energia na economia mineira, gerar eficiência energética e agregar valor à indústria com adoção do planejamento energético e ambiental. Essas são as principais conclusões do Estudo apresentado na reunião do Conselho Estadual de Energia (Coner), realizada na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte. Além da apresentação e discussão da matriz energética projetada para Minas Gerais e da proposta de uma política estadual de bioenergia para 2030, foram discutidas as demandas dos setores de transporte e a oferta de petróleo e derivados.

Elaborado por uma equipe de professores e pesquisadores liderados pelos professores Roberto Schaeffer, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Luiz Augusto Horta, do Centro de Excelência em Eficiência Energética da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), o trabalho foi encomendado pelo Governo de Minas, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede).

O estudo faz uma radiografia do setor e servirá de base para elaborar a política energética do Estado. O levantamento será discutido, nos próximos meses, com representantes das diversas instituições mineiras dos setores público e privado. Até 2014, deverão ser implantadas ou expandidas no Estado 36 plantas industriais com capacidade de moagem de 69,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar com capacidade de geração elétrica comercializável de 587,3 MW. A indústria é responsável por 62% do consumo de energia elétrica.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcio de Lacerda, “o objetivo é aumentar a competitividade, reduzir a dependência externa e avaliar novas alternativas em busca da eficiência energética”.

Implicações

O professor Luiz Augusto Horta enfatizou que o levantamento não tem a intenção de projetar modelo de oferta e demanda de energia, mas a partir de uma noção de desenvolvimento mais amplo trabalhou as implicações de políticas adotadas diante do comportamento da economia e das alterações na estrutura produtiva, do progresso técnico e do mercado externo.

O trabalho destaca ainda que o crescimento da indústria siderúrgica mineira mostra a necessidade de explorar ao máximo o potencial de produção de carvão vegetal no Estado. Por isso, pode haver necessidade de eventual aumento da importação de carvão metalúrgico.

Por outro lado, salienta que mesmo modificada e expandida para uma maior obtenção de diesel, a Refinaria Gabriel Passos (Regap), instalada em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, não garante que Minas atinja auto-suficiência em diesel, uma vez que o modal rodoviário mantém-se como o maior consumidor de energia do setor, cerca de 95% do consumo total.

Outro ponto que chama a atenção é que o Estado poderá passar à condição de importador de eletricidade, em virtude dos altos níveis de expansão da demanda. Os professores e pesquisadores insistem que é viável, a longo prazo, o uso de tecnologias alternativas, como a energia eólica e a intensificação da utilização do aquecimento solar direto para aquecimento de água nos setores residencial, comercial e de serviços. Destaca também a importância de políticas de conservação de energia.

O professor Luiz Horta salientou ainda que Minas Gerais poderá tornar-se auto-suficiente em etanol, produtos florestais e biodiesel, bem como exportador. Extensas áreas poderão ser dedicadas à produção de culturas energéticas (canaviais e eucaliptos), o que deverá ser feito a partir de um zoneamento agroclimático para a expansão da cana-de-açúcar, sem comprometer a produção de alimentos.

O Conselho Estadual de Energia (Coner), presidido pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, conta com representantes de órgãos públicos e privados, além de entidades representantivas dos grandes consumidores industriais, empresas geradoras e associações de classe do comércio, indústria e agricultura e usineiros. O Coner tem por finalidade discutir e avaliar as diretrizes gerais do setor.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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