O governador Antonio Anastasia, acompanhado do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, abriu, nesta segunda-feira (15), no Palácio Tiradentes, a 9ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em Minas Gerais. Criada em 2004 pelo ministério, a SNCT tem como principal objetivo a difusão e a popularização da ciência, tendo como tema, este ano, “Sustentabilidade, Economia Verde e Erradicaçãoda Pobreza”.

Segundo o ministério, Minas é o Estado com o maior número de cidades e instituições participantes da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com mais de 2.670 eventos cadastrados, em 115 cidades, envolvendo 212 instituições.

“Isso demonstra o empenho que temos dedicado ao tema Ciência e Tecnologia em nosso Estado, imprescindível para o desenvolvimento da Minas Gerais do futuro. Ao mesmo tempo, estamos muito felizes de termos o maior número de cidades e instituições participantes da Semana. Temos o maior número de universidades federais públicas do país e isso ajuda muito a captar nomes de altíssima qualificação. Esses números significam que estamos apostando em nosso futuro”, ressaltou Anastasia.

Em seu pronunciamento, o ministro Marco Antonio Raupp também destacou a forte presença de Minas nas atividades voltadas para a inovação tecnológica. “O Estado de Minas Gerais é o campeão no número de municípios com atividades na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Daí, o entendimento imediato que tivemos para realizar em Belo Horizonte a abertura do evento. Isso acontece pelo esforço continuado que as autoridades do Estado estão desenvolvendo em prol da Ciência e Tecnologia. Minas tem o grande benefício de ter o maior número de universidades do país e, por isso, tem todas as condições de desenvolver o esforço pela Ciência e Tecnologia em primeira grandeza”, afirmou o ministro.

Prêmio de Pesquisa Básica

O evento de abertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia incluiu a entrega do Prêmio de Pesquisa Básica “Marcos Luiz dos Mares Guia” ao pesquisador mineiro Sérgio Danilo Junho Pena, pela relevância de sua contribuição para a ciência em nível nacional e internacional.

Para Sergio Pena, o Brasil depende do desenvolvimento da inovação tecnológica para consolidar sua posição de destaque no cenário mundial. “A inovação tecnológica visa controlar a natureza. No entanto, ninguém consegue controlar aquilo que não entende. É a ciência que nos permite entender a natureza”, afirmou.

Natural de Belo Horizonte, Sérgio Pena é formado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi o pioneiro da aplicação das impressões digitais de DNA na América Latina, alavancando uma verdadeira revolução no tratamento judicial e nas atitudes da sociedade com relação à determinação de paternidade. As pesquisas de Pena têm contribuído para o entendimento da diversidade genética, mostrando que critérios para diferenciar raças humanas não possuem significado biológico.

O pesquisador disse, ainda, que o país precisa criar melhores condições para que a ciência básica, que desenvolve soluções para problemas da sociedade, avance. “Isto já está acontecendo na esfera federal, embora possa melhorar bastante. Em Minas, o atual governo tem brilhado, repassando à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) toda a verba devida”, completou Pena.

Em dez anos, o orçamento do Governo de Minas para o fomento à pesquisa e inovação foi multiplicado por 12, passando de R$ 25,9 milhões, em 2003, para R$ 318,6 milhões (previsão para 2012), salto de 1.130%.

Patrocinado pela Fapemig, o prêmio consiste em medalha, certificado e um cheque de R$ 10 mil. A premiação é uma homenagem ao professor e cientista mineiro Marcos Luiz dos Mares Guia (1935-2002), um dos responsáveis pela descoberta da insulina humana recombinante, usada no tratamento de diabetes

Também participaram da cerimônia os secretários de Estado Narcio Rodrigues (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), Ana Lúcia Gazzola (Educação) e Carlos Melles (Transportes e Obras Públicas); o presidente da Fapemig, Mario Neto Borges; o reitor da UFMG, Clelio Campolina; e o presidente da Comissão Julgadora do Prêmio de Pesquisa Básica “Marcos Luiz dos Mares Guia”, professor Evaldo Vilela.

Museu Itinerante da UFMG

Após a cerimônia de abertura, Antonio Anastasia e Marco Antonio Raupp visitaram a exposição montada na Praça Cívica da Cidade Administrativa e a unidade móvel do Museu Itinerante Ponto UFMG, que ficarão abertas à visitação até sexta-feira (19). A expectativa é que cerca de 18 mil pessoas, entre servidores públicos e alunos de escolas públicas e privadas, de mais de 40 cidades mineiras, visitem os espaços.

O objetivo do museu, que recebeu recursos de cerca de R$ 4 milhões do Governo de Minas, em parceria com o Governo Federal, é promover a difusão da ciência e da tecnologia nas instituições de ensino mineiras, ampliando a compreensão dos meios de produção científicos e sua relação com a educação e a cultura.

Desafio Verde

Para estimular a participação dos alunos, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) criou o Desafio Verde, no qual as escolas participantes devem promover eventos específicos sobre o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A escola que conseguir realizar o maior número de atividades será premiada com passagens e diárias para conhecer o Instituto Inhotim, em Brumadinho. As dez escolas e municípios que se classificarem com o maior número de atividades receberão um certificado especial do Governo de Minas.