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Copa do Mundo

15h09min - 17 de Agosto de 2011 Atualizado em 06h01min - 01 de Julho de 2013

Modernização do Mineirão garante tratamento diferenciado e inclusão social de operários da obra

BELO HORIZONTE (17/08/11) - Fazer parte do time que trabalha nas obras de modernização do Mineirão representa um ganho para o currículo dos operários que hoje se dedicam à entrega do estádio em dezembro de 2012. Não só pelo que representa o estádio para o futebol mundial e para os mineiros, mas também pelo modelo de organização no qual estão inseridos, baseado em critérios de humanização.

Nesse canteiro de obras, o operário pode se alfabetizar, a alimentação é balanceada, a capacitação é fundamental e há espaço para a ressocialização de detentos, que, na obra, têm direito a um salário mínimo integral. São benefícios que demonstram o compromisso com o futuro de quem prepara um dos principais palcos da Copa do Mundo de 2014.

Para o secretário Extraordinário da Copa do Mundo, Sergio Barroso, trata-se de uma obrigação conduzir os negócios por meio de um comportamento humanizado, que contribua para o desenvolvimento econômico e social. “Estamos contribuindo para esse processo de transformação e inclusão social do país ao oferecer dignidade a indivíduos que estão lá na base da pirâmide, por meio de iniciativas que resultarão em um legado muito valioso a todos eles”, defende. Há pelo menos cinco exemplos que podem ilustrar essa agenda de responsabilidade social firmada entre o Governo de Minas e o consórcio Minas Arena, que realiza as obras.

Educação

Atualmente, cerca de 30 alunos frequentam aulas diárias do Curso de Alfabetização oferecido pelo consórcio Minas Arena. As aulas acontecem de segunda à quinta-feira, das 17h30 às 19h30. Eles recebem material escolar completo, o que inclui cartilhas, livros, cadernos, lápis, borracha e carteirinha de estudante válida em todo o território nacional. Antes das aulas, um lanche é servido para a turma.

A professora da rede pública Danusa Campos diz ter orgulho em alfabetizar adultos, principalmente quando estão motivados. “A sensação de fazer esse trabalho é a melhor possível, pois os alunos estão realmente interessados em aprender. Estamos lidando com inclusão social, algo muito importante e que me dá muito prazer”, conta Danusa. Atuando na obra, dezenas de operários passaram a ter a chance de receber educação formal.

Treinamento

Todo operário que trabalha na obra recebe treinamento específico para a atividade a ser desempenhada. Cada função tem sua capacitação correspondente. O cumprimento das normas de segurança, qualidade e sustentabilidade - em concordância com as exigências das certificações ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS - contribuem para a minimização de riscos e padronização de todo o sistema de trabalho.

Darvisson recebeu 14 horas de treinamento padrão e mais 40 horas de capacitação específica para o trabalho em espaços confinados. Sua função na obra é verificar se há presença de gases em escavações profundas e garantir a segurança dos operários. “Passei a ter outra visão sobre segurança do trabalho. O que aprendi aqui vai servir para sempre. Agora sei trabalhar como deve, sei lidar com a vida do outro e resgatar companheiros, no caso de uma emergência”, atesta. Darvisson recebeu aulas que incluíam temas como qualidade do serviço, primeiros-socorros e medição de gases. “O mais importante foi ter aprendido a salvar vidas”, conclui o jovem sobre o treinamento recebido.

Alimentação

A tarefa da nutricionista da empresa Anna Paula Araújo, contratada para fornecer a alimentação dos operários, é elaborar um cardápio que leve em consideração o alto gasto calórico característico de atividades da construção civil. “Temos de ter em mente que a dieta do pessoal que trabalha utilizando grande esforço físico é diferente daqueles que passam o dia inteiro no escritório”, explica Anna. Portanto, quatro tipos de salada (folhas e leguminosas), pratos proteicos (carne de boi, de porco ou de frango), os tradicionais arroz e feijão, suco e sobremesa estão sempre garantidos no menu desses trabalhadores.

Vários operários vêm de outros estados, o que acaba sendo mais um desafio para a nutricionista. “Na medida do possível, e seguindo o nosso padrão de qualidade, conseguimos atender e adequar a alimentação a todos os gostos”, conta. Um deles é o carpinteiro Antônio Marcos Carvalho de Souza, que veio direto do Piauí para trabalhar no Mineirão. Mais que adaptado, Antônio está se deleitando com o tempero mineiro. “A comida é boa e a bisteca de porco e a feijoada são meus preferidos”, relata o carpinteiro.

Detentos

Atualmente, 20 detentos do sistema prisional de Minas trabalham nas obras do Mineirão. A contratação se deu por meio da parceria firmada entre a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e a empresa Minas Arena. A intenção é chegar a 200 detentos quando as obras estiverem em seu ponto máximo, previsto para início de 2012. Os presos, que cumprem pena em regime semi-aberto, receberam curso de capacitação para atuarem como eletricistas, carpinteiros, serventes de obra e outras tarefas ligadas à construção civil.

O secretário Sergio Barroso destaca que “apesar de a lei prever o pagamento de 3/4 de um salário mínimo aos detentos, no Mineirão eles estão ganhando o salário integral”. A Lei Estadual 18.725/11, que regulamenta a contratação de mão de obra carcerária, prevê a reserva por parte de empresa vencedora de licitação de obra pública de até 10% das vagas de emprego para detentos.

Mulheres

Dos cerca de 1.000 operários que trabalham para erguer o novo Mineirão, mais de 100 são mulheres. A mão de obra feminina está presente principalmente no setor de perfuração de tubulões - tipo de fundação que consiste em um poço escavado revestido de concreto armado - onde as supervisoras fiscalizam o trabalho dos escavadores e armadores. A inclusão de mulheres nesse mercado de trabalho, predominantemente masculino, responde ao compromisso do Estado com a redução de desigualdades sociais.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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