A população de São Francisco, no Norte de Minas, recebeu, nesta sexta-feira (27), uma unidade do Sistema Nacional de Emprego (Sine), o que representa, para a cidade, um importante marco no acesso ao mercado de trabalho. Agora, os cerca de 54 mil habitantes do município – que possui vocação econômica voltada para o cultivo de girassóis, mamonas e mel, bem como a criação de gado leiteiro – não precisarão mais se deslocar para as cidades vizinhas de Montes Claros ou Brasília de Minas para utilizarem os serviços oferecidos pelo Sine.

“O Sine é a casa do trabalhador. Os habitantes são-franciscanos terão acesso à emissão da carteira de trabalho, ao seguro-desemprego e a cursos de qualificação, que são demandas reais da cidade nesse momento. São Francisco tem um enorme potencial para a geração de empregos. Estamos trabalhando para dar mais qualidade de vida aos mais de 50 mil habitantes desse município”, garante o secretário de Estado de Trabalho e Emprego, Carlos Pimenta, que presidiu a cerimônia de inauguração da unidade do Sine de São Francisco.

Atualmente, há 129 unidades de atendimento ao trabalhador, vinculadas ao Governo de Minas, espalhadas por todas as regiões do Estado, que prestam serviços gratuitos, com o objetivo de melhorar as condições de acesso, permanência ou retorno das pessoas ao mercado de trabalho. Além de intermediar a mão-de-obra, o Sine encaminha os profissionais cadastrados para cursos de qualificação profissional, atende ao trabalhador que precisa do seguro-desemprego e disponibiliza informações sobre o mercado de trabalho, por meio de palestras e cursos de competências básicas. Em Minas, desde janeiro de 2011, o Sine é coordenado pela Superintendência de Política de Geração de Emprego da Sete.

O prefeito de São Francisco, Luiz Rocha Neto, comemorou a inauguração da unidade do Sine e destacou o apoio que o município recebe do Governo de Minas. “Isso é uma grande conquista para os cidadãos são-franciscanos, pois antes tínhamos grandes dificuldades. O nosso trabalhador tinha que ir aos municípios vizinhos para poder emitir uma carteira de trabalho. A nossa situação agora mudou”, afirmou.

Para que um município possa receber a unidade do Sine, é preciso seguir alguns critérios estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), como, por exemplo, possuir uma População Economicamente Ativa (PEA) acima de 10 mil habitantes. A demanda é levada ao Conselho Estadual do Trabalho, Emprego e Geração de Renda (Ceter) que, após aprovação, encaminha a solicitação ao MTE.

Em São Francisco, a nova instalação, que fica na Rua Antônio Leite Gangana n° 870, no Centro da cidade, é uma parceria entre a SETE, a Prefeitura Municipal e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Francisco.

Empregos de qualidade

Segundo dados divulgados na última terça-feira (24), pelo MTE, o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) registrou, em 2011, a criação de 206.402 empregos com carteira assinada em Minas Gerais. Ainda conforme o MTE, Minas Gerais apresentou o segundo melhor índice de criação de empregos do país em 2011, atrás apenas de São Paulo. O resultado de 2011 em Minas foi o segundo maior desde 2003. É a segunda vez, no mesmo período, que o saldo de empregos ultrapassa a marca de 200 mil vagas criadas em um só ano. Em 2010, foram criados, no Estado, 297 mil empregos.

Outra pesquisa que também apresenta bons dados em relação ao mercado de trabalho mineiro é a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada, na quinta-feira (26), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados registraram a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em dezembro de 2011, com a menor taxa de desocupação da série histórica da pesquisa, desde 2002. A taxa, de 3,8% é também a segunda menor do país, atrás apenas de Porto Alegre (3,1%), e significativamente inferior à taxa de 4,7%, estimada para o conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro).

A PME apontou aumento no número de empregados com carteira assinada, que passou de 47,8%, em dezembro de 2010, para 49,2% no mesmo mês de 2011. Já o rendimento médio dos trabalhadores aumentou 5,5% no período, passando de R$ 1.490,10 para R$ 1.572,20. Em relação a novembro de 2011 (R$ 1.551,84) o aumento foi de 1,3%.