Minas por Região
Agricultura

17h34min - 11 de Abril de 2011 Atualizado em 01h42min - 30 de Junho de 2013

Parceria viabiliza incremento do cultivo da seringueira no Estado

BELO HORIZONTE (11/4/11) - O cultivo da seringueira nas propriedades mineiras pode ter uma grande expansão e melhorar a situação econômica de várias regiões, principalmente com a adesão dos agricultores familiares à atividade. Esta perspectiva é apontada em estudos da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Para transformar a teoria em prática, a Epamig e a empresa Minas Hevea Comercial, localizada em Viçosa, na Zona da Mata, estão finalizando a elaboração do Programa Hevea Ambiente Sustentável.

O pesquisador da Epamig, Antônio de Pádua Alvarenga, informa que o programa terá condições de emitir um selo socioambiental. Uma das possibilidades será a obtenção, para os produtores portadores do selo, do direito de venda de crédito de carbono com o plantio da seringueira. “Essa cultura é a que mais sequestra carbono, um índice igual ou superior ao das matas naturais”, explica.

Alguns objetivos do programa são a geração de emprego e renda, a recuperação de áreas degradadas e a preservação do meio ambiente. “Além disso, existe a proposta de promover a absorção de carbono da atmosfera e a retenção desse elemento no solo”, acrescenta Alvarenga. O pesquisador revela ainda que haverá formação de mão de obra e treinamento dos trabalhadores para a atividade. “O Hevea Ambiente Sustentável vai buscar incentivos para as práticas ambientalmente corretas, tais como: destinação de embalagens de agrotóxicos, respeito às normas ambientais referentes a Áreas de Preservação Permanente (APPs), Reserva Legal e Matas Ciliares, bem como respeito às normas trabalhistas e outras.”

Atualmente está em andamento a formação de mudas e jardins clonais em diversos locais, sob a coordenação da Epamig e Minas Hevea. De acordo com Antônio Alvarenga, os parceiros estão atentos ao interesse crescente pela produção de seringueiras no Estado. Esse interesse, ele diz, pode ser confirmado pelo alto índice de procura por mudas produzidas na Fazenda Experimental Vale do Piranga, em Oratórios, na Zona da Mata. “A demanda para a próxima produção, prevista para o final do primeiro semestre, já é de 15 mil mudas. Todos os dias recebemos pedidos de informação sobre a cultura e de produtores interessados”, afirma o pesquisador.

O mercado é promissor porque o cultivo da seringueira proporciona grande rentabilidade. Segundo o Centro de Inteligência em Florestas (CIF), até 2030 a demanda nacional de borracha natural alcançará um milhão de toneladas, sendo que a produção brasileira é de 130 mil toneladas anuais.

Em Minas Gerais, a produção atual é de 4,5 mil toneladas em três mil hectares plantados, distribuídos em nove regiões: Central, Leste, Zona da Mata, Sul de Minas, Triângulo, Alto Paranaíba, Centro-Oeste, Noroeste e Vale do Jequitinhonha. O rendimento médio das seringueiras nessas regiões varia de 750 a 2,8 mil quilos de borracha natural por hectare, sendo os melhores resultados obtidos nas áreas do Centro-Oeste e no Alto Paranaíba. O Triângulo Mineiro se destaca com a maior produção, cerca de 77% do volume registrado no Estado, vindo em seguida o Noroeste e a Zona da Mata.

Na Zona da Mata, a produção está concentrada no entorno dos municípios de Muriaé, Leopoldina, Cataguases, Raul Soares e Ponte Nova. A maioria deles, segundo Antônio Alvarenga está iniciando a atividade e cultiva, em média, uma área de 20 hectares. 

Agricultura familiar 

Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, o potencial de produção da borracha natural confirmado pelas pesquisas da Epamig, bem como os dados sobre o mercado desse produto devem despertar o interesse dos produtores rurais pelo cultivo da seringueira. “De acordo com os estudos, os principais fatores favoráveis à produção de borracha natural, em Minas Gerais, são a localização do Estado em relação aos grandes mercados e a disponibilidade de água”, explica. Nascimento enfatiza que é muito importante a inserção dos agricultores familiares na atividade. “São necessárias apenas duas pessoas para cultivar cerca dez hectares, que garantem atualmente uma renda mensal da ordem de R$ 3 mil”, assinala o secretário.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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