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15h22min - 18 de Novembro de 2008 Atualizado em 20h45min - 29 de Junho de 2013

Pesquisa mostra situação dos negros no mercado de trabalho

BELO HORIZONTE (18/11/08) - A taxa de desemprego entre homens e mulheres negros na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2007, ficou em 14,1% e entre os não-negros em 9,7%. Entre as mulheres negras a taxa foi de 18,7%. Entre os homens não-negros a taxa foi de 7,3%. De acordo com o boletim “Mercado de Trabalho da Região Metropolitana de Belo Horizonte - Especial Negros”, divulgado nesta terça-feira (18) pelo Dieese, em parceria com a Fundação João Pinheiro, os negros somavam 2,332 milhões de pessoas, 55,4% da População em Idade Ativa (PIA) da RMBH, calculada em 4,21 milhões de pessoas. A População Economicamente Ativa (PEA) da RMBH em 2007 era de 2,564 milhões, dos quais 56%, ou seja, 1,436 milhão eram negros.

De acordo com Mário Rodarte, economista do Dieese e um dos responsáveis pela pesquisa, os negros entram mais cedo no mercado de trabalho. A taxa de inserção da população com 10 anos e mais foi de 61,6% entre os negros e de 60% entre os não-negros. “Essa diferença está refletindo, particularmente, a entrada precoce de negros no mercado de trabalho, na medida em que a participação deles era expressivamente maior que as dos não-negros entre os mais jovens, de 15 aos 17 anos (38,5% e 27,0%, respectivamente) e 18 a 24 anos (80,8% e 73,0%, respectivamente)”, explicou. Entre os 25 e 59 anos, as taxas de participação de negros e não-negros eram relativamente próximas. Nas faixas etárias superiores, diferentemente das demais regiões metropolitanas analisadas pela PED, a inserção dos negros se reduzia mais acentuadamente que entre os não-negros.

Vagas se concentram na construção civil, emprego doméstico e indústria

Na construção civil, setor tipicamente masculino, onde se encontram tanto engenheiros como profissionais de escolaridade mais baixa, estavam 15,1% dos homens negros e pardos e 7,9% dos brancos e amarelos. O emprego doméstico, tipicamente feminino e onde não se exige nível de instrução muito elevado, absorveu, no ano passado, 23,7% das mulheres negras e 9% das não-negras. Além dos setores já mencionados, a indústria também se destacava por absorver 15,7% dos negros e 14,9% dos não-negros.

Empregos com carteira assinada maior entre os negros

Em 2007, estavam dentro da contratação padrão 75,9% dos não-negros e 75,4% dos negros. Entre os negros a contratação com carteira assinada chegou a 63,3%, maior que entre os não-negros, que foi de 58,6%. O inverso ocorria com a proporção de empregados estatutários, que contratou 14% de não-negros e 9,6% de negros. Dentre as outras formas de contratação, sobressaíam entre os negros os empregados sem carteira no setor privado (12,3%) e os assalariados terceirizados (4,6%). Para os não-negros, 11,3%% eram assalariados no setor privado sem registro em carteira, 5,7% eram autônomos que prestavam serviços para uma empresa e 2,7% eram terceirizados.

Rendimentos menores entre os negros

Em 2007, as mulheres negras tinham rendimento médio de R$ 637, que correspondia a 42% do rendimento dos homens não-negros, que tinham o maior rendimento médio: R$ 1.517. Em situação intermediária estavam os homens negros, com rendimentos de R$ 946 e as mulheres não-negras, com R$ 1.032. “Comparado aos rendimentos de 2006, o rendimento real médio das mulheres negras elevou-se em 8,7%, dos homens negros em 4,9%, das não-negras em 0,5% e dos homens não-negros em 1,9%”, afirmou Rodarte

Em 2007, os homens negros ganhavam em média, R$.5,14 por hora trabalhada, os não-negros R$.8,64, as mulheres negras R$.4,02 e as não-negras R$.6,70. Comparando ao rendimento médio real por hora dos homens não-negros, as mulheres negras recebiam, em média, 46,5% deste valor, os homens negros 59,5% e as mulheres não-negras 77,5%.

Grau de escolaridade faz a diferença

Entre os ocupados com o ensino superior completo, o rendimento médio chegava a ser cinco vezes superior aos valores recebidos pelos trabalhadores com ensino fundamental incompleto. Seguindo esta comparação, o rendimento para as mulheres negras chega a se elevar em 5,4 vezes, para os homens negros, em 4,9, para as mulheres não-negras, em 5,3, e para os homens não-negros, em 4,6 vezes. Apesar disso, as disparidades de renda não se reduziam substancialmente nos níveis de escolarização maiores, ocorrendo, em alguns casos, ampliação dessas diferenças.

Segundo Mário Rodarte, “o aumento da escolarização pode propiciar acesso dos negros a ocupações mais qualificadas e com maiores rendimentos, embora os resultados também mostrem persistência de diferenças substanciais de rendimentos por cor entre os mais instruídos”. O rendimento médio dos negros em 2007 era de R$ 803, inferior ao dos não-negros, de R$1.283.

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