Minas por Região
Economia / Desenvolvimento

15h21min - 17 de Setembro de 2008 Atualizado em 23h02min - 21 de Junho de 2013

PIB de Minas cresce 9,6% no segundo trimestre deste ano

O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais cresceu 9,6% de abril a junho de 2008, na comparação com o mesmo período do ano passado. Com esse resultado, o melhor desde 2003, o acumulado no primeiro semestre atingiu um crescimento de 8,1%, também em relação ao mesmo período de 2007.

BELO HORIZONTE (17/09/08) - O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais cresceu 9,6% no período de abril a junho de 2008, na comparação com o mesmo período do ano passado. Com esse resultado, o melhor desde 2003, o acumulado no primeiro semestre atingiu um crescimento de 8,1%, também em relação ao mesmo período de 2007. Levando-se em consideração a evolução do PIB, o desempenho da economia mineira superou o resultado nacional que registrou um crescimento de 6,13% no segundo trimestre de 2008 e de 6% no semestre. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Centro de Estatística e Informações da Fundação João Pinheiro (CEI/FJP) e são os maiores desde 2003. Os números foram calculados usando a nova metodologia definida pelo IBGE a partir de 2007.

O PIB mineiro apresentou bom desempenho em todos os setores. O setor agropecuário cresceu 22,29%, o industrial 6,22% e o de serviços 6,97% no segundo trimestre de 2008. Esses três componentes têm participação de 9%, 35% e 56%, respectivamente, na composição do produto interno bruto mineiro. No semestre, o crescimento foi de 17,1% no setor agropecuário, 6,3% no industrial e 6,4% no de serviços.

A coordenadora executiva do CEI/FJP, a economista Maria Helena Magnavaca, entende que “esse desempenho mostra que está havendo um crescimento sustentado e que os investimentos realizados pelo Governo estão tendo impacto, com resultados positivos na indústria, no comércio e principalmente na agropecuária, que subiu 17,1%”. Ela explica que em 2007 o PIB mineiro fechou com crescimento menor, de 5,7%. Como nesse ano, apenas no primeiro semestre, a taxa foi a 8,1%, puxada pelo expressivo crescimento do setor agropecuário, ela acredita que 2008 deverá fechar com uma taxa entre 6% e 6,5%. “Esse desempenho é excelente para o Estado, mesmo sabendo que alguns setores já estão demonstrado alguma desaceleração, como o setor de veículos, por exemplo”, ressalta.

Maria Helena Magnavaca lembra que praticamente todos os países do mundo, como Argentina, Índia e China, já estão crescendo a taxas abaixo de 10%. “Então, se Minas Gerais fechar a 6% ou 6,5% e o Brasil a 6%, é um bom desempenho para ambos pois, com essa taxa, o Brasil é a sétima ou oitava economia o mundo”.

Agropecuária

No primeiro trimestre deste ano, o setor agropecuário cresceu 6,55%, enquanto que de abril a junho a expansão foi de 22,29%. Com esse resultado, o setor reverteu o fraco desempenho em 2007, provocado pela bianualidade do setor, que possui produção mais fraca nos anos ímpares e mais forte nos anos pares.

No segundo trimestre de 2008, a produção de café, atividade mais importante do setor, cresceu 42,6%, um índice muito significativo que impactou positivamente todo o setor. Produtos como trigo (40%), milho (9,1%), feijão (19%) e cana-de-açúcar (18%) também tiveram bons desempenhos na economia mineira no segundo trimestre, mas o café é o que realmente comanda o resultado da agricultura.

No primeiro semestre, o setor agropecuário mineiro cresceu 17,1%, na comparação com igual período do ano passado, refletindo notadamente o excelente desempenho esperado na produção vegetal (23%), impulsionada pelo acréscimo significativo da produção cafeeira (42,6%), e da produção animal (5,1%). No primeiro trimestre, o setor agropecuário estadual cresceu 6,6% e, no segundo trimestre, chegou a 22,3% de crescimento.

O crescimento de 3,8% na agricultura no primeiro trimestre refletiu o bom desempenho observado nas safras de verão, a despeito das adversidades climáticas ocorridas na época do plantio (estiagens, chuvas mal distribuídas e altas temperaturas), e do excesso de precipitações, a partir de fevereiro.

No segundo trimestre, a agropecuária mineira foi fortemente impactada pelo acréscimo de 42,6% do café, produto preponderante na agricultura mineira. O aumento substancial da safra de café deveu-se principalmente ao caráter cíclico bianual da cultura, que impõe, para o ano de 2008, crescimento na produtividade, além da recuperação parcial das lavouras que sofreram com a estiagem ocorrida em 2007 e melhoria dos tratos culturais nas principais regiões produtoras. Segundo a pesquisadora Maria de Fátima Almeida Barbosa Gomes, esse fenômeno é mais sentido na produção do Sul mineiro, onde a cultura é mais antiga e tradicional. A produção do Alto Paranaíba, mais recente, de acordo com ela, já não sente tanto esse efeito, por ter introduzido novas tecnologias e formas de manejo.

Além do café, destacam-se os crescimentos de 40,8% do trigo, 30,7% do sorgo, 19% do feijão, 18,5% da cana-de-açúcar, 9,1% do milho, 6,4% da batata-inglesa e de 4,3% da soja, todos importantes produtos na estimativa do valor adicionado da agricultura.

Na pecuária, o bom desempenho no semestre deveu-se aos acréscimos significativos observados no abate de suínos, na produção de ovos e notadamente na produção leiteira. O aumento do recebimento de leite nos laticínios foi impulsionado pela elevada cotação dos preços deste produto, a partir de 2007. Com relação à bovinocultura de corte, a oferta diminuiu em função do elevado abate de matrizes e do aumento de preços dos animais de reposição.

Indústria de transformação

A atividade industrial expandiu tanto no Estado quanto no país. A indústria mineira cresceu 6,22% no segundo trimestre e 6,3%, no primeiro semestre de 2008, em relação aos mesmos períodos de 2007. Com evolução acumulada de 5,6% no semestre, a indústria de transformação contribuiu mais incisivamente para a formação da taxa global do setor industrial, devido à sua maior importância relativa.

A indústria extrativa apresentou uma expansão significativa no segundo trimestre, crescimento de 11,77%, puxado pelo minério de ferro. No primeiro semestre, o crescimento do setor foi de 8,1%. A demanda crescente por parte dos países emergentes, em especial a China, e das siderúrgicas nacionais, além dos altos preços das commodities minerais, vêm impulsionando os projetos de exploração de novas minas, ampliação daquelas já em operação e obras logísticas de apoio aos projetos. Deve-se destacar também a construção civil, que em Minas Gerais teve crescimento de 9% nos primeiros seis meses do ano, pouco abaixo da nacional, 9,4%.

No caso da indústria de transformação, o crescimento foi de 5,6%. O destaque positivo foi a área de veículos automotores, que cresceu 19,9%, com ênfase para a produção de veículos pesados, adquiridos pelas empresas mineradoras para escoamento da produção, seguida por minerais não-metálicos (11,8%) e refino de petróleo e álcool (10%).

Em relação à indústria da construção, o bom desempenho deve-se aos financiamentos de moradia através do fundo de garantia e a obras públicas estaduais e do PAC, que abrem frentes para as construtoras investirem em moradias. Hoje, a indústria da construção civil trabalha com as classes C e D que aumentaram seu poder de compra, têm mais renda e acesso mais fácil a financiamentos. Também influem no crescimento a realização de obras públicas em todo o Estado, como projetos de pavimentação, reforma e manutenção de rodovias em 49 municípios mineiros.

Mais emprego e crédito fácil

O setor de Serviços, que representa cerca de 56% da economia mineira, cresceu 6,4% no primeiro semestre de 2008, um pouco acima da taxa nacional de 5,3%. A atividade comércio e serviços de manutenção e reparação cresceu 9,9%, principalmente em função da ampliação da oferta de crédito pessoal, financiamento facilitado e melhores indicadores de emprego e renda. O faturamento real do comércio varejista na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no primeiro semestre de 2008, registrou acréscimo de 10,5%, influenciado principalmente pelo grupo de automotivo (19,3%) e materiais de construção (18,7%).

Crescimento continua

As exportações de minério, café e grãos, commodities cujos preços estavam altos no primeiro trimestre, influenciaram o desempenho econômico de Minas. A China é o principal comprador de minérios e o segundo principal comprador de outros produtos mineiros, se aproximando dos EUA, que continua em primeiro lugar. No entanto, com a China dando sinais de pretender frear um pouco sua economia e a possibilidade de recessão na economia norte-americana as exportações mineiras podem crescer menos nos próximos trimestres.

A expectativa é que a economia mineira continue crescendo, mas em um patamar menor, em torno de 6%, já que o ritmo de expansão da agropecuária deve diminuir até o final do ano, por conta da bianualidade do setor. A produção industrial também deve reduzir o crescimento nos dois últimos trimestres. Também não se deve negligenciar o possível impacto dos aumentos na taxa Selic.

Devido às características da economia mineira, com um parque fabril diversificado e fornecedor de bens intermediários que outros setores precisam para produzir, a expectativa de Maria Helena Magnavaca é de que o produto interno bruto feche o ano na casa dos 6%. “Para tanto basta que a economia mineira cresça em torno de 4%, os mesmos patamares da brasileira nos dois últimos trimestres do ano”, explica.

Ela afirma também que, caso a crise mundial perdure, só refletirá na economia brasileira em 2009, pois os contratos a longo prazo já foram firmados, a produção industrial já está sendo entregue e o comércio deve melhorar ainda mais porque o final do ano é tradicionalmente uma época de maior consumo, além do décimo terceiro salário que impacta bastante o comércio.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

Desenvolvido por marcosloureiro.com

Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves

Rodovia Prefeito Américo Gianetti, 4001
Edifício Gerais, 1º andar
Bairro Serra Verde - BH / MG
CEP: 31630-901
Tel.: +55 31 3915-0262

Telefones de Contato