Minas por Região
Segurança / Defesa Social

18h01min - 23 de Junho de 2013 Atualizado em 11h40min - 01 de Julho de 2013

Polícias Civil e Militar sustentam integração para coibir violência nas manifestações

Em entrevista neste domingo (23), comandantes classificaram atos de vandalismo como inaceitáveis e destacaram ações para garantir a segurança durante os protestos

Em entrevista concedida neste domingo (23), em Belo Horizonte, o comandante da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Márcio Sant’Ana, e o chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Cylton Brandão da Matta, falaram sobre a atuação conjunta das corporações para prevenir e investigar os atos de violência durante as manifestações na capital mineira. Segundo as forças de segurança, os atos de vandalismo como depredação, agressão e saques são considerados inaceitáveis e já estão sendo desenvolvidas ações para garantir a segurança dos cidadãos durante os protestos.

De acordo com o delegado Cylton Brandão da Matta, as depredações serão apuradas “com extremo rigor”. Durante as agressões ocorridas na manifestação deste sábado (22), 32 pessoas foram conduzidas - a maioria por provocar danos contra o patrimônio. “Todos serão responsabilizados”, destacou.

Oito manifestantes e seis policiais militares ficaram feridos, um deles integrante da Força Nacional. Um animal do Regimento da Cavalaria Alferes Tiradentes também se feriu. O comandante da PMMG, coronel Sant’Ana, lamentou os ataques deste sábado, que começaram por volta das 16h, nas proximidades da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Região da Pampulha, e se estenderam pela Avenida Antônio Carlos e na Praça Sete.

“Os militares ficaram por, aproximadamente, 40 minutos sofrendo as agressões dos vândalos sem esboçar reação. Sua intenção era que os manifestantes não rompessem a linha de contenção”, ressaltou Sant’Ana, explicando que, neste sábado, a corporação fez uso de escudos, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral e balas de borracha, além da cavalaria e de colocar nas ruas, pela primeira vez, o veículo blindado a fim de conter atos de vandalismo e os artefatos lançados pelos baderneiros. Bombas artesanais, pedras, bolas de gude e atiradeiras foram alguns dos objetos atirados contra os agentes de segurança. “A PM não recuou, nem avançou. A PM reagiu e não permitiu a invasão do perímetro”, disse o comandante.

O coronel Sant’Ana salientou que antes de os manifestantes saírem da Praça Sete, no início da tarde, a Polícia Militar distribuiu cerca de 20 mil panfletos com orientações de prevenção para que a manifestação ocorresse de forma pacífica, mas que a atitude de alguns grupos “foi violenta”.  Segundo o oficial, muitas pessoas se manifestaram contra os atos de vandalismo. Durante a entrevista deste domingo, o oficial lamentou, ainda, a mobilidade no trânsito, que ficou prejudicada, e as cenas de depredação registradas.  De acordo com o comandante, o confronto foi negativo, contrário às intenções da PM, mas era preciso “dispersar a turba enfurecida, que não deixou alternativa para a Polícia Militar”, afirmou.

De acordo com o comandante da corporação, o embate neste sábado foi intenso e negativo, mas necessário, diante das atitudes de violência. “Constatamos que muitas pessoas foram preparadas para a guerra e estavam portando máscaras e mochilas, onde guardavam artefatos que foram atirados contra os policiais”, afirmou. Quanto às ações registradas ao longo da Avenida Antônio Carlos até a Praça Sete, o oficial disse que a PM usou sua logística para a retomada da praça. “Os excessos precisam ser contidos. Nossa missão é servir e proteger”, disse.

Vândalos serão investigados

O chefe da Polícia Civil, delegado Cylton Brandão, destacou que um grupo de mais de 40 integrantes já está sendo investigado por sua participação em atos criminosos e de vandalismo registrados durante as últimas manifestações ocorridas em Belo Horizonte. “Temos cerca de 30 pessoas já identificadas e estamos fazendo a correlação entre elas e os grupos organizados que têm praticado atos violentos na capital”, explica.

Segundo o delegado, a preocupação principal das forças de segurança tem sido garantir que os manifestantes interessados em expressar seu livre direito à democracia não sejam prejudicados pelos criminosos, que se infiltram nas passeatas e se reúnem a partir da conclamação por meio das redes sociais.

“As manifestações são legítimas em um estado democrático de direito, por isso não podemos aceitar que grupos radicais continuem praticando atos de dano aos patrimônios público e privado e agindo na perturbação da ordem”, destacou. A participação de vândalos vindos de outros estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, já é do conhecimento da Polícia Civil, segundo informou o delegado Cylton Brandão.

De acordo com o comandante da PMMG, coronel Sant'Ana, o perfil dos vândalos é perceptível. “Esses grupos não se apresentam, eles se modificam, é uma estratégia preconcebida e eles percorrem as ruas sem que sejam identificados. No ponto de intercessão, eles se mostram violentos”, disse o coronel. As investigações revelam que eles se organizam com a finalidade de promover episódios violentos, como os ocorridos nos últimos dias, e chegam portando mochilas, vestidos de forma diferenciada, na maioria das vezes usando roupas pretas, e utilizam até capacetes.

Os acusados de atos violentos detidos até agora variam entre pessoas sem passagem anterior pela polícia, que acabaram sendo conduzidos pela prática de crimes de menor potencial ofensivo, como agressão, vandalismo e ameaça, e pessoas com antecedentes criminais por prática de furtos qualificados, tráfico de drogas e lesão corporal.

A Polícia Militar alerta para que os manifestantes fiquem atentos e evitem esses grupos interessados em promover a violência e a destruição de patrimônio público e privado. “Temos um efetivo treinando, qualificado e suficiente para guarnecer o policiamento da cidade, mas a participação do manifestante que não quer baderna, que não quer confronto e que vai às ruas pela paz é importante”, informou o comandante da PMMG, coronel Sant’Ana.

Novo cenário previsto para quarta-feira

Em relação ao jogo de quarta-feira (26), o coronel Sant’Ana reconheceu, durante a entrevista, que será um desafio para a corporação, mas afirmou que as forças de defesa do Estado vão continuar fazendo seu papel. “Teremos um cenário diferente, com um público maior, em função do jogo da Seleção Brasileira no Mineirão. Nossa estratégia será analisada para podermos garantir a segurança, dando toda a proteção necessária para que tudo transcorra de forma tranquila. As táticas bem sucedidas serão ratificadas e aquelas que merecem ser reparadas sofrerão adaptações. Muda o cenário, mudam as circunstâncias e a PM também tem que mudar sua estratégia”, destacou.

O comandante enalteceu a competência e a bravura dos militares empenhados no policiamento e no Batalhão da Copa, além dos integrantes da Força Nacional. Ainda em relação à estratégia de quarta-feira (26), o oficial afirmou que as ações sobre os vândalos serão mais contundentes. O comandante sugere à população que se manifeste de forma pacífica e tranquila, que faça e compartilhe fotos e registre sua indignação, mas que não se submeta a riscos desnecessários.

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