Minas por Região
Agricultura

19h07min - 14 de Novembro de 2008 Atualizado em 20h00min - 18 de Junho de 2013

Política e mercado ditarão rumos da pesquisa agropecuária

BELO HORIZONTE (14/11/08) - O 1º Encontro dos Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), encerrado nessa quinta-feira (13), reuniu em hotel-fazenda na Região Metropolitana de Belo Horizonte, 206 pesquisadores da empresa. No evento, foram debatidos diferentes cenários brasileiros para a pesquisa agropecuária, até 2.023.

Em até trinta dias, um documento final, oficial, será publicado pela Epamig contendo as diretrizes que nortearão as pesquisas para os próximos 15 anos.

O encontro foi aberto pelo presidente da empresa, Baldonedo Arthur Napoleão, que lançou a nova edição do Informe Agropecuário "Efeito das mudanças climáticas na agricultura". Segundo Baldonedo, "a pesquisa tem que estar à frente das mudanças climáticas. Mais uma vez o produtor rural será um dos mais atingidos e a Epamig está aqui para fazer sua contribuição para Minas Gerais e para o Brasil”.

O presidente da empresa também homenageou o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), José Geraldo de Freitas Drumond: "Este encontro dos pesquisadores da Epamig é um momento histórico para a empresa. A Fapemig, neste governo, tem sido uma grande parceira da Epamig, o que propiciou à empresa um aumento dos recursos para as pesquisas. De 2004 a 2007 foram investidos nas pesquisas da empresa, pela Fapemig, R$ 3, 779 milhões. Temos, hoje, 224 bolsas destinadas aos nossos pesquisadores. Tudo somado passa de R$19 milhões destinados à Epamig", explicou Baldonedo.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana Rodrigues, destacou a importância dos pesquisadores para o desenvolvimento de Minas e do país.

Em sua palestra "O desenvolvimento de Minas Gerais, o agronegócio e a pesquisa agropecuária", Gilman destacou o crescimento da população mundial e,conseqüentemente o aumento "assustador", segundo ele, da demanda por

alimentos e alimentos com qualidade cada vez melhor. "E isto é demanda

para os nossos pesquisadores", alertou. Outros desafios, segundo Gilman, são produzir mais e em condições piores, por causa das mudanças climáticas, e avançar prestando atenção às incertezas externas. "Por exemplo, ainda não sabemos o tamanho da crise que estamos vendo na economia mundial", disse.

O diretor executivo da Embrapa, José Geraldo Eugênio, chamou a atenção para as grandes tendências do agronegócio. Segundo ele, além do aumento da demanda mundial por alimentos, haverá cada vez mais aumento da conscientização por melhor gerenciamento dos recursos hídricos, maior demanda por produção de energia, progressivo aumento do uso de

biotecnologia e da informática nos sistemas produtivos agrícolas.

O encontro

Por onde caminhará a pesquisa agropecuária nos próximos anos? Para estipular diretrizes que nortearão as pesquisas nos próximos 15 anos, os pesquisadores da Epamig trabalharam, durante o encontro, com base em sete fatores: macroeconomia; meio ambiente; mercado; pesquisa, desenvolvimento e inovação; política; social; tecnologia. Foram analisadas oportunidades e ameaças para quatro cenários: Política de desenvolvimento agrícola favorável - Mercado em evolução; Política de desenvolvimento agrícola desfavorável - Mercado em evolução; Política de desenvolvimento agrícola desfavorável - Mercado estagnado; Política de desenvolvimento agrícola favorável - Mercado estagnado. "A metodologia não é para engessar nada, mas para nortear os trabalhos e as diretrizes", explicou a chefe da Assessoria de Desenvolvimento Organizacional da Epamig, Thaissa Goulart Bhering Viana.

Na avaliação do pesquisador e um dos coordenadores do encontro,

Ivair Gomes, o evento foi positivo: "Um grande sucesso, pois atingiu seus

principais objetivos, a integração dos pesquisadores, a troca de

experiências”. O documento com as diretrizes da pesquisa agropecuária

será divulgado nos próximos dias, mas o pesquisador adianta as linhas que

nortearão as futuras pesquisas: "Até o momento, nós conseguimos enxergar

dois direcionadores muito importantes para as pesquisas da Epamig, para o

agronegócio como um todo, que são a política, pois precisaremos dos apoios

necessários, de legislação e estrutura adequadas para a pesquisa, por

exemplo. E o mercado, pois teremos que saber, principalmente, quais as demandas e o mercado nos dirá os rumos a tomar. E nós, pesquisadores, entendemos mercado num sentido bem amplo, não apenas a agricultura familiar ou um mercado diferenciado, como, por exemplo, a agroecologia. Pensamos num mercado socialmente justo. Estes são os direcionadores principais com os quais trabalharemos nos próximos anos", explicou o pesquisador.

Mais recursos para as pesquisas

A Epamig tem hoje 206 pesquisadores. Tinha 145 em 2002, ano em que

registrou 150 eventos de difusão de tecnologia (dias de campo, palestras,

reuniões técnicas, visitas técnicas, cursos de curta duração, seminários,

congressos). A meta para este ano é de 1.115 eventos. Em 2007 foram

realizados 1.061. A empresa, em 2002, elaborou 36 projetos de pesquisa.

Em 2008, até o momento, foram elaborados 128 projetos. Em 2002 teve R$ 3,225 milhões investidos em pesquisas. Em 2008 tem R$ 19,310 milhões até agora. E até o final deste mês, virão recursos do PAC/Mapa/Embrapa/Consepa.

Novos projetos para 2009-2010

Novos projetos foram anunciados/confirmados pela Epamig durante o encontro: Museu do Leite no Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), em Juiz de Fora; curso superior de Laticínios no ILCT; curso de pós- graduação no ILCT (parceria Epamig/UFJF/Embrapa); modernização da estrutura de gestão dos centros tecnológicos e fazendas experimentais, aumento do número de fazendas experimentais, dentre outros.

"O objetivo é colocar a Epamig em todas as regiões de Minas. A Epamig terá, por isto, outro quadro. E eu espero que daqui a 15 anos, ou seja, em 2023, a empresa tenha: 16 Centros Regionais (hoje são cinco); 40 Fazendas Experimentais (hoje tem 23); 2.000 empregados (tem 1.000); 400 pesquisadores (hoje, 206); 25 pesquisadores em cada Centro Regional;

orçamento de R$200 milhões (hoje o orçamento total é de R$89 milhões)",

anunciou Baldonedo Napoleão. Segundo ele, a empresa, desta forma, será em 2.023 excelência e modelo de gestão em pesquisas, pois além da melhoria da estrutura física, a empresa trabalhará para a profissionalização das unidades descentralizadas, para dar boa retaguarda às pesquisas.

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