BELO HORIZONTE (08/04/09) - A produção de cebola deverá aumentar 28% na próxima safra em Minas Gerais. Além do aumento de cerca de 10% na área plantada neste ano em relação a 2008, a produtividade, ou seja, o rendimento em cada hectare cultivado, também apresenta aumento, de 52,5 toneladas por hectare na última safra para 60,7 toneladas por hectare esperados para a próxima safra.

As informações são do coordenador técnico estadual da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG), Georgeton Silveira. Ele explica que entre os motivos para essa expectativa está a elevação de preços do produto nos últimos dois anos, o que estimula o aumento da área plantada. “E a produtividade vem aumentando também, com um número maior de plantas por hectare, o que só é possível com o uso de híbridos, que aceitam esse adensamento na cultura”, esclarece.

O engenheiro agrônomo alerta, entretanto, que os produtores devem ficar mais atentos, pois as alterações climáticas verificadas, neste ano, com muita chuva e temperaturas mais elevadas que o esperado no outono, poderão favorecer a incidência de pragas e doenças. Ele ressalta que “o calor acima do normal nesta época e o clima chuvoso preocupam pela questão sanitária e também podem afetar o desenvolvimento dos bulbos, porque a cebola precisa de temperaturas mais amenas para se desenvolver bem. Essas condições podem até afetar a confirmação da expectativa de produtividade”.

Minas é o sexto maior produtor de cebola do país. Em 2008, foram colhidas 81.152 toneladas, em uma área plantada de 1.544 hectares. Na próxima safra, que no Estado tem pico nos meses de julho e agosto, a área ocupada com a hortaliça deve chegar aos 1.710 hectares, com produção estimada em 103.919 toneladas. “Normalmente, a época de plantio vai até o final de abril, mas este ano deve se estender até maio, pois alguns produtores que ainda não plantaram estão aguardando o fim das chuvas, para ter uma condição de solo mais favorável”, explica Georgeton.

O coordenador da Emater-MG foi o representante do Estado no 21º Seminário Nacional de Cebola e 12º Seminário de Cebola do Mercosul, realizados em março no Rio Grande do Sul. “Os eventos são importantes para sinalizar a situação do mercado e as perspectivas para os produtores”, comentou. Ele alerta que, embora os preços ainda estejam bastante atrativos para os cebolicultores, estes devem estar atentos para avaliar as condições de escoamento da produção, antes de optar por um aumento mais expressivo na área plantada.

O consumo de cebola no Brasil está em torno de 85 mil a 90 mil toneladas por mês, segundo levantamento divulgado nos seminários realizados no Rio Grande do Sul. “Entretanto, é preciso avaliar até que ponto a crise econômica mundial, que está resultando em redução de emprego e renda, não vai afetar esse mercado”, analisa o coordenador da Emater-MG.