O Programa de Despoluição da Bacia da Lagoa da Pampulha, que começou em maio de 2012 com o objetivo de reduzir em mais de 95% a carga orgânica (esgoto sanitário) lançada na Lagoa da Pampulha, deve ser concluído até o final de 2013, informou a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Para atingir a meta, a empresa trabalha na ampliação do sistema de esgotamento sanitário da Bacia por meio da execução de 37 obras, distribuídas entre Contagem e Belo Horizonte, que beneficiarão, direta ou indiretamente, cerca de 450 mil pessoas.

Dentre os trabalhos executados, destacam-se a implantação de mais de 78 quilômetros de redes coletoras (responsáveis pela coleta do esgoto) e interceptores (que conduzem o esgoto das redes coletoras até a ETE – Estação de Tratamento de Esgotos), ao longo de toda a bacia.

Além disso, está prevista a instalação de quatro estações elevatórias, cuja função é bombear o esgoto (intervenção necessária quando a rede fica em um ponto mais baixo do que a rede que vai receber os esgotos). Dessas, duas serão construídas no bairro Braúnas (orla da Pampulha), uma no Sarandi (BH) e uma no Jardim Marrocos (Contagem). A execução de ligações prediais de esgotos de cerca de 11 mil imóveis às redes de esgoto da companhia também faz parte do programa.

Impacto positivo irradiador

A Copasa avalia que o impacto positivo da ação vai além da região da Pampulha. "A despoluição faz parte da meta estrutural do Governo do Estado de 2014, que pretende despoluir o Rio das Velhas. Ou seja, além de estarmos contribuindo para a despoluição da Lagoa da Pampulha, também estamos ajudando a despoluir o Rio das Velhas. A abrangência do programa é bem maior", afirma o Superintendente de Serviços e Tratamento de Efluentes da Copasa, Eugênio Silva.

Gestor do Programa, Valter Vilela informa que as obras já estão em andamento e esclarece que 80% delas estão sendo executadas em Contagem. Ele ainda explica que, para viabilizar a execução dessas obras, será necessário o tratamento de fundo de vales.

“Isso significa que, para a construção de interceptores e para o assentamento de redes, é necessária a execução de obras complementares de segurança ao longo de 3.100 metros de cursos d’água, com a finalidade de proteger as tubulações implantadas. Isso implica a remoção e o reassentamento de aproximadamente 300 famílias”, informa Vilela.

Essas famílias serão reassentadas em unidades habitacionais a serem construídas pela Copasa ou serão indenizadas financeiramente, caso prefiram.

Nesse sentido, a Copasa está trabalhando em parceria com as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, buscando alternativas de atuação junto a essas comunidades. Paralelamente às obras, a companhia desenvolve um Trabalho Técnico Socioambiental, cujo objetivo é mobilizar e conscientizar a população por meio de atividades socioeducativas, tais como ações direcionadas à educação sanitária, ambiental e patrimonial, além de possibilitar a geração de emprego e renda para a população local.

O superintendente Eugênio Silva enfatiza que, para que o processo de despoluição da Bacia da Lagoa da Pampulha gere resultados efetivos, é fundamental a contribuição de toda a sociedade. "Já que a Copasa está fazendo um trabalho de retirada do esgoto, a população deve colaborar não jogando lixo nos córregos e ligando seus imóveis às redes de esgoto da companhia, em vez de utilizarem as fossas negras que contaminam os cursos d'água. O desassoreamento também deve ser evitado. Atitudes como essas são benéficas não apenas para o morador, mas para toda a comunidade”, alerta.

Benefícios já são visíveis

Moradora do bairro Maria da Conceição, em Contagem, Diomara das Mercês Dâmaso já percebe os benefícios trazidos pelo programa. “Antes, os esgotos corriam a céu aberto e o mau cheiro era insuportável. Com o início das obras, resgatamos nossa qualidade de vida e as crianças têm novamente liberdade para brincar nas ruas sem o risco de pisar em esgotos e contrair doenças”, observa.

O Programa de Despoluição da Bacia da Lagoa da Pampulha, cuja previsão para conclusão das obras é dezembro de 2013, envolve recursos de R$ 102 milhões, provenientes de financiamento obtido pela Copasa junto à Caixa Econômica Federal (CEF), previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2.

A Bacia da Lagoa da Pampulha tem uma área de 98,4 quilômetros quadrados – o que corresponde a aproximadamente 14.000 campos de futebol – sendo formada por oito sub-bacias, localizadas nos municípios de Belo Horizonte e Contagem. Ela faz parte da Bacia do Ribeirão do Onça e integra a Bacia do Rio das Velhas.