Grande parte do interior da Igreja Nossa Senhora da Ajuda, localizada no distrito de Alto Maranhão, em Congonhas, no Campo das Vertentes, está sendo restaurada. O trabalho, já em fase final, demandou investimento de quase R$ 1 milhão, custeado pelo Governo de Minas por meio do Programa de Proteção do Patrimônio Cultural - Minas Patrimônio Vivo. 

A restauração da Igreja Nossa Senhora da Ajuda é direcionada aos elementos artísticos da edificação. Segundo a gerente de Elementos Artísticos do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Jaqueline Mesquita, as obras estão adiantadas. “Elas tiveram início em março de 2013 e deverão ser concluídas até setembro deste ano”, informa.

A analista de Gestão, Proteção e Restauro do Iepha, Ana Eliza Soares de Souza, que acompanha as obras, conta que estão sendo restaurados os quatro retábulos que compõe o Lado do Evangelho e o Lado da Epístola. “Eles apresentavam problemas como perdas ou desprendimentos de áreas de policromia, manchas ocasionadas por problemas de infiltração, problemas estruturais por fixação comprometida de partes dos retábulos, perdas de suporte e apodrecimento também devido a infiltrações e à ação de insetos xilófagos, sujidade acumulada sobre a policromia e no verso dos elementos”, descreve.

Erguida em 1746 como templo de fé dos mineradores que se embrenhavam pelas matas da região em busca de ouro, a Igreja Nossa Senhora da Ajuda recebia, antes de ser fechada para a restauração, uma média de 300 fiéis a cada missa, além de turistas. “Não passava um dia que não recebêssemos um visitante para conhecer a Igreja”, conta o aposentado Paulo Pereira Pinto, que já foi coordenador e tesoureiro do Conselho Comunitário de Pastoral. Ele frequenta o local desde criança e aguarda ansioso a sua reabertura. “O trabalho está ficando bom”, antecipa.

Além da Igreja Nossa Senhora da Ajuda em Congonhas, o programa Minas Patrimônio Vivo também ajuda a recuperar, na região das Vertentes, a Igreja de Nossa Senhora da Glória, em Carandaí, e a Fazenda Boa Esperança e a Capela do Senhor dos Passos, em Belo Vale. A soma dos recursos investidos na recuperação dos patrimônios na região das Vertentes é de R$ 1,8 milhão.

Proteção do patrimônio cultural

Criado pelo Governo do Estado de Minas em 2011, o Programa de Proteção do Patrimônio Cultural - Minas Patrimônio Vivo tem como finalidade preservar, proteger e promover o patrimônio cultural mineiro. Por meio da iniciativa, são realizadas obras de restauração e conservação da estrutura física dos bens tombados, além de ações de segurança preventiva, como instalação de sistemas de alarme contra furtos e de prevenção e combate a incêndios.

A Igreja de Nossa Senhora da Ajuda está entre as edificações históricas no Campo das Vertentes que receberam os sistemas de alarme. Também receberam os dispositivos a Fazenda da Boa Esperança, em Belo Vale; Capela de Nossa Senhora da Glória, em Carandaí; Igreja de Nossa Senhora da Soledade, em Congonhas; e o prédio da antiga Cadeia Pública de Barbacena. Em todo o Estado, 54 edificações estão protegidas por meio desse sistema de segurança.

Coordenado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) e pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC/MG), o programa conta com a parceria do Sistema Estadual de Cultura, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Secretaria de Estado da Educação, do Ministério Público de Minas Gerais e de entidades da sociedade civil.

O Programa Minas Patrimônio Vivo investiu até o momento R$ 8,9 milhões em todo o Estado, visando à recuperação de 18 edificações históricas e 14 esculturas, instalação dos sistemas de segurança e ações de educação patrimonial.