BELO HORIZONTE (31/08/07) – Com investimento de R$ 1,8 milhão, a restauração do prédio de uma das mais tradicionais escolas de Belo Horizonte, a Pedro II, vai garantir a preservação da história da cidade e a melhoria das instalações para alunos e professores. Programadas para serem iniciadas na segunda semana de setembro, as obras devem durar um ano e prevêem, entre outras intervenções, colocação de rampa na entrada dos fundos e rampas móveis nas portas das salas, garantindo o acesso aos portadores de deficiência e, em especial, aos cadeirantes.

Durante as obras de restauração, as aulas na sede da Escola Estadual Pedro II serão interrompidas. Inicialmente, os 1.069 alunos serão transferidos para a Escola Estadual Pedro Américo, no bairro Santa Teresa. A superintendente Regional de Ensino da Metropolitana A, Elci Pimenta, explicou que a direção da Escola Pedro II já está com as fichas de reopção para os alunos que não optarem ir para a Pedro Américo. Ela informou que, na região central, há vagas na Escola Estadual Governador Milton Campos. Elci Pimenta explicou também que assim que terminar a restauração, a Escola Estadual Pedro II funcionará normalmente.

De acordo com a superintendente, além de ser importante para o melhor atendimento dos alunos e professores, a reforma da Pedro II é fundamental para a memória de Belo Horizonte. “Essa escola é tradicional na capital e com a restauração o prédio terá de volta as condições originais, especialmente em relação à acústica e à ventilação em seu interior”, explicou. Ela ressaltou ainda os cuidados que serão tomados durante a reforma. “Todas as etapas da obra serão fiscalizadas pelo Iepha/MG para resgatar a beleza arquitetônica neocolonial da época da construção.”

O Iepha-MG informou que os trabalhos de restauração propiciam a conservação do bem, adequando a utilização do espaço às necessidades dos usuários e atende às normas e padrões de conforto, segurança e acessibilidade. Por isso, outras escolas estaduais, como a Barão de Macaúbas, Barão do Rio Branco e Afonso Pena e as obras que estão em andamento na Escola Estadual Olegário Maciel, em Belo Horizonte, mostram a importância da restauração dos prédios escolares. Todas as reformas foram feitas com acompanhamento de técnicos do Iepha-MG e revelam muitas histórias. A restauração, feita por profissionais especializados, que desenvolvem um trabalho minucioso, mostram as obras de arte e a beleza dos estilos dessas construções.

História

O Grupo Escolar Dom Pedro II, assim intitulado em homenagem à memória do segundo imperador do Brasil, foi criado em dezembro de 1925 (pelo decreto nº 7.044) e inaugurado em 2 de setembro de 1926. A escola funcionou inicialmente com oito classes, transferidas do Grupo Escolar Henrique Diniz, da capital. Mais tarde, por força de lei, passou a se chamar Escola Estadual Pedro II de 1º grau. Atualmente, a escola oferece os níveis de ensino fundamental e médio para mais de mil alunos. Em 1982, o prédio escolar foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG).

A escola é berço de aprendizado de pessoas ilustres. Entre os ex-alunos estão o ex-ministro da Educação Celso Brant e o ex-chefe da Casa Civil no Governo Juscelino Kubitschek, coronel Afonso Heliodoro dos Santos.

O prédio, construído no governo do presidente Mello Vianna, foi projetado pelo arquiteto Carlos Santos e possui linha neocolonial. Na fachada, duas esculturas que representam o progresso e a instrução foram executadas pelo escultor Moreira Júnior. A escola possuía um painel decorativo de autoria de Anibal Matos. Além disso, possui azulejos de inspiração portuguesa para compor a construção bem equilibrada, de proporções claras e precisas.