A partir de 2013, o Projeto Professor da Família, coordenado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), será ampliado. Para orientar os educadores que atuarão na iniciativa, teve início, nesta terça-feira (20), o 2º Seminário do Projeto Professor da Família, realizado em Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Com o ganho de escala, o projeto, que antes atendia a 4.581 alunos do ensino médio, passará a atender, a aproximadamente, 22 mil estudantes, de 43 municípios mineiros. O Seminário será realizado até a próxima quinta-feira (22).

Na abertura do seminário, a secretária-adjunta de Educação, Sueli Pires, lembrou aos 443 educadores presentes o universo amplo e complexo com o qual lida a educação.Dentro dessa perspectiva, ela destacou ainda que a ampliação do Projeto Professor da Família vai oportunizar o direito à educação, não só ao jovem em fase escolar, mas também aos pais. “Mais de 4.500 alunos tiveram essa alternativa para suas trajetórias de vida. Porém, o projeto também nos permite estender a educação para as muitas famílias que, ao contrário de nós, não tiveram essa oportunidade”, ressaltou.

O seminário também vai realizar o treinamento e avaliação dos educadores que já atuam no projeto.O Projeto Professor da Família apoia o envolvimento dos familiares nas questões educacionais dos filhos que cursam o ensino médio. O trabalho, realizado a partir de visitas domiciliares e produção de relatórios, tem como meta a redução dos índices de evasão escolar, do baixo rendimento escolar e elevação da escolaridade.

“Com as visitas que realizamos, nós procuramos entender a realidade de vida dos nossos alunos. Conversamos com os pais perguntando se eles também têm o interesse de começar ou retomar os seus estudos. Dos jovens, nós procuramos saber se desejam fazer um curso técnico ou superior, após o ensino médio. Assim conhecemos o que se passa com as famílias, o que ajuda as escolas nos trabalhos com os alunos”, explica a agente educacional Lurdes Silva. Ela atua há seis meses no acompanhamento da Escola Estadual Alcebíades Nunes, em Santo Antônio do Itambé, município que integra a Estrada Real e está localizado na região Central de Minas.

Na Alcebíades Nunes, o projeto realiza o acompanhamento de 200 alunos e suas famílias. A iniciativa começou a ser desenvolvida na escola há seis meses. “O projeto tem boa aceitação. Hoje nos tornamos colegas de muitas famílias e vários pais retornaram à escola para a Educação de Jovens e Adultos. Na última semana, a nossa escola fez uma semana de literatura com alunos pais e foi um sucesso”, comentou a agente educacional, Stela Santos.

Elevação da escolaridade

Na manhã de abertura do seminário, os participantes também assistiram a apresentações de outros projetos desenvolvidos pelo Governo de Minas que atuam na elevação da escolaridade. São eles: Banco Travessia, Travessia Nota 10, Com Licença Vou à Luta e Travessia Renda. Todos eles integram o Programa Travessia. A iniciativa busca promover a inclusão social e econômica da população exposta a condições de vulnerabilidade social a partir da articulação de políticas públicas.

Avanços na primeira etapa

O Projeto Professor da Família teve início em 2011, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). Em 2012, a partir de um grupo de transição, coordenado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), o projeto passou a ser gerenciado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE). Nesses dois primeiros anos, o Professor da Família realizou o atendimento de 4.581 alunos, de 25 escolas estaduais, localizadas em 12 municípios.

Visitas domiciliares

Na parte prática, o Professor da Família conta com a figura do Agente Educacional, que é responsável pelas visitas domiciliares aos alunos e famílias. Ele elabora relatórios e orienta essa comunidade escolar sobre o uso da biblioteca, incentivando os hábitos de leitura e o início ou retorno da família aos estudos.

O coordenador local tem entre suas atribuições orientar os agentes educacionais em suas visitas domiciliares de acompanhamento, organizar métodos alternativos de estudos para os alunos e estabelecer relação com os diretores, a supervisão escolar, as Superintendências Regionais de Ensino e a SEE.

A sede da SEE conta com um coordenador institucional que atua na orientação do plano de ação do projeto. Em cada superintendência envolvida também existe um analista educacional e um inspetor escolar atuando no acompanhamento das atividades desenvolvidas na escola.