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Meio Ambiente

20h02min - 23 de Novembro de 2010 Atualizado em 07h11min - 30 de Junho de 2013

Seminário mostra possibilidades de aplicação da escória de aciaria

BELO HORIZONTE (23/11/10) - Cerca de 200 pessoas participaram, entre domingo (21) e esta terça-feira (23), do Seminário Internacional Aplicação da Escória de Aciaria, um evento que integra a 1ª Semana Mineira de Redução de Resíduos. O objetivo foi reunir profissionais e estudiosos do setor de siderurgia para trocar experiências sobre o aproveitamento da escória de aciaria, que passou de resíduo a coproduto.

Neste terceiro dia de Seminário, foi apresentado, no período da manhã, pelo funcionário da V&M Star, Jeff Bindas, um panorama do mercado da escória nos Estados Unidos. “Os EUA geram menos escória pela utilização de mais fornos elétricos do que de altos-fornos. Nossa principal aplicação é na pavimentação. No seminário pude ver um pouco mais sobre a aplicação na agricultura, o que ainda não temos muita experiência”, ressaltou Binda.

O funcionário da ArcelorMittal de Tubarão (ES), Ricardo Teixeira Moreira, destacou a importância de se fazer um histórico para auxiliar no aperfeiçoamento da gestão da escória, que já não é mais vista como resíduo e sim como um coproduto da industria siderúrgica. 

Fernando Machado Ramos, da empresa Hasco Metals, mostrou o panorama de atuação da sua empresa, que trabalha na gestão de escória e é líder na comercialização desse material. “O grande desafio é formar padrões e criar especificações para a utilização da escória. Esse evento é um grande avanço, pois une empresas e órgão ambiental para busca de soluções ambientalmente adequadas”, ressaltou.

Para o assessor de Meio Ambiente, Glautiere Paiva, “o evento representa uma quebra de paradigmas e mostra que é viável e possível o compartilhamento entre indústria, órgãos governamentais e instituições de ensino para a melhoria da qualidade ambiental e econômica”.

Grupo de pesquisas Reciclos

Na tarde desta terça-feira (23), o pesquisador do Grupo Pesquisas Reciclos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Fiorotti, apresentou os estudos realizados para a viabilização do uso da escória de aciaria em processos de interesse de engenharia. A pesquisa, que se iniciou em 2003, avaliou as características químico-ambientais, as propriedades físico-mecânicas e estéticas, estabilidade e durabilidade do material produzido a partir da escória.

De acordo com as pesquisas, as misturas cimentícias produzidas com escória se revelaram mais competentes mecanicamente que aquelas produzidas com materiais convencionais. Elas também apresentarem outras características importantes para o uso na construção civil. “O uso da escória também contribui para o desenvolvimento sustentável do processo siderúrgico e traz contribuições ao meio ambiente”, complementou Fiorotti.

O pesquisador alertou que a produção desse material requer tratamentos especializados para que não apresentem patologias. Ele ainda destacou a importância de investimento em desenvolvimento e disseminação de tecnologias nessa área.

Procedimento para aplicação de escória

A Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), em parceria com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e as usinas siderúrgicas de São Paulo, está elaborando critérios para a utilização de agregado siderúrgico em diversas aplicações confinadas e não confinadas. O estudo foi iniciado em 2008 e a previsão é de que o procedimento seja concluído em 2011.

De acordo com o coordenador do grupo de trabalho, Luiz Cláudio Pinto Oliveira, as escórias de aciaria de todas as siderúrgicas do Estado foram caracterizadas e classificadas de acordo com a NBR 10004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Também foi avaliado o fluxo de produção das escórias para garantir que o uso do material não ofereceria riscos ao meio ambiente e à saúde da população”, complementou.

Oliveira garantiu que o grupo tem a preocupação em garantir o atendimento à legislação ambiental em todas as etapas do processamento da escória de aciaria. Ele adianta que a aplicação do coproduto deverá atender a alguns requisitos como: estabilidade volumétrica, classificação em classe II pela NBR 10004, que o caracteriza como resíduo não perigoso, e não ter risco de contaminação. “Desde que a escória de aciaria atenda aos requisitos deste procedimento, ela passa a se denominar agregado siderúrgico com os usos previstos”, concluiu.

Semana Mineira de Redução de Resíduos

A Semana Mineira de Redução de Resíduos é uma ação em conjunto com a Semana Européia de Redução de Resíduos e é realizada de 20 a 28 de novembro com diversas ações, como o Seminário Internacional Aplicação da Escória de Aciaria.

Confira a programação completa da Semana no site www.minasmenosresiduos.com.br.

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