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15h19min - 16 de Julho de 2013 Atualizado em 17h11min

Solenidade do Dia de Minas transforma Mariana na capital simbólica do Estado nesta terça-feira

Governador Antonio Anastasia presidiu cerimônia oficial em comemoração ao Dia de Minas. Decreto estadual transfere a capital, hoje, para Mariana, que comemora 317 anos

Uma viagem pela cultura e pela história mineira. Esse foi o clima que tomou conta de Mariana, na região Central, primeira cidade e capital do Estado e que, nesta terça-feira (16), voltou a ser a capital simbólica dos mineiros durante a cerimônia do Dia de Minas. No evento, 40 pessoas foram agraciadas com a Medalha do Dia do Estado de Minas Gerais, comenda entregue a personalidades e instituições que contribuíram para o desenvolvimento do Estado.

Em seu discurso, o governador Antonio Anastasia homenageou a cultura literária mineira. O orador oficial da cerimônia, neste ano, foi o presidente da Academia Mineira de Letras, Olavo Celso Romano.

“O momento atual por que passa o Brasil nos impõe séria reflexão sobre diversos aspectos da vida nacional. Nós, em Minas, não podemos deixar de fazer este registro e oferecer nossa contribuição ao debate deste singular instante de nossa história. Neste contexto, em ambiente da comemoração do dia de nosso Estado, dedicado a esta nossa primeira Vila e Capital, e dia de Nossa Senhora do Carmo, decidi aludir, em meu pronunciamento, àquele que é dos nossos maiores patrimônios: a cultura mineira”, afirmou Anastasia.

Para o governador, em grandes momentos da história de Minas Gerais, política e literatura foram escritas concomitantemente, lado a lado. “Convenço-me de que a história de Minas, tão curta e tão intensa, foi escrita enquanto se fazia: literatura e ação política sempre estiveram juntas em nosso vir e devir”, afirmou Anastasia, dizendo a seguir que, “ao assumir a nacionalidade, foi natural que as letras se comprometessem com a independência, e tratassem das coisas políticas, não obstante a censura e a vigilância das autoridades portuguesas”.

Anastasia fez uma viagem pelos nomes da literatura mineira. Do poeta inconfidente Cláudio Manuel da Costa a Guimarães Rosa – com o qual destaca Grande Sertão: Veredas como uma das “maiores obras da literatura universal” –, passando pela poetiza Bárbara Heliodora, o romancista Bernardo Guimarães, Carlos Drummond de Andrade, Murilo Rubião e os escritores contemporâneos Ruy Mourão e Fábio Lucas.

“Guimarães Rosa fará a grande descoberta de um de nossos mistérios: somos a Civilização do Encantamento. Esse encantamento, que cobre o enigma do jovem vaqueiro Diadorim, se revelará na deslumbrante nudez feminina, no combate final de O Grande Sertão”, afirmou.

Ao revisitar a história e a cultura, Anastasia resgatou a alma política e libertária do povo mineiro e enalteceu ‘a inteligência criadora de nosso povo’.

“Escritor Olavo Romano, sou-lhe grato por aceitar o nosso convite para ser o orador oficial deste Dia de Minas, na primeira vila e sede da Capitania das Minas. Ao convocar o grande observador da vida montanhesa, tecida na construção cotidiana de pequenas e densas travessias épicas, no convívio permanente com o Absoluto, ao esgueirar-se entre a fé em Deus e as seduções demoníacas, quis homenagear todos os nossos homens e mulheres que fizeram e continuam a fazer a história espiritual de nosso povo. Com fé no espírito de Minas, sabemos que somos capazes de superar todas as dificuldades e as incompreensões. Nada pode diminuir ou abalar o conhecimento, a cultura e a história de nossa gente alterosa!”, afirmou Anastasia.

Sentimento de Minas

O presidente da Academia Mineira de Letras, Olavo Celso Romano, destacou a emoção de estar no berço do Estado e ressaltou a importância de ser mineiro.

“Deve-se, aqui, ouvir o sentimento de Minas, Minas além do som, Minas Gerais, como buscava Drummond, na escuta do eco da montanha. Nada seria mais grato ao presidente da Academia Mineira de Letras que estar na cidade de nosso patrono, o grande Alphonsus de Guimaraens, e render um preito de emoção ao espírito de Minas, fonte de inspiração permanente e luz que jamais se apaga”, disse o presidente da Academia Mineira de Letras.

Olavo Romano ainda destacou a importância e a presença de Minas Gerais no país, e afirmou que ser mineiro é sinônimo de pensar o Brasil com sabedoria e de modo convergente a favor das causas nacionais.

“Mineira e geralista, nossa gente assunta, sopesa, acha prumo e rumo, antes de se lançar ao eito de qualquer lavoura. Reflete com a montanha, vai a fundos abismos, depois abre caminho e flui com o rio, aprende na sabedoria popular, nascida da observação do mundo, do espiar e por sentido. Estado-síntese, a Minas insubmissa e generosa nunca negou sua presença, jamais se omitiu nos momentos graves da nacionalidade,” afirmou o escritor.

Também participaram da solenidade o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro, o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador Joaquim Herculano Rodrigues, o prefeito de Mariana, Celso Cota, secretários de Estado, entre outras autoridades.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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