BELO HORIZONTE (19/11/08) - O vice-presidente do Banco Mundial (Bird), Justin Yifu Lin, defendeu nesta quarta-feira (19), em Belo Horizonte, a realização de obras públicas de infra-estrutura como uma forma de reduzir os efeitos negativos da crise internacional. Em palestra na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Yifu Lin afirmou ser este o momento para que os gargalos ao desenvolvimento, especialmente nas áreas de transportes e energia sejam eliminados como forma de “pavimentar o terreno para o crescimento de longo prazo”.

O economista veio a Minas para conhecer os projetos sociais desenvolvidos pelo Governo do Estado, cuja implementação ele reconhece ser importante em momentos de crise como o atual. Na terça-feira (18), ele visitou um projeto de desenvolvimento comunitário executado por meio do Programa de Combate à Pobreza Rural (PCPR), em Claro das Poções, no norte de Minas. O PCPR conta com financiamento por parte do Bird da ordem de R$ 35 milhões. Durante a visita ao norte mineiro, Yifu Lin comparou o projeto mineiro a alguns programas desenvolvidos na China e levantou a possibilidade de a instituição levar a idéia a outros países.

O economista, ao analisar as causas que levaram à atual crise na economia mundial, acentuou que a gravidade da situação só perde para a quebra da economia mundial de 1929. Ele apontou o acelerado crescimento artificial das empresas de tecnologia da informação em todo o mundo, em 2001, como um dos fatores que contribuíram para a atual situação.

Ele lembrou que a partir de 2002, os Estados Unidos, Europa e alguns países em desenvolvimento adotaram políticas agressivas para evitar a recessão. “Países como Índia e China criaram grande demanda por commodities, o que elevou os preços de minério, petróleo e produtos agrícolas, beneficiando países como o Brasil”, explicou.

Segundo ele, em função do grande volume de reservas, o Brasil conseguirá ultrapassar a crise de forma satisfatória. Entretanto, alertou para os riscos de desemprego e outros problemas sociais, caso haja um aprofundamento da mesma.

A secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, destacou as recentes medidas adotadas pelo Governo do Estado para minimizar os efeitos da crise na economia, entre elas, a flexibilização tributária e de aumento de crédito para o setor produtivo, que ajudarão empresas de vários setores a enfrentar os efeitos da crise econômica internacional. O pacote representa a injeção de R$ 1,3 bilhão na economia mineira.

Ela afirmou que pela proposta de orçamento fiscal para 2009, em tramitação na Assembléia Legislativa de Minas, o Governo deverá investir mais de R$ 11 bilhões, com recursos do Tesouro e das empresas controladas pelo Estado. Segundo a secretária, esse volume de investimento não deverá ser mudado.

Exportaminas

Em visita à Central Expotaminas, nesta quarta-feira (19), o vice-presidente do Banco Mundial (Bird), Justin Yifu Lin, defendeu o apoio às pequenas e médias empresas, como forma de diversificar a pauta de exportação. Ele afirmou que tal medida tem o apoio do Banco Mundial.

O superintendente de Comércio Exterior, Accácio Ferreira, disse ao dirigente do Bird que, apesar de Minas ser o segundo Estado no ranking nacional das exportações, o trabalho do Governo tem sido direcionado no sentido de ampliar sua participação no comércio exterior. "Temos uma alta concentração de dez a 20 produtos em nossa pauta exportadora. Nosso objetivo é diversificar e agregar valor a essa pauta", frisou o superintendente.

O diretor da Central Exportaminas, Jorge Duarte de Oliveira, apresentou a Lin o projeto de desenvolvimento das exportações de limão produzidos na região do Jaíba, no Norte de Minas, além de outras iniciativas conduzidas em parceria com instituições do setor privado, entre elas o Sebrae, a Faemg, a Fiemg e a Centrais de Abastecimento (Ceasa). "O setor de alimentos é uma prioridade do Governo de Minas, principalmente por termos uma enorme área agricultável e ampla capacidade de diversificação, com a incorporação de novas empresas no esforço exportador", disse.

A visita do presidente do Bird à Central Exportaminas foi acompanhada pelo economista do Banco Mundial José Guilherme Reis e de representantes da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede). A Central Exportaminas é vinculada à Subsecretaria de Assuntos Internacionais (Seain) da Sede.