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Educação

14h48min - 03 de Novembro de 2011 Atualizado em 12h28min - 01 de Julho de 2013

Zona da Mata é reduto de medalhistas das Olimpíadas Brasileiras de Matemática

A Zona da Mata não é tradicionalmente conhecida pelos seus metais, mas quem se arriscar em um passeio em três cidades da região vai se deparar com muito ouro, prata e bronze. A fonte, contudo, não são as minas e sim, escolas estaduais. As cidades de Dores do Turvo, Senador Firmino e Coimbra, são redutos de medalhistas das Olimpíadas de Matemática.

DORES DO TURVO (03/11/11) - A Zona da Mata mineira não é tradicionalmente conhecida pelos seus metais, mas quem se arriscar em um passeio em três cidades da região vai se deparar com muito ouro, prata e bronze. A fonte, contudo, não são as tradicionais minas e sim, escolas estaduais. As pequenas cidades de Dores do Turvo, Senador Firmino e Coimbra, todas com menos de oito mil habitantes, são redutos de vários medalhistas das Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).

Com poucos quilômetros de distância entre elas, as cidadelas fazem inveja em muitos estados brasileiros e já contam com 44 medalhas, desde que se iniciou a competição. Só em 2010, alunos de escolas estaduais desses municípios conquistaram 12 medalhas e na segunda etapa da 7ª edição da Obmep, que acontece em 5 de novembro, 107 estudantes dessas três escolas farão as provas.

A viagem começa na cidade de Dores do Turvo, de apenas cinco mil habitantes. Na busca pelos metais, destaca-se a Escola Estadual Terezinha Pereira. Desde 2007, a escola vem conquistando medalhas na competição e já soma 13. “Em 2010, foram três pratas e este ano vamos tentar um ouro”, conta a diretora Ângela Pereira Campos. O mérito pelas conquistas é dos bons alunos que lá estudam, mas um professor em particular também ganha louros pelo desempenho. Geraldo Amintas leciona matemática há 31 anos na escola e já formou vários medalhistas, tanto que ganha prêmio como professor destaque desde a 3ª edição da Obmep. “Temos um grupo de estudantes bastante comprometidos. Depois que começamos a ter destaque na Obmep, o interesse dos estudantes pela matemática também aumentou”, destaca Geraldo, que acompanha seus alunos em toda a educação básica e, segundo suas contas, teve entre três e quatro mil alunos em sua vida.

A Obmep é levada tão a sério na escola que, além da medalha oferecida pelo Ministério da Educação e dos prêmios que tradicionalmente a Secretaria de Estado de Educação (SEE) também oferece aos medalhistas da rede pública, a própria escola premia seus alunos, sempre com ajuda das gerações de ex-estudantes. “Pedimos que nossos ex-alunos doem um prêmio, que a gente dá ao melhor colocado em cada nível. Já oferecemos aparelhos de MP3, MP4 e até celulares”, explica a diretora. O prêmio é oferecido ao final da primeira fase da Obmep. Este ano, a ex-estudante Sandra Imaculada Moreira Neto doou uma câmera digital.

Doutoranda em matemática na Universidade Federal de São Carlos, no Estado de São Paulo, ela teve seu primeiro contato com as exatas na escola, justamente sob a batuta do professor Geraldo. “Sou apaixonada pela matemática e me sinto responsável por perpetuar a disciplina na escola. É uma forma de ajudar a minha antiga escola e a área que eu tanto gosto”, afirma. “Apesar do jeito durão, o Guingo (apelido de Amintas) sempre soube perceber se o aluno está aprendendo ou não. Ele me ajudou muito”, completa Sandra.

Distante 11 quilômetros de Dores do Turvo, a cidade de Senador Firmino, de sete mil habitantes, abriga outra escola referência da Obmep. Desde 2007, a Escola Estadual Professor Cícero Torres Galindo vem conquistando medalhas na competição e, ao todo, garimpou 16. Só em 2010 foram cinco, sendo três de bronze, uma de prata e uma de ouro. Segundo a diretora da escola, Sandra Fernandes Veiga, o motivo do sucesso é o trabalho em conjunto. “Nossos alunos são muito esforçados, os professores trabalham a importância da competição e a gente divulga bastante a Obmep na escola”, explica. “O aluno busca se sobressair e essas medalhas os motivam a estudar matemática e conseguir um resultado cada vez melhor”, completa.

Enquanto a escola contabiliza suas medalhas, Thales Guimarães de Souza trabalha em sua coleção pessoal. O estudante do 8º ano já participou da Obmep duas vezes e ganhou duas medalhas, ambas de bronze. Classificado para a 2ª etapa da competição este ano, Thales mira mais alto. “Dos vários milhões que fazem a prova, só uns três mil ganham medalhas. Então, é muito importante esse prêmio. Mas, este ano, quero, no mínimo, uma prata”, anuncia. “Eu estudo durante a semana e, aos sábados, está ocorrendo na escola um encontro entre os alunos que foram classificados para se prepararem para as provas da segunda etapa. Também faço vários exercícios e resolvo provas dos anos anteriores”, explica. Além do orgulho, a medalha rendeu ao estudante – assim como a todos os medalhistas – uma bolsa de iniciação científica, através da qual tem aulas mais avançadas de matemática.

Quem se interessar em garimpar um pouco mais pode caminhar outros 50 quilômetros até a cidade de Coimbra, de sete mil habitantes. A Escola Estadual Emílio Jardim é outra mina de “metais matemáticos”, tendo ganhado medalhas em todas as edições, sendo 15 no total. Só em 2010 foram duas pratas e dois bronzes. O desempenho nas Olimpíadas é reflexo do empenho dos alunos com os estudos em geral. Em 2010, por exemplo, dos 50 estudantes que se formaram no 3º ano do ensino médio na escola, 37 passaram em universidades federais, a maioria deles na Universidade Federal de Viçosa.

Para repetir o sucesso das edições anteriores, os 43 classificados para a 2ª fase da Obmep 2011 estão se esforçando muito para garantir o bom desempenho. Duas vezes por semana esses estudantes se reúnem no contraturno das aulas para reforçar o conteúdo que será cobrado nas provas da competição. O professor Luiz Henrique Frederico de Araújo comanda a rotina de estudos e não dá mole para os pequenos prodígios matemáticos. “Eu destaco o comprometimento desses alunos. Sempre que marcamos aulas à noite eles comparecem, têm boa vontade e interesse em aprender”, explica. Durante as aulas de preparação, o professor trabalha com uma lista de exercícios sugerida pela própria Obmep, além de resolução de provas antigas. E espera repetir o reluzente sucesso das edições anteriores. “Estamos trabalhando para conquistar mais medalhas”, assegura.

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