Numa típica cidade interior encravada nas montanhas do Vale do Rio Doce, Marliéria, fica a Escola Estadual Liberato de Castro, onde Sandy Morais Quintão, de 14 anos, estuda desde o ensino fundamental.

Sandy é campeã nacional de matemática. “Eu gosto muito de matemática, quero ser engenheira”, afirma a estudante.

Mais de 2 milhões de estudantes mineiros do ensino fundamental e médio participaram da ultima edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), 10% do total de alunos inscritos de todo o país.

Pela sexta vez, Minas conquistou o maior número de medalhas de ouro e o primeiro lugar geral em medalhas. Foram 152 medalhas de ouro, 229 de prata e 947 de bronze, totalizando 1.328 medalhas. Sandy é finalista há três anos seguidos. Em 2010 foi bronze, em 2011 foi ouro e em 2012, bronze de novo.

“Dedico essas medalhas a meus pais e meus professores”, declara a aluna.

Os prêmios colocaram Sandy no mais alto patamar da educação brasileira. A mãe de Sandy é secretária da escola estadual onde ela estuda, onde o pai também já foi professor. Maria Geralda Quintão garante que o ensino público contribuiu muito para o desempenho da menina. “A educação aqui é muito boa. Os alunos que querem, se esforçam, têm muito apoio”, afirma a mãe da estudante.

A Escola Estadual Liberato de Castro já teve outros alunos finalistas em concursos de redação e matemática. “Essa conquista é muito importante para a escola, para o reconhecimento do trabalho dos professores e o esforço dos alunos. Isso também estimula outros alunos que não se interessavam pela matemática, por exemplo”, afirma a diretora da instituição, Adriadne Paiva Araújo.

Inscrições abertas

Em fevereiro, começou o período de inscrições para a primeira fase da nona edição da Obmep. A inscrição deve ser feita pelas próprias escolas até o dia 5 de abril e elas devem informar o número de alunos que participarão da primeira fase, sem necessidade de inscrições individuais.

Além de medalhas de ouro, prata e bronze, os alunos que se destacarem na Obmep terão a oportunidade de participar do Programa de Iniciação Científica Jr (PIC). A iniciativa tem duração de um ano e as atividades do programa envolvem tanto encontros presenciais quanto a participação em um Fórum Virtual que possibilita o contato, via internet, com estudantes de todo o país que se interessam por Matemática.

Os medalhistas que acompanham todas as etapas do PIC recebem a Bolsa de Iniciação Cientifica Jr., concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Professores e escolas que se destacarem também serão premiados pela Olimpíada.