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14h31min - 09 de Agosto de 2012 Atualizado em 09h25min - 18 de Novembro de 2013

VÍDEO: Atendimentos de proteção à mulher no Centro Risoleta Neves crescem 37%

Busca é motivada por maior conscientização das vítimas e incentivada pelo trabalho integrado com outras instituições

No primeiro semestre de 2012, o Centro Risoleta Neves de Atendimento (Cerna) – órgão do Governo de Minas que oferece atendimentos psicológicos, jurídicos e sociais gratuitos para mulheres vítimas de violência doméstica – realizou 594 atendimentos, um crescimento de 37% com relação ao número do mesmo período do ano passado.

Criada em 2004, a instituição integra a estrutura da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese).

Para o coordenador do Cerna, Diego Garzón, o aumento dos atendimentos significa que a temática vem ganhando o espaço público e que isto é o que faz com que muitas mulheres passem a ter coragem de denunciar e mudar antigos padrões.

“Temos que desconstruir o ditado que diz que ‘em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher’. Se há um problema de violência em uma relação privada, isto passa a ser uma questão pública”, afirma.

Segundo Garzón, o acompanhamento psicológico possibilita à mulher vislumbrar uma vida diferente. “Ao romper este padrão que naturaliza a violência, muitas mulheres sequer se separam, mas conseguem cessar a violência com uma nova postura”, observa o coordenador.

Um dos grandes desafios

De acordo com especialistas, a proteção à mulher vítima de violência passa por uma série de ações: a denúncia, o afastamento do agressor, as medidas punitivas, o tratamento psicológico da vítima.

Esta última fase, no entanto, pode ser considerada um dos grandes desafios desta luta, pois envolve um trabalho de desconstrução de um modelo mental que naturaliza a violência como parte do cotidiano da mulher.

Este trabalho de “desnaturalização” da violência é um dos principais objetivos do Cerna.

Para a subsecretária de Direitos Humanos da Sedese, Carmen Rocha, a mudança de postura não somente das mulheres vítimas de violência, mas de toda a sociedade é um processo longo.

“Por ser um problema social construído, é um processo que leva tempo. É mais rápido mudar o comportamento de um indivíduo do que os valores sociais e morais de uma sociedade”, afirma.

Trabalho em rede

Outro fator que estimula o aumento dos atendimentos do Cerna é o trabalho em rede, uma vez que a iniciativa tem o trabalho integrado a instituições como a Polícia Militar, o sistema judiciário e o Ministério Público. Assim, muitas das vítimas procuram o Cerna de forma voluntária, mas uma grande parte é encaminhada por estes órgãos parceiros.

A instituição conta hoje com 15 profissionais envolvidos em suas atividades. O centro também faz encaminhamento à Rede Estadual de Atendimento às vítimas de violência física, sexual, psicológica, moral, patrimonial e homofóbica, em cumprimento à Lei Maria da Penha.

Como acessar os serviços

Além de poder recorrer diretamente a serviços como o Cerna – que funciona na Rua Pernambuco, 1000, Savassi, em Belo Horizonte – qualquer pessoa pode acionar o Disque Direitos Humanos (0800 031 1119) para denunciar violência contra as mulheres.

Nos primeiros sete meses deste ano, o serviço – que atende a todo o estado e é gratuito e sigiloso – recebeu 92 denúncias de crimes contra mulheres – número cinco vezes maior do que o registrado em 2011, quando 18 relatos foram feitos.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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