A saúde da mulher foi o foco das comemorações do Dia Nacional da Defensoria Pública (DEP) no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte. Nesta sexta-feira (17), 65 detentas e cinco agentes penitenciárias entre 35 e 69 anos fizeram, gratuitamente, o exame de mamografia dentro da própria unidade prisional. O atendimento foi realizado no Caminhão Viva a Vida, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), que é parceira da DEP e da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) na ação preventiva ao câncer de mama.

“Não dói nada e só faz bem à saúde”, declarou Maria Aparecida de Paula Ribeiro, de 51 anos, que fez pela primeira vez o exame. Na unidade móvel, veículo totalmente equipado e preparado para realizar a mamografia digital, as detentas e servidoras encontraram agilidade e comodidade. O procedimento tem a duração média de oito minutos e o laudo com o resultado fica pronto em até cinco dias.

O Complexo Penitenciário contou, também, com uma programação diferente durante a tarde, quando houve o lançamento da campanha nacional “Defensores Públicos: Pelo Direito de Recomeçar”. A ação, promovida pela Associação dos Defensores Públicos de Minas Gerais (ADEP-MG) para as comemorações do Dia Nacional da Defensoria Pública - 19 de maio -, tem como objetivo a criação de mecanismos de reinserção social para pessoas privadas de liberdade, tendo como princípio a educação e a geração de emprego ainda durante o cumprimento da pena.

Para o presidente da Associação dos Defensores Públicos de Minas Gerais, Eduardo Cavalieri Pinheiro, a campanha surge como uma oportunidade de se repensar a reinserção dos egressos do sistema prisional na sociedade para que eles tenham a efetiva chance de recomeçar.

O subsecretário de Administração Prisional, Murilo de Andrade Oliveira, participou do evento e falou sobre o trabalho de ressocialização que já é realizado no sistema prisional. “Atualmente, Minas Gerais possui 67 escolas estaduais que funcionam dentro das unidades prisionais, e 447 parcerias de trabalho”, informou. Sobre a profissionalização dos detentos, ele ainda completou. “Ao todo, são 12.500 presos trabalhando e o objetivo é que essas pessoas, fora das unidades prisionais, após o cumprimento da pena, tenham plena condição de entrar no mercado de trabalho”, afirmou.

Comemorações

Dentro da programação especial da unidade foram realizadas, ainda, palestras sobre a atuação dos defensores públicos na Execução Penal, sobre o Projeto Libertas e sobre o Conte com a Defensoria Pública. Também foram esclarecidas dúvidas quanto aos direitos e deveres dos detentos dos regimes fechado, semiaberto, aberto e prisão domiciliar. Houve a distribuição de cartilhas informativas.

Um egresso do sistema penal que cumpriu pena em regime fechado por 11 anos e, atualmente, está em condicional, foi convidado para falar às presas sobre a sua experiência. Em seu depoimento, Gregório Antônio Fernandes de Andrade reforçou que, com oportunidades de trabalho e educação, é possível ter mais chances de conquistar um espaço na sociedade e quebrar o ciclo da reincidência.

Ainda como parte da programação, o coral “Meninas dos Olhos de Deus”, formado por detentas do Complexo Penitenciário Estevão Pinto, fez uma apresentação em homenagem a todos os convidados.