Minas por Região
Agricultura

17h27min - 05 de Junho de 2013 Atualizado em 09h15min - 18 de Novembro de 2013

VÍDEO: Diretor Geral do IMA fala sobre o futuro dos queijos artesanais

As discussões, que começaram, nesta terça-feira (4), durante fórum internacional no Expominas, seguem até a próxima quinta (6)

O Fórum Internacional “Indicações Geográficas, Patrimônio Cultural e os Queijos de Leite Cru”, vai discutir, até esta quinta-feira (6), durante a Superagro Minas 2013, o futuro dos queijos de leite cru, que há quase 300 anos ocupam lugar cativo nas mesas mineiras. Esses queijos foram alçados à condição de patrimônio cultural imaterial brasileiro por meio do seu método de produção. Atualmente, o Estado possui cerca de 30 mil produtores e o principal desafio é que o produto consiga alcançar mercados de outros estados, além sistematizar o documento do Plano de Salvaguarda do queijo artesanal.

A assessora técnica da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Ana Helena Cunha, explicou que o fórum pretende discutir a forma de gestão dos queijos artesanais de leite cru do Estado, entre eles o Minas, para promovê-los como produtos regionais de procedência definida. “A indicação geográfica, solicitada pelas associações de produtores ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), é muito importante para proteger o nome do produto e, ainda, como ele é confeccionado em determinada localidade”, afirma.

Atualmente, há duas regiões do Estado que já possuem a indicação geográfica: Serro e Canastra. A cidade de Araxá e, ainda, a Serra do Salitre devem ingressar com o pedido ainda neste ano, segundo a assessora. Esse documento impede, também, que o nome do produto seja usado de forma indiscriminada.

Um dos pontos altos da programação do fórum será o estudo de casos de sucesso, como o do queijo artesanal francês Saint Nectaire, que é vendido em todo o mundo. O encontro vai sistematizar, ainda, o documento do Plano de Salvaguarda do queijo artesanal de leite cru, com as regras para a perpetuação do conhecimento, para que este produto seja feito de forma segura para a população.

O evento terminará com o concurso do melhor queijo artesanal de leite cru do Estado na quinta-feira (6), a partir das 17h30. O resultado final será divulgado às 21h.

Produção

Pelo seu pioneirismo, a Lei Estadual 14.185, de 30 de janeiro de 2002, que trata do processo de produção do Queijo Minas Artesanal, também será abordada durante o fórum. O evento trouxe a Belo Horizonte representantes de associações de produtores de queijo artesanal de leite cru de outros estados, como Santa Catarina e Rio Grande do Norte, que estão vivenciando experiência similar com seus queijos.

A transformação do queijo artesanal de leite cru produzido em Minas Gerais em patrimônio cultural imaterial brasileiro modificou drasticamente a visão que as pessoas têm desses produtos e, consequentemente, o seu valor comercial. Segundo a coordenadora de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Minas Gerais (Iphan-MG), Corina Maria Rodrigues Moreira, mais que o produto final, o modo tradicional de fazer o queijo, passado de forma oral pelos núcleos familiares que trabalham nesse ramo de negócio, é o que foi reconhecido como patrimônio.

“Os produtores ainda estão se adequando à ideia de que o queijo artesanal passou a ter valor cultural agregado”, comenta. No entanto, toda tradição muda com o tempo. No caso do queijo artesanal de leite cru, o desafio proposto é a adequação à legislação sanitária em vigor, para que o produto não represente risco para a segurança alimentar da população.

Segundo a gestora, o Iphan tem mantido contato permanente com os órgãos de vigilância sanitária para que a fiscalização seja intensificada no Estado. “Temos hoje no Estado 30 mil produtores, o que dificulta esse processo”, reconhece.

Importância

O diretor-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Altino Rodrigues Neto, ressalta que, mais que produto, o queijo tem grande importância social para o homem do campo. “Essa atividade fixa o homem no campo”, exemplifica. Por se tratarem de pequenos produtores, é desse produto que eles retiram seu sustento.

Há que se considerar, ainda, que o queijo artesanal de leite cru é um produto tradicional muito apreciado pela população, pela forma como ele é produzido. Por isso, o próximo passo para valorizar o produto é garantir a venda nacional. “Precisamos de uma autorização do Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que o IMA certifique os queijos mineiros”, adianta.

Realização

A Superagro Minas 2013, que começou no último dia 29 e segue até o dia 9 de junho, é uma realização do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e Sebrae-MG.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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