Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está prestes a acolher a primeira empresa brasileira capaz de produzir um mamógrafo com tecnologia 100% nacional. Com o apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a Sawae, especializada na fabricação de aparelhos de raio-x e endoscópios de última geração, já providencia a certificação do protótipo junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Atualmente, todo os mamógrafos do país são adquiridos somente por meio de importação. “Fabricar os mamógrafos no Brasil gera um custo muito mais competitivo e a possibilidade de ter uma assistência técnica local”, enaltece o diretor-financeiro da Sawae, Luiz Henrique de Sousa e Silva. “O mamógrafo é uma máquina de funcionamento complexo que exige uma mão-de-obra especializada para fazê-la funcionar”, comenta também o diretor-geral da Sawae, José Alexandre Leão.

A meta da Sawae é oferecer um equipamento mais acessível e, com isso, alcançar 50% do mercado nacional e triplicar o faturamento nos próximos anos. “O BDMG tem sido um parceiro excelente da nossa empresa, por acreditar em nossos potenciais e, com isso, elevá-la a um patamar diferenciado”, destaca José Alexandre.

A estratégia tem como alicerce o programa Pró-Inovação, linha de financiamento do BDMG dedicada a projetos inovadores. Segundo Luiz Henrique, sem o apoio do Pró-Inovação, a Sawae teria de utilizar recursos próprios na pesquisa e desenvolvimento da engenharia do produto.

A linha de financiamento Pró-Inovação foi criada em 2011 em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) para financiar projetos de desenvolvimento ou implantação de inovação de produtos e serviços. Até o momento, já foram liberados R$ 14 milhões para 23 empresas.

Somando todas as linhas de financiamento, somente em 2012 o BDMG desembolsou cerca de R$ 1,5 bilhão, sendo aproximadamente R$ 350 milhões para micro e pequenas empresas. Até 2014, a instituição prevê alcançar R$ 2 bilhões em financiamentos.

Combate ao câncer de mama

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo da doença que mais mata no Brasil, e a única forma de aumentar as chances de cura é o diagnóstico precoce. A cada hora, seis brasileiras recebem a notícia de que têm a doença. Em Minas Gerais, a estimativa é de que mais de 4,5 mil novos casos tenham sido diagnosticados somente no ano passado.

Para combater a doença, o Governo de Minas, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), mantém o Programa Estadual de Controle do Câncer de Mama, que tem como público-alvo as mulheres de 45 a 69 anos, incentivando-as a fazer o exame de dois em dois anos.De acordo com a SES-MG, existem em Minas 511 mamógrafos públicos e particulares em 187 municípios mineiros, número considerado suficiente para atender à demanda.

A reportagem com o caso da Sawae foi exibida no programa BDMG em Rede, na Rede Minas de Televisão. Edições inéditas são veiculadas às segundas e quartas, a partir das 20h55, com retransmissões às terças e quintas, às 12h55.

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