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Segurança / Defesa Social

09h02min - 05 de Novembro de 2013 Atualizado em 09h08min - 18 de Novembro de 2013

VÍDEO: Estado inaugura galpão de trabalho no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto

Inicialmente, seis presas vão trabalhar no setor de impressão digital instalado no local, que vai contar com maquinários de ponta e um serralheria

O Estado de Minas Gerais conta com mais uma iniciativa inédita de trabalho em unidade prisional a partir dessa segunda-feira (4). Foram inaugurados dois novos galpões no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto (Piep), em Belo Horizonte, onde seis presas trabalharão no setor de impressão digital. É a primeira unidade de produção do ramo instalada dentro de um complexo penitenciário no país.

Os galpões, que têm juntos 300 metros quadrados, foram construídos e equipados por meio de uma parceria com a gráfica digital Eco Print. Neles há maquinários de ponta em impressão digital e uma serralheria. Para a realização da obra e aquisição dos equipamentos foram investidos cerca de R$ 300 mil pelo parceiro privado.

"Nós vamos trabalhar com serralheria, lata e impressão digital. As detentas entram na nossa empresa primeiramente na parte de acabamento, mas nossa ideia é que aquela que se destacar possa ser capacitada também em impressão", explica o diretor presidente da instituição parceira, Rodrigo Mendanha. Entre os produtos que saem hoje da unidade prisional direto para o mercado estão adesivos, banners, lonas e placas.

O empresário afirma, ainda, que a ideia é ampliar a quantidade de presas trabalhando na Piep e, futuramente, instalar unidades de produção em outros presídios e penitenciárias. "Hoje são seis, mas nossa vontade é chegar até o meio do ano que vem já com o dobro desse número. Há tendência, também, de nós mesmos darmos emprego a elas depois que receberem o alvará", afirma.

Pelo trabalho realizado dentro da unidade prisional, as detentas recebem três quartos do salário mínimo e remição de pena: a cada três dias trabalhados, um a menos na sentença. A diretora do Complexo Penitenciário, Nathália Rodrigues, elenca os benefícios da iniciativa. "Há uma possibilidade muito alta de reinserção no mercado de trabalho, além delas desenvolverem a responsabilidade, disciplina, e receberem capacitação", destaca.

De todos os benefícios, é a redução da pena aquele que mais chama a atenção da detenta Elizabete Leandra Lourenço, uma das seis que serão beneficiadas, inicialmente, com a nova parceria. "Eu não estou aqui perdendo tempo. Eu estudo, trabalho e ganho a remição para sair mais rápido e ficar com meu filho. Vou aproveitar essa chance para mudar de vida", conta a presa de 27 anos.

Oportunidades

No Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto há, hoje, cerca de 200 presas trabalhando enquanto cumprem pena, o que representa 70% de todas as detentas condenadas da unidade. Além das atividades internas, a unidade mantém parceria com nove instituições públicas e privadas, possibilitando que as presas atuem nos setores de construção civil, cozinha industrial, produção de embalagens e de bloquetes de concreto, entre outros.

De acordo com o superintendente de Atendimento ao Preso da Subsecretaria de Administração Prisional, Helil Bruzadelli, nos últimos quatro anos o Estado de Minas Gerais triplicou o número de presos trabalhando, passando de 4 mil para cerca de 13 mil. "Em algumas regiões ainda há preconceitos, mas aos poucos eles estão sendo vencidos, estamos ultrapassando as barreiras e atingindo excelentes resultados", avalia.

Cartilha

Durante o evento também foram distribuídas às detentas da Piep a "Cartilha da Mulher Presa". O material foi produzido pelo Programa de Extensão CULTHIS - Cultura, Trabalho e História, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e contém informações sobre os direitos que as mulheres têm dentro e fora da prisão.

Para a construção da cartilha houve colaboração do Ministério Público de Minas Gerais, do instituto DH Promoção, da Pesquisa e Intervenção em Direitos Humanos e Cidadania, da Pastoral Carcerária de Belo Horizonte e do Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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