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Saúde

09h30min - 30 de Junho de 2013 Atualizado em 09h13min - 18 de Novembro de 2013

VÍDEO: Fundação Hospitalar de Minas alerta para importância da prevenção da asma durante o inverno

Hospital João Paulo II, em Belo Horizonte, é referência estadual no atendimento pediátrico de doenças respiratórias

A temporada do inverno, iniciada neste mês de junho, exige cuidados especiais para evitar doenças decorrentes dessa época do ano, como a asma. Por isso, a população deve redobrar a atenção sobre a importância do tratamento e prevenção da doença. Marcado pela queda da temperatura e pelo ar frio e seco, essa é a época em que as crises são mais comuns.

Em Minas, a qualidade do atendimento na rede pública e as constantes orientações dos órgãos estaduais de saúde sobre a importância da conscientização têm representado um importante aliado no combate à doença. No Hospital Infantil João Paulo II, da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), que atende casos mais graves e de difícil controle, houve significativa redução do número de internações por asma nos últimos três anos.

Em 2010, dados da Fhemig revelam que 1.040 pacientes foram internados, passando para 540 em 2012. Já o número de atendimentos subiu de 3.904, em 2010, para 6.773, em 2012. A doença crônica afeta pessoas de todas as idades e é responsável por 250 mil mortes prematuras em todo o mundo, sendo 3 mil só no Brasil.

De acordo com o coordenador do Serviço de Pneumologia e Alergia Pediátrica do Hospital João Paulo II, Wilson Rocha Filho, as faixas etárias mais vulneráveis são os adolescentes e adultos jovens, que muitas vezes abandonam o tratamento após apresentar melhoras e só usam a bombinha sem controle médico.

“O paciente que é bem conduzido e faz o tratamento direito dificilmente vai morrer por asma”, acrescenta Wilson Rocha. Se não controlada, a doença limita as atividades diárias e pode levar à morte, pois a inflamação crônica das vias aéreas ataca o sistema respiratório e reduz, ou até mesmo obstrui, a passagem do ar.

Prevenção e sintomas

São vários os fatores desencadeantes das crises de asma: poeira, fumo, pelos de animais, grandes altitudes, variações de temperatura, infecções respiratórias, estresse emocional e até exercícios físicos, alimentos e medicações. As crianças devem ser bem hidratadas e alimentadas, ter uma dieta saudável e balanceada, além de evitar aglomerações.

As casas devem ser bem ventiladas e os pacientes alérgicos devem evitar o contato com pelos de animais, mofo, cheiro forte e fumaça de cigarro. “Tem que tirar tudo: gato, cachorro, cortina. Fazer uma higienização completa do ambiente”, recomenda a pediatra do Hospital João Paulo II, Luciana Giarolla.

A inflamação crônica, associada a uma hiperrresponsividade das vias aéreas, leva a episódios recorrentes de chiado, cansaço, aperto no peito e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã.

Tratamento e uma "vida normal"

A menina Laura Luísa Fernandes, 4 anos, tem asma desde os dois anos de idade e já foi internada três vezes no Hospital Infantil João Paulo II. Segundo o pai, Wilson de Paula Correa, devido ao tratamento e a todas as orientações que recebe sobre profilaxia, a filha, alegre e muito falante, tem uma ótima qualidade de vida.

As crianças e idosos devem tomar a vacina contra gripe e manter os demais cuidados. Fatores emocionais podem desencadear crises, já que a asma é considerada uma doença psicossomática. O paciente controlado deve praticar atividades físicas regularmente. “Com a asma bem controlada, a pessoa pode ter uma vida normal”, enfatiza Wilson Rocha.

Aos 9 anos, Júlia Posidônio foi internada pela primeira vez no Hospital Infantil João Paulo II no último dia 14 de junho, onde permaneceu por quatro dias, após ter uma crise muito forte. “Ela não parava de tossir, chiava muito e estava muito cansada”, informou a mãe, Márcia Santos Carvalho. Júlia tem bronquite desde o primeiro mês de vida, mas só começou a usar a bombinha há um mês. “O médico disse que minhas crises estão ficando mais fortes”, disse a garota.

Nas crianças a doença pode ter um bom prognóstico com o tratamento adequado e desaparecer antes que atinjam a fase adulta. É importante tranquilizar o paciente sobre sua condição, lembrando-o de que a asma não é uma situação permanente de sofrimento e que pode ser controlada, permitindo-lhe realizar normalmente as atividades do dia a dia, inclusive exercícios físicos.

Estima-se que 10% da população tenha a doença, mas apenas 20 a 30% dos pacientes seguem o tratamento corretamente. O Hospital Infantil João Paulo II é referência estadual em atendimento pediátrico de doenças respiratórias, recebendo pacientes de todas as regiões do Estado. O Serviço de Pneumologia e Alergia Pediátrica tem uma equipe multidisciplinar formada por professores e pós-graduandos, que atendem em média 500 consultas agendadas por mês, sendo cerca de 30% (150 a 200) casos de asma.

O tratamento, que varia conforme a gravidade da doença, deve ser contínuo, a fim de evitar a necessidade de hospitalizações ou atendimentos de emergência no momento das crises, que podem ser fatais. Inclui medicações específicas que melhorem o fluxo aéreo durante os períodos de crises e anti-inflamatórios, além de medidas educativas.

Dependendo da gravidade, há necessidade de uso diário e prolongado de anti-inflamatórios inalados à base de corticosteroides, pois evitam a resposta inflamatória do organismo e são eficazes para reduzir os sintomas. Se as crises forem muito frequentes, pode-se usar medicações preventivas.

Os broncodilatadores de longa ação são usados diariamente e os de curta ação, somente nas crises, quando necessários. Alguns medicamentos podem ser encontrados no programa da Farmácia Popular e nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS) ou nos locais de dispensação das secretarias estaduais de saúde.

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