A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) anunciou a criação do Programa de Intervenção Precoce Avançada (PIPA). O programa busca incentivar o acompanhamento de recém-nascidos com risco para o desenvolvimento de deficiência intelectual, realizar e promover o diagnóstico e o atendimento precoce nas pessoas com deficiência intelectual prevenindo os agravos.

Também prevê melhorar o prognóstico e a qualidade de vida das pessoas com deficiência, além de capacitar os profissionais dos Serviços Especializados de Reabilitação em Deficiência Intelectual (SERDI) e dos Centros Especializados em Reabilitação (CER). A resolução regulamentar foi aprovada em plenário na última reunião ordinária de nº 189, da Comissão de Intergestores Bipartite de Minas Gerais (CIBSUS-MG).

Segundo a Coordenadora da Atenção à Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência da SES (CASPPD), Mônica Farina, o projeto será implantado por etapas. “O PIPA terá duas fases de implantação. A primeira consiste nas readequações dos contratos dos serviços de reabilitação em deficiência intelectual existentes até a publicação desta Resolução e a segunda etapa será ampliada aos CER e serviços isolados que possuam atendimentos de reabilitação em deficiência intelectual”, declarou.

O Governo de Minas já investiu mais de R$ 9,3 milhões em instituições que prestam serviços às pessoas com deficiência intelectual e múltipla e serão destinados R$ 13 milhões no PIPA. Atualmente, existem em Minas 136 serviços credenciados para o atendimento em deficiência intelectual, incluindo a Síndrome de Down, com recurso estadual.

A SES-MG, por meio da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, disponibiliza vários serviços especializados em Saúde Auditiva, Triagem Auditiva Neonatal, Reabilitação Física, Reabilitação Visual para os portadores da Síndrome de Down e outras deficiências intelectuais.  E, visando promover a inclusão no mercado de trabalho, a SES em parceria com a Secretaria Estadual de Trabalho e Emprego (SETE), promove treinamentos profissionalizantes para os portadores de deficiência.

Doença

A Síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, é uma alteração genética causada por um erro durante a divisão embrionária. Os portadores da síndrome possuem três cromossomos, ao invés de dois, no par 21. As alterações provocadas por essa alteração determinam as características típicas da síndrome, como olhos oblíquos semelhantes aos dos orientais, rosto arredondado, mãos pequenas com dedos mais curtos e com uma prega palmar, orelhas pequenas, atraso na articulação da fala, dificuldades motoras, comprometimento intelectual e, por consequência, lentidão na aprendizagem.

Diagnóstico

Durante a gestação, por meio do ultrassom morfológico fetal é possível avaliar a translucência nucal (medição da prega nucal do bebê) que pode sugerir a presença da síndrome. A confirmação é obtida por exames de amniocentese (que corresponde na retirada de líquido amniótico para análise) e de amostra do vilo corial (biopsia da placenta).

Depois do nascimento, o diagnóstico clínico é comprovado pelo exame do cariótipo (estudo dos cromossomos), que também ajuda a determinar o risco, em geral baixo, de recorrência da alteração em outros filhos do casal. O risco aumenta, quando a mãe tem idade acima de 40 anos.