Minas por Região
Economia / Desenvolvimento

19h03min - 19 de Março de 2013 Atualizado em 09h18min - 18 de Novembro de 2013

VÍDEO: Governo de Minas lança programa para melhorar competitividade do polo de moda de Divinópolis

Está prevista a instalação de um sistema de inteligência comercial integrado. A expectativa é tornar o Arranjo Produtivo Local de Vestuário de Divinópolis mais competitivo

A necessidade de ampliar a visibilidade do Polo de Moda de Divinópolis no mercado mineiro e brasileiro levou o Governo de Minas a lançar nesta terça-feira (19), no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte, o Programa “Minas Veste Minas, Minas Veste o Brasil”.

O projeto foi desenvolvido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDE), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Divinópolis (Sindvesd), filiado à Federação, e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG).

Os principais objetivos do programa são a instalação de um sistema de inteligência comercial integrado que será responsável por promover e gerar um incremento nos processos e nos produtos para colocar o Arranjo Produtivo Local (APL) de Vestuário de Divinópolis em melhores condições para disputar um mercado mais competitivo e enfrentar também a entrada de produtos asiáticos no mercado nacional.

“O esforço do programa será totalmente direcionado e vamos utilizar um centro de inteligência comercial e a capilaridade de nossos parceiros (Fiemg, Sebrae-MG e Sindvesd) para articulação dos principais agentes do setor na região”, disse o subsecretário de Indústria, Comércio e Serviços, Marco Antônio Rodrigues da Cunha.

De acordo com o subsecretário, a inteligência e a promoção comercial são ferramentas fundamentais para sobrevivência e competitividade de empresas no âmbito da atual da economia mundial, principalmente no que se refere à busca de novos mercados, a oferta de produtos diferenciados, inovadores, de maior qualidade e também a prestação de serviços.

Para o presidente do Sindvesd, Antônio de Araújo Rodrigues Filho, além dos benefícios econômicos, o programa prevê ganhos sociais tendo em vista que a indústria de confecção e o varejo de moda são intensivos em mão de obra. “Este programa garantirá a manutenção e criação de postos de trabalho através da ampliação da produção, além de também gerar produtos que realmente atendam as necessidades e expectativas do consumidor de moda em Minas Gerais”, enfatizou.

Segundo o presidente da regional Centro-Oeste da Fiemg, Afonso Gonzaga, “o Governo de Minas está fomentando um trabalho extremamente importante já que o setor confeccionista é o maior empregador da região”.

De reconhecida relevância para a economia regional, o APL do Vestuário de Divinópolis é formado por 691 indústrias, sendo que 98% são de micro e pequeno porte. Trata-se do maior polo de confecções do Estado, responsável por 21,4% da produção.

A produção do polo em 2012 atingiu 150 milhões de peças, emprega 29 mil trabalhadores direta e indiretamente, dos quais 85% são mulheres, o que corresponde a 10% da população economicamente ativa do município. Com um mix de peças formado por moda feminina, infantil, roupas para festa, praia, lingerie e tamanho especial, as empresas geraram, em 2011, um faturamento de R$ 409 milhões.

O diretor do Sebrae Minas, Luiz Márcio Hadad, informou que o programa será baseado em três linhas de atuação: a primeira será o fortalecimento das marcas de Divinópolis a partir da divulgação, marketing e organização de desfiles. Além disso, o programa irá apoiar os agentes de produção e também os fornecedores por meio da capacitação. “Temos uma meta ousada de atingir um crescimento de 10% ao ano, na produção do polo com um aumento de 15% no faturamento e de 4% na criação de empregos diretos e de 10% no de indiretos”, explicou.

A expectativa é de que a implantação do “Minas Veste Minas, Minas Veste o Brasil” incremente as vendas do APL em aproximadamente R$ 50 milhões ao ano, tendo em vista que se estima um acréscimo de 1.200 novos lojistas compradores. Essa projeção de crescimento das vendas também leva em consideração o potencial de ampliação e da frequência dos clientes do polo.

Marco Antônio Rodrigues lembrou ainda que o sucesso dentro desse novo cenário requer um intenso trabalho de divulgação e de promoção comercial dos produtos em questão, sobretudo quando se tratam de micro e pequenas empresas, que enfrentam diversas dificuldades na disputa por um espaço no mercado, diante da concorrência com grandes marcas, ou do poder dos grandes compradores, além da concorrência predatória de produtos chineses.

Reposicionamento

Atualmente, a indústria da moda em Divinópolis está empenhada no desenvolvimento de marcas e reposicionamento do polo. Nesse contexto, entram o planejamento e a execução de um projeto visando incentivos à promoção comercial, a partir de informações obtidas junto ao mercado nacional e internacional.

A implantação do Projeto “Minas Veste Minas, Minas Veste o Brasil” pretende abrir novos mercados por meio da prospecção de pontos de venda e da construção de sólido relacionamento com compradores de moda.

A primeira será o mapeamento da oferta e prospecção de demanda, seguida de um encontro de negócios com visitas guiadas de demandantes em Divinópolis e de ofertantes fora de Divinópolis e, por último, a adequação da oferta aos novos mercados.

O sistema de inteligência comercial integrado promoverá também o estudo de tendências da moda, integração da cadeia produtiva, o desenvolvimento, a implantação e monitoramento do sistema. A idéia é promover comercialmente o APL de Confecção de Divinópolis e, ao mesmo tempo, apoiar o desenvolvimento das empresas, reduzindo o impacto da concorrência asiática, a imposição das grandes redes compradoras e aumentar a competência das indústrias mineiras na busca de opções de mercado.

O Programa Minas Veste Minas fornecerá gratuitamente o serviço de inteligência comercial para todas as indústrias de confecção do APL de Confecção de Divinópolis e região. Este serviço conectará as indústrias e as lojas de moda ampliando a geração de negócios no Estado. Para tal, o serviço de inteligência comercial identificará a demanda dos pontos de venda no varejo e na outra ponta ajustará a oferta das indústrias. Assim, será possível encontrar o mercado potencial de cada uma das indústrias e ao mesmo tempo melhor atender a demanda do varejo.

De acordo com o subsecretário, o Programa será iniciado no APL de confecção de Divinópolis e região, mas posteriormente poderá ser expandido para os demais polos de moda de Minas Gerais. “Este projeto poderá ter desdobramentos para outros setores confeccionistas do Estado que também poderão ter a oportunidade de ampliar suas vendas”, destacou.

Polo mineiro

Atualmente a indústria mineira de moda é reconhecida nacionalmente por seu diferencial em qualidade e acabamento, além do forte componente cultural e artesanal, que se traduz em preciosismo, detalhes e, principalmente, em criatividade.

O polo têxtil e de confecção de Minas Gerais é formado pelos polos de Monte Sião e Jacutinga, produtores de malhas (tricô); de Divinópolis e Belo Horizonte, produtores de moda em geral; de Muriaé e Juiz de Fora, fabricantes de moda íntima e de dormir; o polo de Montes Claros é produtor de artigos de cama, mesa e banho, enquanto o de Uberlândia concentra a produção de moda em geral.

Minas ocupa o terceiro lugar no ranking nacional de produção têxtil e de confeccionados. No Estado estão instaladas 4,6 mil indústrias representando 14,1% do total nacional; é responsável pela geração de mais de 166 mil empregos ou 11% do pessoal ocupado na cadeia têxtil brasileira em 2011. Neste mesmo ano o setor investiu R$ 88,2 milhões em equipamentos no Estado representando 5% do valor total investido pelo setor no país.

A produção têxtil é de 295 mil toneladas, equivalentes a 15% da produção nacional. O maior número de empresas é de pequeno e médio porte. O Estado é responsável pela confecção de 1,2 bilhão de peças, equivalente a 12% do total produzido no país em 2011. O valor da produção de toda a cadeia produtiva foi de R$ 14,3 bilhões, o que correspondeu à participação de 10% sobre o valor da produção nacional em 2011.

O Polo Têxtil e de Confecção de Minas Gerais oferece uma completa integração entre todos os elos da cadeia produtiva. Dele fazem parte indústrias de fiação, tecelagens, malharias, beneficiamento e confecções de artigos da linha lar e do vestuário. Aproximadamente 97,5% das indústrias em atividade são de pequeno e médio porte (concentradas, notadamente, no segmento de confecções) e empregam 68,3% dos funcionários. Do total de empresas, 72% contam, em média, com até 19 funcionários empregados diretamente.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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