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Saúde

18h33min - 16 de Setembro de 2013 Atualizado em 09h10min - 18 de Novembro de 2013

VÍDEO: Maternidade Odete Valadares é referência estadual para o Método Canguru

Certificação foi conferida pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (27); metodologia é utilizada pela instituição desde 2000

A Maternidade Odete Valadares (MOV), da Rede Fhemig, recebeu, nesta terça-feira (27), certificação oficial do Ministério da Saúde como referência estadual para o Método Canguru. A obtenção do certificado se deu em razão de o hospital ter obtido avaliação positiva no processo que apurou a sua capacidade técnica, operacional e de formação de recursos humanos para a adoção do “Programa de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso” (Método Canguru). Com a certificação, a maternidade torna-se a responsável pela disseminação da metodologia no Estado.

O evento contou com a presença das tutoras do método na maternidade, da consultora da área técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde em Belo Horizonte, Vânia Rocha, do diretor do hospital, Carlos Nunes Senra, do presidente da Rede Fhemig, Antonio Carlos de Barros Martins, dentre outras autoridades.

Protagonista na adoção do programa no Estado de Minas Gerais, a Maternidade Odete Valadares utiliza a metodologia Canguru desde o início dos anos 2000. A prática adquirida pela instituição, ao longo da última década, propiciou o desenvolvimento de trabalhos científicos com a temática canguru, evidenciando-se, assim, a contribuição da Rede Fhemig para o aperfeiçoamento do método.

O presidente da Rede Fhemig, Antonio Carlos de Barros Martins, ressalta que, ao investir em metodologias capazes de promover a redução das taxas de mortalidade neonatal, e de maneira especial, ao assumir a responsabilidade pela formação dos multiplicadores do Método Canguru em Minas Gerais, a Maternidade Odete Valadares adquire um papel determinante para a promoção da saúde pública em todo o Estado.

Para realizar esse objetivo, a instituição conta com uma equipe de quatro profissionais treinados pelo Ministério da Saúde para atuarem como tutores em Minas Gerais. Desse modo, a formação de todos os demais tutores que irão atuar na própria MOV e nas diversas cidades mineiras cabe à equipe da maternidade, estabelecendo-se, assim, uma rede de ação por meio da qual os novos tutores se tornam multiplicadores do método em sua localidade de origem.

Muito antes da enfermaria

A médica e uma das disseminadoras do Método, Sandra Ornelas, salienta que a prática Canguru não começa na enfermaria, mas muito antes, ainda no pré-natal. Segundo Ornelas, a sensibilização das mulheres para a adesão à metodologia deve se dar no momento da identificação da gestação de risco, diante da possibilidade da prematuridade. Desse modo, quando der entrada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neonatal), o bebê já vai estar integrado ao método.

Os benefícios de se adotar a prática Canguru são altamente relevantes, uma vez que promove o vínculo mãe/filho, o incentivo ao aleitamento materno, a redução das taxas de infecção neonatal, a diminuição do tempo de internação hospitalar e o respectivo aumento da rotatividade dos leitos de UTIN. Além disso, ele permite a estabilidade da temperatura do corpo da criança, a diminuição do choro, bem como mais segurança e envolvimento da mãe nos cuidados com o bebê.

Para o diretor da maternidade, Carlos Senra, o empenho de toda a equipe envolvida na prática Canguru é um sinal inequívoco de que a Rede Fhemig e a MOV têm plena consciência do seu papel no amplo contexto da Saúde da Criança e da Gestante e que agem, em sua rotina de assistência à parturiente e ao neonato, como verdadeiros promotores da saúde pública mineira.

Outro aspecto importante é que a adoção da metodologia Canguru não é exclusiva das mães; ela se estende aos pais e aos parentes mais próximos (como os avós), haja vista que o contato, gradual, pele a pele com o bebê prematuro, possibilita um maior vínculo afetivo.

Prematuridade

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 2010, nasceram 15 milhões de bebês prematuros (abaixo de 37 semanas de gestação) em todo o mundo. Nesse cenário, o Brasil ocupa a 10ª posição no ranking das nações com as mais altas taxas de nascimento de crianças pré-termo.

Em território nacional, de acordo com as informações do Ministério da Saúde, a prematuridade é a principal causa de morte no primeiro mês de vida. Considerando-se que a taxa brasileira de óbitos de crianças menores de um ano de idade é de 16/1.000 nascidos vivos e que, aproximadamente, 70% das mortes se dão nos primeiros 28 dias de nascimento, fica clara a importância da adoção do Método Canguru como forma efetiva de promover a redução das taxas de mortalidade neonatal.

A adoção do programa integra-se à Política Nacional de Saúde e reflete a mudança de paradigma da atenção perinatal, ao promover a inter-relação entre os avanços tecnológicos e a atenção humanizada. É importante explicitar que o Método Canguru privilegia o trabalho multiprofissional e tem como base quatro fundamentos básicos: acolhimento ao bebê e sua família, respeito às singularidades, promoção do contato pele a pele (posição canguru) e o envolvimento da mãe nos cuidados com o filho.

A metodologia canguru teve início na Colômbia, em 1979, e visa, entre outros objetivos, priorizar o contato prolongado entre mãe e filho. No Brasil, o método “mãe canguru” foi implantado quase duas décadas depois, no ano de 1997. Nos três anos seguintes, o Ministério da Saúde regulamentou a temática ao estabelecer a Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso, o que possibilitou o desenvolvimento e a disseminação do Método na Rede Pública de Saúde.

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