17h06min - 11 de Março de 2014 Atualizado em 17h06min
Agentes do Serviço Secreto dos EUA também ministram aulas na Acadepol, que preparou mais de mil policiais em cursos de idiomas e outras técnicas de investigação
O último pacote de cursos de aperfeiçoamento profissional para policiais civis de Minas Gerais que atuarão na Copa do Mundo começa a partir desta semana, em Belo Horizonte, com aulas ministradas por agentes do Serviço Secreto dos Estados Unidos (EUA) e do FBI, a Polícia Federal norte-americana. Com isso, pelo menos 1.354 policiais terão aprendido novas técnicas para o trabalho de polícia judiciária, que ficarão como legado do campeonato mundial de futebol. Outros dois cursos ainda terão inscrições abertas, ampliando então o número de profissionais atendidos.
O curso de “Moedas Falsas” está sendo ministrado por um investigador que, por razões de segurança, não pode ser identificado. Participam 277 policiais civis da Grande BH, divididos em três turmas. O Serviço Secreto dos Estados Unidos informa que o curso realizado na Academia da Polícia Civil (Acadepol) é o primeiro promovido no Brasil em 2014. Ainda segundo o órgão, o governo norte-americano faz questão de divulgar os itens de segurança existente nas cédulas, mas a Copa do Mundo certamente vai ampliar a circulação da moeda no país, ampliando a oportunidade do crime. Outro fator de atenção é que colombianos e peruanos são os maiores falsificadores de dólar no mundo. Segundo o serviço secreto, cerca de trilhão de dólares em moeda norte-americana circula atualmente em todo o mundo.
Apesar de o crime de falsificação de moedas ser de competência da Polícia Federal, policiais civis que participam do curso destacam a importância do aprendizado para suas atividades diárias. “Já fiz apreensão de dólar supostamente falso e encaminhei para a Perícia, como é de praxe. A partir de agora, terei mais condições de antecipar a identificação ou não do crime”, afirma a escrivã Cristiane Dias, da Delegacia de Mulheres de Ribeirão das Neves. “Esse curso complementa o que foi ensinado na academia em relação à falsificação do dinheiro brasileiro”, completa a delegada Wanessa Santana, da 2ª Delegacia de Fraudes.
Outra delegada, Adriana Bianchini Galliac, lembra que o aumento da circulação de dólares no Brasil durante a Copa do Mundo deve favorecer a ocorrência do crime de estelionato, cuja investigação é de competência da Polícia Civil. “Ele ocorre quando a pessoa não é responsável pela falsificação, mas faz uso do dinheiro falso. Nesse caso, procuro sempre notificar a Polícia Federal para que a investigação possa alcançar os falsificadores”, explica a policial da 6ª Delegacia de Fraudes.
Outros 45 policiais civis, que estão matriculados no curso de “Investigação de Crime Organizado”, terão aulas do FBI entre os dias 17 e 21 de março. “São dois cursos importantes, visando situações que poderão ocorrer durante a Copa. Torcemos para que não seja necessário utilizar as novas técnicas, mas ficará um aprendizado que vai se somar a outros tantos que estão deixando nossos policiais ainda melhor preparados para trabalhar em favor do cidadão”, afirma o diretor-adjunto da Acadepol, Jorge Vagner.
Com inscrições entre 17 e 21 de março, o curso “Fisiognomonia Policial”, específico para delegados, será ministrado por uma criminóloga da própria academia. A matéria vai ensinar novos meios de identificar, a partir da fisionomia, postura, jeito de falar ou de olhar, se um suspeito está dizendo a verdade durante um depoimento na delegacia. Também os policiais da capital serão atualizados nos conhecimentos sobre técnicas de abordagem, direitos humanos e atendimento aos grupos vulneráveis, num projeto denominado Desktop, que significa área de trabalho. “Esse programa de aperfeiçoamento policial foca temáticas e situações que extrapolam a questão da Copa do Mundo, intensificando nosso trabalho rumo a uma polícia cada vez mais cidadã”, completa a diretora pedagógica da Acadepol, Patrícia Costa.
Balanço
No programa de aperfeiçoamento de servidores com vistas à Copa do Mundo, a Polícia Civil ofereceu, nos últimos anos, outros sete cursos. Na área de idiomas, 269 policiais concluíram o curso de Inglês e outros 72, o de Espanhol, ambos no nível médio. O aprendizado será de fundamental importância para atendimento aos turistas e para casos envolvendo suspeitos estrangeiros. Em outros cursos da Acadepol, 356 policiais aprenderam novas técnicas de investigação de “Tráfico de pessoas”; outros 211 fizeram o curso de “Atuação de Polícia Judiciária em Grandes Eventos”; 245 servidores aperfeiçoaram formas de “Atendimento ao Público”; 60 tiveram aulas de “Libras” e 480 concluíram o curso de “Inclusão”, voltado para o acolhimento, nas delegacias, de pessoas com déficit intelectual.
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