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Copa do Mundo | Economia / Desenvolvimento

17h58min - 03 de Junho de 2014 Atualizado em 18h52min

Arte popular é uma importante fonte de renda e ícone da cultura mineira

Cerâmica, ferro, madeira, couro, linhas e tecidos são transformados em peças de decoração e obras de arte vindas de todas as regiões do estado

Gabriel Salgado/Divulgação
Feitas de barro, as bonecas do Vale do Jequitinhonha são procuradas como peças de decoração
Feitas de barro, as bonecas do Vale do Jequitinhonha são procuradas como peças de decoração

Além da famosa hospitalidade e o sucesso de nossa gastronomia, o visitante que vier para a Copa do Mundo vai encontrar, pelo menos, uma peça do artesanato típico por onde passar. Fortemente influenciado pelas tradições dos colonizadores portugueses, somada aos costumes indígenas e africanos, o artesanato mineiro é hoje mundialmente conhecido e também uma importante fonte de renda de comunidades.

Cerâmica, ferro, madeira, couro, linhas e tecidos são transformados em peças de decoração e obras de arte. Belo Horizonte é a principal vitrine para o comércio e exposição desses objetos, cuja origem pode ser desde o Norte até o Sul do estado, com uma variedade notável de cores, formas e estilos. “O artesanato mineiro é o mais rico do Brasil e faz parte da cultura de todas as regiões”, ressalta o coordenador de Artesanato da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Thiago Thomaz.

Na capital, o maior espaço de comercialização de artesanato é a Feira Hippie, que acontece aos domingos há mais de 43 anos. A feira conta com cerca de 2.500 expositores, entre os quais estão muitos vendedores de produtos manufaturados vindos de todo o estado.

Localizado no centro de Belo Horizonte, o Centro de Artesanato Mineiro (Ceart) também expõe e comercializa artesanato há mais de 40 anos. Considerado o maior centro de produção, formação e difusão cultural de Minas Gerais e um dos maiores da América Latina, o espaço, nas palavras do arquiteto e artista plástico Gringo Cardia, é um dos mais importantes do segmento, por contar com uma curadoria especial e peças selecionadas. “Sem dúvida, a arte popular em Minas Gerais é uma das mais ricas do Brasil. Este lugar é mais que uma loja, é uma galeria de arte”, pontua o artista.

Fora do circuito comercial, o Centro de Arte Popular Cemig abriga obras da cultura mineira em uma exposição permanente. Integrante do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, o centro é um espaço de divulgação e apreciação da arte popular de Minas Gerais. O acervo do museu conta com obras de mestres do artesanato, como Geraldo Teles de Oliveira, o GTO, um dos mais importantes escultores mineiros, e de dona Izabel Mendes da Cunha, ganhadora do prêmio Unesco de artesanato por suas famosas bonecas de barro do Vale do Jequitinhonha. A visitação é gratuita.

Origens e materiais diversificados

As cidades do interior de Minas Gerais, com suas histórias e tradições, são a principal fonte da riqueza e diversidade do artesanato mineiro. No Sul de Minas, por exemplo, em Maria da Fé, a fibra da bananeira se transforma em tapetes, cortinas e jogos americanos. Em Muzambinho, o principal destaque é a tecelagem. Lá, fios de fibras naturais são tingidos e convertidos em almofadas, mantas e xales.

Na Zona da Mata, Juiz de Fora se destaca com um artesanato mais contemporâneo, muito procurado por decoradores e arquitetos. Objetos para casa e escritório são feitos de chapas e perfis de alumínio.

No Campo das Vertentes, que abrange as cidades de Tiradentes, São João Del Rei, Prados, Resende Costa, Coronel Xavier Chaves e Lagoa Dourada, a cultura e tradição se transformam em arte sacra, peças decorativas e obras de arte.

Já a região Central, que abriga os municípios de Ouro Preto, Mariana, Congonhas e outros, tem na pedra-sabão a principal matéria-prima dos artesãos. Objetos artísticos e utilitários feitos do material são exportados para a Europa e os Estados Unidos.

No Vale do Jequitinhonha, o barro transforma-se em lindas bonecas. A cerâmica tradicional é produzida principalmente por mulheres, que, entre um roçado e outro, cuidam da família e produzem peças únicas. Hoje, as bonecas são conhecidas no mundo inteiro.

No Norte de Minas, a cidade Teófilo Otoni, também conhecida como a cidade das pedras, tem nas pedras preciosas e semipreciosas sua maior fonte de renda - as joias e bijuterias feitas pelos artesãos locais também são exportadas para diversos países.

Para a subsecretária de Turismo do Estado, Silvana Nascimento, o artesanato mineiro reflete a própria história e realidade de Minas Gerais. “Sua diversidade mostra quão grandiosa é cultura do nosso estado. A Copa do Mundo dará visibilidade ao setor e o turista certamente vai se encantar e levar uma pedacinho de Minas consigo”, diz.

Incentivo à capacitação e à comercialização

O coordenador de Artesanato do Estado, Thiago Thomaz, explica que o Governo de Minas tem uma preocupação permanente com a questão cultural da arte popular mineira. “Mas, além disso, entendemos que uma das nossas grandes atribuições é fazer do artesanato um precioso meio para geração de renda”, destaca.

Com este foco, a atuação principal do Estado junto ao artesão mineiro tem sido o apoio na comercialização, maior carência dos profissionais do setor. “Oferecemos especialmente o apoio com espaços nas principais feiras regionais e nacionais, que garante ao artesão oportunidade de comercializar seus produtos”, afirma.

A qualificação também é uma das frentes de ação do Governo de Minas junto aos artesãos. Thomaz explica que, em parceria com o governo federal, temas como mercado, precificação, embalagens e a relação de trabalho em associativismo e cooperativismo são abordados junto aos artesãos.

Outro ponto de apoio é o projeto Central Mãos de Minas, criado em 1983 para apoiar o artesão principalmente na comercialização de seus produtos. Sua fundadora, Tânia Machado, afirma que a iniciativa tem como objetivo regulamentar o artesão como profissão.

“É importante que o artesão tenha domínio de todo o processo produtivo. Ele tem que ganhar dinheiro, sustentar a sua família e mandar os seus filhos para a universidade. O Mãos de Minas certifica a produção artesanal, fazendo com que o artesão possa olhar o mercado como um participante da economia”, diz. Hoje, a organização não governamental (ONG), parceira do Governo do Estado, conta com mais de 7 mil filiados de todo o estado e está envolvida em projetos de alcance nacional e internacional.

Onde comprar:

- Feira Hippie de Belo Horizonte (somente aos domingos) - av. Afonso Pena, Centro – BH/ MG

- Centro Municipal de Referência do Artesanato (CMRA) – av. Amazonas, 2474 – BH/MG – (31) 3277-8799 / 8798

- Centro de Artesanato Mineiro (Ceart) – av. Afonso Pena, 1537 - BH/MG – (31) 3272-9513 / 9516

- Trens de Minas – av. Cristóvão Colombo, 287/ 2º Andar, Loja 46 e 47 - BH/MG – (31) 9147-1663 / (31) 3234-0233

- Mercado Central – av. Augusto de Lima, 744 – BH/MG – (31) 3274-9434

- Armazém da Roça – pça. Rio Branco, 100 - Centro Rodoviária - 2º piso – BH/MG – (31) 3277-6254

- Artesanato e Floricultura Harmonia – av. Cristiano Machado, 1896 / sala 14 – BH/MG – (31) 3482-1430

- As Minas do Brasil - rua Alagoas, 1314  - Shopping 5ª Avenida - Loja 26C – BH/MG – (31) 3281-0247

- Atelier Alessandra Augusta - rua Pernambuco, 1000 - Loja 03 – BH/MG – (31) 9955-2575

-Balaio de Minas - rua Tomé de Souza, 503 - Loja 12 – BH/MG – (31) 3223-0481

- Belo Artesanato - rua Rio de Janeiro, 614 – BH/MG – (31) 3201-2662

- Arte e Tal – rua Resende Costya, 8 – Tiradentes/MG – (32) 3355-1451

- Cantildes S. Moreira – rua Acadêmico Nilo Figueiredo, 3390/loja 2 – Lagoa Santa/MG - (31) 3344-1659

- Cramam – Centro Regional de Artesanato Maria dos Anjos Macedo – rua Dálias, 483 – Sete Lagoas/MG -  (31) 3776-4499

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