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Ciência e Tecnologia

15h27min - 23 de Março de 2012 Atualizado em 12h57min - 01 de Julho de 2013

Cemig e Cetec avançam no combate a espécies de moluscos invasores

Centro de Bioengenharia foi inaugurado nesta sexta-feira

Mônica Campos/Cetec
Presença do mexilhão dourado está sendo monitorada para evitar danos ao processo de produção de energia
Presença do mexilhão dourado está sendo monitorada para evitar danos ao processo de produção de energia

Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) inauguraram nesta sexta-feira (23) o Centro de Bioengenharia de Espécies Invasoras de Hidrelétricas (Cbeih). O objetivo da parceria, firmada durante a Semana da Água, é desenvolver pesquisas para reduzir os impactos ambientais e econômicos de espécies invasoras, principalmente o mexilhão dourado, nas usinas da Cemig.

Durante a inauguração, foi apresentada uma base colaborativa online com dados sobre o mexilhão dourado. No total, o Centro de Bioengenharia de Espécies Invasoras de Hidrelétricas contará com 26 pesquisadores. Nos próximos três anos, por meio de recursos próprios e do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento – P&D da Aneel, a Cemig irá investir R$ 6,7 milhões no Cbeih.

O Cbeih é a primeira iniciativa resultante do TERAGUA, que é o Centro de Referência de Qualidade de Água e tem por finalidade realizar pesquisas para o desenvolvimento tecnológico na área de monitoramento de qualidade de água. Trata-se de parceria entre os órgãos estaduais ligados à qualidade da água e meio ambiente, como a Cemig, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), o Instituto de Gestão das Águas (Igam) e a Fundação Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Água – HidroEX.

“Com a criação do Centro de Bioengenharia, busca-se estabelecer estratégias de médio e longo prazo que aperfeiçoem nossa capacidade preditiva sobre a dispersão de espécies invasoras que interferem na produção de hidroeletricidade e causam danos aos nossos ecossistemas”, explica Enio Fonseca, superintendente de Gestão Ambiental da Geração e Transmissão da Cemig.

Em setembro do ano passado, a Cemig detectou pela primeira vez a presença do mexilhão dourado na Usina Volta Grande, localizada no Rio Grande, região do Triângulo Mineiro. A descoberta da espécie invasora na usina ocorreu durante a parada para manutenção programada de uma das máquinas. No mês de outubro, o mexilhão dourado foi detectado também nas hidrelétricas de Igarapava e Jaguara, ambas no Rio Grande. O molusco está sendo monitorado e medidas estão sendo estabelecidas para o seu controle nas plantas industriais.

Mexilhão

Há mais de dez anos, o mexilhão dourado é motivo de atenção nas usinas hidrelétricas localizadas na bacia Paraná-Paraguai. O molusco compromete os sistemas que utilizam água bruta no processo de produção de energia elétrica. O mexilhão invade, ainda em forma de larva, as tubulações por onde passa a água e lá se fixa. Na fase adulta, obstrui as tubulações podendo causar superaquecimento nas máquinas.

O mexilhão dourado se reproduz rapidamente, não possui predador natural e compete na alimentação com algumas espécies nativas de moluscos. Originária do Sudeste Asiático, a espécie Limnoperna fortunei chegou à América do Sul, em 1991, pelo porto de Buenos Aires, por meio das águas de lastro dos navios, e se disseminou a partir do Rio da Prata.

Investimento

Desde 2002, a Cemig realiza pesquisa e promove campanhas de educação socioambiental com o objetivo de impedir a expansão do mexilhão dourado. Ao longo dos anos, a Empresa investiu aproximadamente R$ 10 milhões em estudos sobre o molusco.

Para Enio Fonseca, a competência técnica que a Cemig possui hoje no tema, reconhecida internacionalmente, é resultado de medidas adotadas no passado. “Com o Centro de Bioengenharia de Espécies Invasoras de Hidrelétricas, a Cemig toma outra decisão com o objetivo de mantê-la na posição de empresa de primeira linha nesse tipo pesquisa, atuando em parceria com o Cetec, que é um centro de referência nacional”, destaca.

Semana da Água

Outra ação, iniciada durante a Semana da Água, foi a distribuição de aproximadamente 20 mil exemplares das cartilhas “As cianobactérias e a qualidade da água” e “Destino correto das embalagens vazias de agrotóxicos”, editadas pela Cemig e Emater, respectivamente. Essas publicações estão sendo enviadas a comitês de bacias, órgãos ambientais, ONGs e para os proprietários de terras no entorno dos reservatórios da Cemig.

“A Empresa acredita que essas iniciativas, em parceria com os diversos públicos, são fundamentais para a conscientização sobre a importância de se ‘cultivar’ as águas do nosso Estado”, ressalta o superintendente de Gestão Ambiental da Geração e Transmissão da Cemig, Enio Fonseca.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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