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Trabalho / Social

15h23min - 09 de Junho de 2015 Atualizado em 15h20min

Consea debate sistema agroalimentar durante conferência

O encontro de trabalho é preparatório para as conferências regionais marcadas para o período de 18 de junho a 11 de julho

Os conselheiros do sistema estadual de segurança alimentar, representantes do governo estadual e de entidades da sociedade civil, realizaram nesta terça-feira (9/6) o 2º Seminário de Capacitação Técnica da 6ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável.

Na abertura, o presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar (Consea), Dom Mauro Morelli, destacou o processo de construção das conferências, caracterizado pela participação social, a existência de conferências regionais, uma inovação no processo, e o apoio do Governo de Minas Gerais.

O encontro de trabalho aconteceu na Cidade Administrativa e é preparatório para as conferências regionais marcadas para o período de 18 de junho a 11 de julho. Ao final foram debatidos os textos orientadores sobre os eixos das conferências: crise hídrica, sistema de segurança alimentar e nutricional, comunidades tradicionais e sistemas agroalimentares.

Comida de verdade

O sistema agroalimentar foi abordado pelo professor da UFMG e consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS), o nutricionista Rafael Claro. Em sua palestra, o especialista apresentou o cenário atual. “A tendência de consumo alimentar nos países em desenvolvimento é substituir os produtos naturais, como o arroz e feijão do brasileiro, por produtos ultraprocessados como macarrão instantâneo, refrigerantes e biscoitos”, informou Rafael Claro.

De acordo com o professor, as grandes cadeias de supermercados adotam uma prática que praticamente inviabiliza a comercialização de produtos in natura, ou de produtos da agricultura familiar: exigem o fornecimento grátis, por um ano, do produto.

Cerca de 40% da dieta brasileira ainda é composta por aquilo que é chamado de comida de verdade: alimentos frescos ou levemente processados (carne, feijão e tubérculos). Já os produtos alimentícios representam 25,9% do consumo, mas sua tendência é crescer, uma vez que os preços dos alimentos processados, com a aquisição de novas tecnologias, são cada vez mais baixos, portanto mais acessíveis. Outro fator que pesa na balança, destacou o professor, é o marketing agressivo desses produtos.

Para o professor, a alternativa para assegurar comida de verdade para os brasileiros é a articulação política, levando em conta que a produção e a comercialização dos alimentos precisam apresentar as quatro dimensões: social, política, econômica e ambiental. “O mercado não vai se equacionar em torno desses fatores. Em curto prazo precisamos investir nas articulações políticas locais. Estamos plantando um movimento, temos que sair das conferências com alternativas”, avaliou o nutricionista.

As conferências de segurança alimentar e nutricional sustentável, este ano, trabalham com o tema: “Comida de verdade no Campo e na Cidade: por direitos e soberania alimentar”. 

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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