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Copa do Mundo

13h33min - 05 de Outubro de 2012 Atualizado em 11h24min - 27 de Junho de 2013

Consultoria inglesa conclui em Minas o primeiro relatório de impacto ambiental da Copa

Empresa que realizou as Olimpíadas verdes em Londres avaliou a pegada de carbono com projeto piloto na capital mineira, que vai servir de referência nacional

Sylvio Coutinho/Divulgação
Estádio Mineirão já está na reta final de sua reforma, prevista para ser concluída em dezembro
Estádio Mineirão já está na reta final de sua reforma, prevista para ser concluída em dezembro

A mesma consultoria que realizou as Olimpíadas verdes em Londres concluiu, nesta semana, o primeiro relatório de pegada de carbono para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. O projeto piloto, feito em Minas, vai além ao apontar a estimativa da quantidade de gases de efeito estufa (GEE) que serão gerados com o mundial.

O estudo propõe ações de redução e compensação dos impactos ambientais. As estimativas deverão servir de referência nacional para as demais sedes da Copa no Brasil.

“Esse estudo foi realizado em Minas porque o Estado já tinha pesquisas consolidadas sobre pegada de carbono, que serviram de apoio para esse relatório com ambições nacionais”, diz Judith Sykes, da consultoria Useful Simple Projects, responsável pela avaliação do impacto ambiental nos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

Segundo o relatório, as Copas de 2013 e 2014 vão lançar, em Minas, 804.396 mil toneladas de GEE, o correspondente a 25% do total emitido anualmente pela capital mineira (3,7 milhões de toneladas de carbono). Do total, 76% (804 mil t) são provenientes dos deslocamentos de avião, hospedagem e alimentação dos turistas.

O diferencial desse relatório é que, além de apontar o problema, o estudo antecipa soluções para reduzir a emissão de GEE. “Nosso objetivo é agir ainda na fase de preparação dos eventos e também proporcionar aprendizagens e legados, aumentando a capacidade dos organizadores e atores locais de promover uma Copa do Mundo com baixa emissão de carbono”, diz o gerente do projeto Copa Sustentável, da Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa-MG), Vinícius Lott.

O documento foi elaborado pelo Governo de Minas, por meio da Secopa e da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), juntamente com a Prefeitura de Belo Horizonte, com financiamento da Embaixada Britânica no Brasil.

Infraestrutura também é gargalo

Das 804 mil toneladas de carbono, “Infraestrutura” é a segunda maior categoria de emissões (16%), seguida por “Estádios” (5%) e “Operações” (3%). A categoria infraestrutura reúne emissões de GEE provenientes dos centros de treinamento, rodovias, BRT e aeroportos.

O tema “Operações” corresponde às atividades de toda mão de obra (FIFA, voluntários e atletas) empregada durante o evento e às estruturas temporárias (Fan Fest, instalações da FIFA dentro dos estádios), imprensa internacional, transporte terrestre, cerimônias, entre outras.

“Por tratar-se de um país com dimensão continental, os deslocamentos aéreos serão muito utilizados, o que vai gerar muitos poluentes no ar. Por outro lado, as hidrelétricas brasileiras constituem uma matriz energética bem menos impactante, por exemplo, que termelétricas, comuns em vários países europeus que já sediaram a Copa”, compara a consultora britânica.

De acordo com o relatório, 9% das 804 mil toneladas de GEE emitidas durante as Copas são de responsabilidade direta de Minas Gerais. Mais da metade (57%) desse total (9%) tem origem na reforma do Mineirão, que já adota medidas sustentáveis desde o início da obra em 2010.

Em busca do selo verde

Em busca da certificação Leed, uma espécie de selo verde, no Mineirão, cerca de 90% dos resíduos sólidos são reaproveitados. Por exemplo, as cadeiras antigas foram doadas para diversos estádios de Minas, a grama e a terra foram reutilizadas, a madeira das árvores suprimidas foram doadas a artesãos, dentre outras iniciativas.

Além disso, haverá uma usina solar na nova cobertura capaz de produzir energia suficiente para atender 1.200 residências de médio porte e um reservatório para aproximadamente 6 milhões de litros  de água de chuva, capaz de abastecer o estádio por três meses.

Essas medidas do Mineirão contribuem para reduzir o impacto ambiental da Copa, mas o relatório propõe mais ações já para 2013. Uma delas é a exigência na contratação das estruturas temporárias para o entorno do estádio e Fan Fest com requisitos de sustentabilidade, como lâmpadas com eficiência energética, instalações sanitárias que economizem água, uso de madeira certificada, tintas e adesivos à base de água e de baixa emissão de COV (Composto Orgânico Volátil), redução das áreas de ar condicionado, realização de coleta seletiva e reciclagem de resíduos gerados.

Já em nível nacional, para tratamento das emissões de GEE existe a proposta de pagamento por serviços ambientais, como programas de reflorestamento, parcerias para projetos de compensação ambiental em andamento ou em elaboração, ou, a exemplo da Rio +20, contribuições financeiras de pessoas físicas e jurídicas para execução de projetos de compensação de emissões, já que o maior volume emitido provém dos espectadores.

Para o secretário interino da Secopa, Fuad Noman, o estudo é mais uma importante herança que a Copa em Minas deixará para todos. “Esse minucioso documento vai subsidiar não somente ações do Governo de Minas, mas outros Estados e entidades, nacionais e internacionais, contribuindo assim para a consolidação de procedimentos ambientalmente sustentáveis. O relatório é um motivo de orgulho para nós mineiros”, concluiu.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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