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Segurança / Defesa Social

12h28min - 07 de Maio de 2015 Atualizado em 12h29min

Detentas produzem mais de 300 mil peças da Tigre por mês no Presídio de Pouso Alegre

O trabalho é totalmente manual e as internas chegam a produzir até 18 mil peças por dia, trabalhando de segunda a sexta-feira

Carlos Alberto/Imprensa MG
As 25 presas trabalham oito horas por dia
As 25 presas trabalham oito horas por dia

Em um galpão de 300 metros quadrados, a Tigre, fabricante de materiais para a construção civil, emprega 25 detentas há seis anos, no Presídio de Pouso Alegre, no Sul do estado. A antiga parceria começou quando a unidade prisional ainda era uma cadeia pública. O projeto deu tão certo que a empresa tem um projeto de expansão do galpão, com possibilidade de empregar mais dez pessoas.

As 25 presas trabalham oito horas por dia, de segunda à sexta-feira, e acreditam que a oportunidade de emprego é a melhor alternativa para a ressocialização e valorização humana. A coordenadora da produção é a detenta Rosângela de Oliveira Dias, de 32 anos. Presa há um ano e sete meses por tráfico de drogas, ela afirma que o ambiente de trabalho é tão bom que ali, naquele espaço, elas chegam a se esquecer que estão em um presídio.

Rosângela conseguiu a oportunidade de trabalho um mês depois de entrar no presídio e hoje é uma das mais antigas no galpão. "A oportunidade é muito importante para a redução da nossa pena. Além disso, é muito melhor trabalhar do que ficar trancada dentro de uma cela", diz. 

A detenta já faz planos para aproveitar a experiência quando ganhar a liberdade. Sonha em ser contratada pela Tigre, que mantém uma parceria com a finalidade de absorver egressos do sistema prisional em suas fábricas. Condenada a nove anos e quatro meses de prisão, Rosângela diz que o trabalho irá reduzir em cerca de seis meses a pena. "Acredito que em fevereiro de 2016 eu consiga ir para o regime semiaberto. A remição da pena me beneficiará muito", constata a detenta.

Já Roberta Carvalho Fidelis, além de contribuir para aumentar da produção da Tigre, chama a atenção pelo belo e fácil sorriso. Ela conquistou a faixa de Miss Simpatia no concurso Miss Prisional 2014, realizado em Belo Horizonte. Roberta cumpre pena de três anos e quatro meses por tráfico de drogas e trabalha no galpão há nove meses.

"Ao mesmo tempo em que isso aqui (a prisão) é um castigo, é também um aprendizado. Aprendo diariamente a dar valor às coisas simples da vida que a gente não valorizava antes. Valorizamos a família e o simples ato de beber um refrigerante, comer um chocolate e até mesmo um ovo frito", conta, sorrindo.

Parceria pode ser ampliada

O parceiro empresarial do Presídio de Pouso Alegre tem vários motivos para comemorar a experiência. Programador de Produção da Tigre, Emerson Batista Ribeiro diz que parceria é de extrema importância para a empresa, que hoje dá oportunidade de trabalho para 45 pessoas nas duas unidades prisionais em que tem unidades de trabalho instaladas.  "Estamos muito satisfeitos com o trabalho desenvolvido nas unidades. O nosso objetivo é trazer mais produtos do nosso portfólio para serem fabricados aqui, em Pouso Alegre", diz.

Em março deste ano as presas bateram o recorde de produção. Foram confeccionadas 330 mil peças - um aumento de 7% na média mensal da unidade de trabalho. Cada sifão, espécie de tubulação que permite a passagem de água nos encanamentos, é montado, em média, em um minuto. O trabalho é totalmente manual e as detentas chegam a produzir até 18 mil peças por dia. O trabalho envolve montagem, selagem e embalagem das peças.

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