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Cerca de 200 pessoas participaram, nesta quarta-feira (02), do seminário “Doping no Cenário dos Grandes Eventos Esportivos”, realizado em Belo Horizonte pela Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (SEEJ). O encontro, que teve como sede o teatro da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, na Praça da Liberdade, reuniu autoridades da área da educação física, saúde, nutrição, além de esportistas, técnicos e estudantes para debater o tema.             

A palestra principal foi ministrada pelo doutor Eduardo De Rose, médico do Comitê Olímpico Brasileiro, professor titular de Medicina do Esporte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, membro da Comissão Médica e Científica do Comitê Olímpico Internacional e membro conselheiro da Agência Mundial Antidoping, órgão máximo de controle de dopagem no mundo.              

O especialista destacou as ações que foram desenvolvidas ao longo dos anos para impedir o uso de substâncias proibidas para a prática esportiva e citou casos de medalhistas olímpicos e campeões de diversas modalidades flagrados em exames antidoping. Segundo ele, por mais que existam campanhas de combate à dopagem, ainda falta informação. “O problema do doping ocorre com atletas conhecidos e desconhecidos. No Brasil 80% do doping é desinformação, a automedicação tão corriqueira no dia-a-dia dos brasileiros, acaba incidindo em um caso de substâncias indevidas”, comentou.

O médico discorreu, ainda, sobre as ações do Governo de Minas para o combate ao doping. “Minas Gerais é um estado pioneiro neste tipo de trabalho, em oferecer informação e até exames antidoping nos eventos que promove com o objetivo de coibir essa prática nas competições que organiza”, destacou.

Durante o seminário foi lançada, em parceria entre SEEJ e o Conselho Regional de Educação Física (CREF6-MG), a campanha “Eu não preciso de doping para ser o melhor. Nem você” com a apresentação de peças publicitárias produzidas para contribuir com a conscientização tanto de atletas, técnicos, médicos, nutricionistas e demais profissionais envolvidos com o treinamento esportivo, quanto à população em geral sobre o problema do doping no esporte.

Inclusão social 

O secretário Eros Biondini, na abertura do evento, afirmou que o combate ao doping pode ser visto como uma forma de inclusão social. “Muitas vezes pessoas que já estão envolvidas com a droga têm vontade de praticar uma atividade física, uma modalidade, e impor a necessidade de encontrar-se livre de substâncias químicas para participar é uma forma de incentivo”, afirmou. Ele enalteceu, ainda, o trabalho desenvolvido para o combate ao problema no Estado.

“Um dos compromissos do Governo de Minas é alinhar ações, somar esforços e definir o rumo das políticas de combate ao problema das drogas que assola nossa sociedade. Acredito que as ações previstas na campanha, tais como criação de um site específico sobre o assunto; debate por meio do seminário; parceria com as Instituições de Ensino Superior (IES) e realizações de exames antidoping no programa Minas Olímpica Jogos de Minas e demais campeonatos mineiros, vem ao encontro aos princípios da qualidade de vida inerentes ao esporte”, ressaltou o secretário de Estado de Esportes e da Juventude, Eros Biondini.          

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) enviou aos participantes do evento, através de sua representante no Brasil, Marlova Noleto, carta afirmando o apoio à ação da SEEJ. “O uso de substâncias ilícitas, além de minar a credibilidade, a ética e os valores mais fundamentais que o esporte nos remete, têm efeitos nocivos e perversos na saúde daqueles que recorrem a esta prática”, ressaltou. No período da tarde, as discussões do seminário foram voltadas para a parte médica e legal do doping por meio da realização de uma mesa redonda com os médicos professor Fernando Vítor Lima e Marconi Gomes da Silva, além do advogado Paulo Bracks.