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A  comitiva da Polícia Nacional do Japão e integrantes da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) apresentaram hoje o Relatório de avaliação do Serviço das Bases Comunitárias Móveis da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), onde destacam os avanços obtidos nesta área. O documento baseou-se nas visitas técnicas, análise de dados e entrevistas com militares e comunidade feitas durante a semana no estado. Japoneses e representantes da Senasp estão em Minas participando de intercâmbio para fortalecer o policiamento comunitário em Minas Gerais.

Segundo o perito Katsuya Endo, da Província de Kanagawa, os militares mineiros estão bastante envolvidos na implementação e difusão dos valores da polícia comunitária:“Tudo depende do posicionamento do policial e do quanto ele está motivado para conhecer a sua comunidade. Ganhar a confiança é um trabalho lento e gradual. Aos poucos os resultados surgem”, garantiu Endo.Já o Capitão Maurício Pavão Flores,da Senasp, os resultados desta análise explicam porque Minas Gerais é um dos estados escolhidos como referência da implantação da polícia comunitária brasileira: “O diferencial da PM mineira é que ela tomou o cuidado de em transformar em doutrina o processo de formação do policial comunitário”.

O relatório também apontou que o planejamento estratégico da PMMG para polícia comunitária atende as especificadas de cada comunidade; a elaboração de documentos que descrevem a condução do policiamento comunitária demonstra que a corporação está envolvida no processo e, principalmente, que as comunidades atendidas confiam e participam da proposta.

Os peritos japoneses e o Senasp orientam a manutenção da qualidade e aumento de quantidade de policiais treinados no estado. O grupo sugere ainda melhorias administrativas como o preenchimento correto dos relatórios e arquivamento adequados dos dados. Segundo o major Alexandre Magno de Oliveira, chefe da seção de Polícia Comunitária da PMMG, a corporação vai intensificar o treinamento dos militares para adequar a emissão destas informações. E revela os próximos desafios: “Já conseguimos a qualidade no serviço. Agora precisamos mantê-la e ampliá-la. Isso se dará através da capacitação do policial e da participação da comunidade através da elaboração do planejamento conjunto e troca de informações ”.

Os japoneses, integrantes da Senasp e mais de 580 agentes da segurança pública dos estados São Paulo, Rio Grande do Sul, Alagoas, Bahia e Pará participam até esta sexta-feira (27/2) de discussões e intercâmbio de experiências oferecidos no VI Seminário Internacional de Policiamento Comunitário, em Belo Horizonte. Os visitantes orientais voltam ao Japão dia 2 de março.

Sobre a polícia comunitária em Minas

Desde 2008, militares mineiros vêm sendo treinados pela Polícia Japonesa. O estado foi escolhido como referência nacional da implantação da polícia comunitária brasileira.

No ano passado, a PMMG firmou  com o Ministério da Justiça/ SENASP, Polícia Nacional do Japão (NPA), Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA), Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) e Brigada Militar do Rio Grande do Sul (BMRS) o Acordo de Cooperação Técnica Internacional para Implantação do Policiamento Comunitário – Sistema Koban, que é japonês. Este acordo visa à implementação e multiplicação da Polícia Comunitária. Para isso, estão previstas, entre outras atividades, visitas técnicas aos estados modelos (MG, SP e RS) nos próximos dois anos para conhecer as práticas de policiamento comunitário e propor melhoria da qualidade do sistema existente. Em  Minas Gerais, mais de 400 militares já foram treinados para multiplicar as diretrizes da polícia comunitária japonesa e já implementou 113 bases móveis nos 80 batalhões.