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17h10min - 27 de Setembro de 2012 Atualizado em 16h43min - 26 de Junho de 2013

Governo de Minas apoia nova estratégia de atendimento a jovens usuários de drogas

Centro de atendimento inaugurado em Belo Horizonte vai atender até 45 adolescentes por dia, encaminhados pela Justiça

A fim de consolidar uma nova abordagem na questão do consumo de droga na adolescência, com enfoque no acolhimento clínico e psicossocial de adolescentes usuários de crack, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) e a Associação Grupo Espírita O Consolador (AGEOC), inaugurou, nesta quinta-feira (27), o Centro de Atendimento e Proteção ao Jovem Usuário de Tóxico (CAPUT).

Localizado na Rua dos Otoni, 463, Bairro Santa Efigênia, o serviço terá estrutura clínica para acolher 45 jovens por dia e vai atender exclusivamente a pacientes encaminhados pela Justiça.

Integrando as ações do programa "Aliança pela Vida”, o CAPUT é voltado para o tratamento de saúde dos jovens em conflito com a lei e com histórico de uso e abuso de drogas, encaminhados para o Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA/BH).

No centro, os profissionais vão aliar o atendimento clínico às práticas de reabilitação psicossocial dos adolescentes e suas famílias. Com a nova metodologia, o Governo de Minas Gerais pretende colaborar com a redução da violência letal do jovem brasileiro em situação de abuso de drogas.

O secretário adjunto da SES-MG, Breno Henrique Avelar de Pinho Simões, ressalta a importância social do CAPUT no tratamento do adolescente infrator com histórico de uso de drogas. “Essa casa vai possibilitar a assistência de qualidade ao jovem e sua família. A droga exerce um poder inexplicável nas mentes dos jovens e o trabalho executado aqui tende a ser mais atrativo que ela. A droga age de forma sorrateira, silenciosa. Depois de seduzir, destrói a vítima. O poder público, a sociedade, todos precisamos atuar de forma conjunta para acabar com esse mal”, afirma.

Segundo ele, o uso de drogas pode ser combatido de quatro maneiras: pela repressão ao tráfico, pelo tratamento ao dependente químico, pela prevenção e orientação e pelo acolhimento. “Para que o usuário aceite o tratamento, ele precisa sentir confiança. E é nesse propósito que estamos apostando. Essa casa retrata o cuidado que o adolescente dependente químico merece receber”, observa.

Metodologia do diálogo

A casa inicia suas atividades nesta sexta-feira (28) e, de acordo com o coordenador clínico do CAPUT, Musso Greco, a metodologia de trabalho a ser desenvolvida passa por um diálogo que se aproxime do adolescente.

“Buscamos fazer um trabalho que fale a linguagem do jovem, com base no diálogo para resolver esse problema de difícil solução: a droga na vida do adolescente”, afirma Greco. Ele também explica que adolescentes encaminhados para o CAPUT receberão atendimento pelo tempo que for necessário. “Alguns jovens necessitarão de frequência diária ao serviço, enquanto outros poderão usufruir apenas de consultas ambulatoriais ou das oficinas. O quadro clínico e a gravidade da dependência química é que vão definir o projeto terapêutico montado para cada paciente”, relata.

Composto por uma equipe de psiquiatras, psicólogos, educadores sociais, assistentes sociais e artistas oficineiros, o CAPUT vai trabalhar dentro de um programa terapêutico e socioeducativo que segue o modelo de Casa de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil para tratamento de transtornos decorrentes do abuso de álcool e drogas, com ênfase em ações preventivas e de reabilitação psicossocial dos adolescentes e suas famílias.

Além do atendimento psicossocial, o CAPUT propõe uma Unidade de Acolhimento Transitório para receber os jovens em situação de maior gravidade, que necessitem de ambiente protegido e fechado para sua desintoxicação.

Entre os recursos terapêuticos, estão oficinas ligadas à cultura hip hop, como grafite, dança de rua, entre outras. “O hip hop tem tudo a ver com a ideologia que desenvolvemos no CAPUT. As letras das músicas e as declarações dos participantes sempre criticam a droga como solução para os problemas da juventude. Para ter sucesso, precisamos falar a linguagem que provoque uma identificação do jovem com o serviço prestado”, completa o coordenador.

Estatísticas alarmantes

Dados do Tribunal de  Justiça de Minas Gerais comprovam o quanto a droga está comprometendo a qualidade de vida dos jovens atualmente. De acordo com informações da Vara Infracional da Infância e Juventude de Belo Horizonte, são apreendidos, por ano, 10 mil jovens adolescentes, sendo que 60% deles têm envolvimento com drogas.

A juíza da Vara Infracional e idealizadora do projeto, Valéria Rodrigues, acredita que o encarceramento desse jovem não vai solucionar o problema da criminalidade. “Essas pessoas devem ter um local próprio, com tratamento voltado especificamente pra elas. Trata-se de um espaço sério onde serão enfatizadas ações preventivas e de reabilitação psicossocial dos adolescentes em programas de desintoxicação, acompanhamento clínico e reabilitação psicossocial, de modo que os jovens encaminhados ao CAPUT terão total condição de ser reintegrados à sociedade”, afirma.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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