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15h34min - 05 de Dezembro de 2014 Atualizado em 17h54min

Iepha conclui três processos de tombamento de conjuntos arquitetônicos mineiros

Os pareceres foram favoráveis aos conjuntos arquitetônicos Ferroviário de Ribeirão Vermelho, da Fazenda Santa Clara e das Escolas Dom Bosco

Divulgação/Iepha
O antigo quartel do Regime de Cavalaria de Minas é, hoje, o Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Arqueológico das Escolas Dom Bosco
O antigo quartel do Regime de Cavalaria de Minas é, hoje, o Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Arqueológico das Escolas Dom Bosco

O Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep) aprovou, por unanimidade, o tombamento do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico Ferroviário de Ribeirão Vermelho (Sul de Minas), do Conjunto Arquitetônico da Fazenda Santa Clara, localizada no município de Santa Rita de Jacutinga (Zona da Mata), e do Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Arqueológico das Escolas Dom Bosco – antigo Quartel do Regime de Cavalaria de Minas Gerais (Campo das Vertentes).

Os processos de tombamento, concluídos neste segundo semestre, tiveram seus pareceres favoráveis em reunião do Conep, nos meses de agosto e setembro, que contou com a participação de representantes da administração pública de Ribeirão Vermelho e um dos legatários da Fazenda.

“É uma sensação indescritível, me senti abraçado por todos”, externou o advogado José Mendes Honório, um dos herdeiros do casarão, ressaltando ainda as técnicas construtivas da obra na Fazenda Santa Clara.

Desde 2008 a equipe da Gerência de Patrimônio Material coordena o levantamento histórico e arquitetônico do local, a 335 quilômetros da capital. A Santa Clara, ou Mansão dos Fortes, fica às margens do rio Preto, divisa entre os estados de Minas e Rio de Janeiro. A Fazenda teve sua origem na segunda metade do século XVIII e se destaca por sua localização estratégica entre o Caminho Novo e o Caminho Velho da Estrada Real.

A área tombada do Conjunto Arquitetônico da Fazenda Santa Clara compreende o conjunto construído pela edificação sede e demais construções destinadas às atividades produtivas da propriedade. O tombamento do conjunto ainda preserva sua técnica construtiva original – a tulha, a antiga senzala, o silo, o reservatório d’água, o lavador de café, os terreiros de café, laticínio, o paiol, a pocilga e o agenciamento do núcleo incluindo os jardins. O casarão sede serviu de cenário para a novela Terra Nostra, exibida entre 1999 e 2000 na TV Globo. 

Patrimônio cultural

Em Santa Rita do Jacutinga, o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico Ferroviário de Ribeirão Vermelho recebeu, em 2004, a proteção municipal e, desde 2006, visando ao tombamento em nível estadual, técnicos da gerência de patrimônio material realizam estudos históricos e arquitetônicos.

O conjunto representa expressão de referência da arquitetura industrial produzida em Minas no século XIV, com linguagem arquitetônica eclética. É composto por: prédio da estação ferroviária, rotunda, edificação do armazém de baldeação da estação ferroviária, oficinas da estação ferroviária, edificações em arruinamento, casa residencial do agente, casa do chefe das oficinas e os trilhos do pátio, já soterrados.

A rotunda, construída em 1895, é o maior edifício do conjunto ferroviário com estrutura metálica vinda de Glasgow da Escócia, telhas cerâmica de Marseille da França e equipamentos que vieram da Inglaterra para seu funcionamento iniciado em 1896. No interior, realizavam-se a manutenção, montagens e reparações das locomotivas e vagões, e após o fim das locomotivas a vapor houve uma substituição gradativa por máquinas movidas a diesel. Nos anos 1960, passou a ser utilizada como depósito.

Luciana Feres, uma das conselheiras, do Conep, relembra que alguns colegas fizeram trabalhos acadêmicos sobre o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico Ferroviário de Ribeirão Vermelho. “Tive colegas da faculdade de arquitetura que escolheram Ribeirão Vermelho para seus trabalhos de conclusão de curso justamente pela riqueza arquitetônica presente no local”, disse Luciana.

Já na região do Campo das Vertentes, está localizado o Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Arqueológico das Escolas Dom Bosco – antigo Quartel do Regime de Cavalaria de Minas Gerais. Sua história ligada a um longo processo de especialização policial de militares na região das lavras, que iniciou-se em 1719, com a chegada dos Dragões d’El Rey em Vila Rica (atual Ouro Preto), em duas companhias recrutadas em Portugal.

Localizada no município de Ouro Preto, distrito de Cachoeira do Campo, o conjunto teve vários usos desde sua implantação: Quartel do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais (1779); Estabelecimento das Manadas Reais (Coudelaria Real, 1819); Colônia Agrícola Dom Pedro II / Cesário Alvim (1889); Escola Dom Bosco (1897-1997); e desde 2012 abriga trabalhadores da região. Além de seu grande valor histórico adquirido ao longo do tempo, o conjunto apresenta importância arquitetônica, preservando técnicas construtivas e estilos característicos de cada época. O Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Arqueológico do antigo Quartel do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais é composto pelas seguintes edificações: Edificação principal, Mausoléu, Residência do caseiro, Curral, Serraria e Antiga Residência de Augusto de Lima Júnior.
 

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