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O governo de Minas, através da Secretaria Extraordinária para Reforma Agrária/ Instituto de Terras (Iter) e Secretaria de Desenvolvimento Econômico, deu início ao processo de desenvolvimento de uma modelagem para dar destinação a parte das terras devolutas do Estado existentes hoje nas regiões do Alto Jequitinhonha e Norte de Minas. Para isso, estabeleceu parceria com o grupo Gerdau, que estará devolvendo ao Estado, até 2008, 36 mil hectares de terra no município de Rio Pardo de Minas, dentro de um cronograma de cortes de florestas que o grupo detém nessas áreas.

Em reunião realizada nesta quinta-feira (28), na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, foi anunciado que o grupo deverá iniciar o plantio de mudas, numa área de 15 mil hectares a partir de 2003, permitindo investimento de US$ 10 milhões e geração de cerca de mil empregos nos próximos três anos. Dos 36 mil hectares, o Estado irá recontratar, sob forma de arrendamento, 12,5 mil hectares. Foi acordado, também, que através dessa nova modelagem, o grupo irá disponibilizar para a comunidade local sua tecnologia em plantio de mudas, ao mesmo tempo em que irá proporcionar outras utilizações de suas florestas, como o desenvolvimento da apicultura.

O preço médio de 1 hectare na região hoje é de R$ 60, que foi a base para o valor do arrendamento. O plantio das florestas será utilizado pela Gerdau, posteriormente, na produção de carvão para atender às demandas de suas plantas siderúrgicas.

O grupo já disponibilizou 6 mil hectares, que o Iter já está negociando com a comunidade local para desenvolvimento de projetos agroextrativistas, como plantio de frutas do cerrado, como por exemplo, pequi, cajuí e mangaba. O objetivo é possibilitar a industrialização a médio prazo.

De acordo com o secretário Extraordinário para Reforma Agrária, Marcelo Gonçalves, o novo modelo de arrendamento será a base para discussão da devolução de terras e incremento de novos negócios na região.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Wilson Brumer, afirmou que a negociação concluída mostra que o Estado e o setor privado têm objetivos comuns, especialmente o desenvolvimento econômico e social de Minas. “Fico feliz, considerando que o grupo Gerdau começa a desenvolver o projeto ainda neste ano, em uma das regiões de menor Índice de Desenvolvimento Humano”, disse Brumer. Dos 853 municípios, Rio Pardo de Minas ocupa a 793ª. posição no IDH. O secretário destacou que ao gerar mil empregos, a iniciativa irá propiciar o aumento da riqueza e, conseqüentemente, implantar outras fontes de renda, através de projetos que o Iter irá desenvolver na região. Ele parabenizou o grupo Gerdau, representado pelo seu gerente florestal, Luiz Ângelo Coelho, pela predisposição de ceder tecnologia para o plantio de mudas e desenvolvimento da produção de mel naquela localidade.

O diretor do Iter, Luiz Chaves, lembrou que o projeto reflete a preocupação na destinação mais adequada das terras devolutas, ou seja, parte delas será destinada ao plantio de florestas, parte para preservação ambiental e o restante destinado à reforma agrária, quando houver condições para tal. “Desta forma, estaremos atendendo às várias demandas da região”, observou.